MPLA VAI… “QUANTIFICAR A PROBLEMÁTICA” DA SECA
Mais de 1,3 milhões de pessoas são afectadas pela seca em quatro províncias no sul de Angola, mas o Projecto de Quantificação da Problemática da Seca no Sul de Angola vai recorrer a métodos inovadores. Aliás o próprio nome do projecto é de se lhe tirar o chapéu: “Quantificação da Problemática”.
O Projecto de Quantificação da Problemática da Seca no Sul de Angola, lançado no dia 13.11.19, em Ondjiva, capital da província do Cunene, a mais afectada pela seca, pelo Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional ( GGPEN) do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias da Informação. Registe- se a pedalada do governo que até tem um “Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional”. O projecto, que vai monitorizar a seca com a utilização de dados de satélite, visa demonstrar a implementação de um protótipo do sistema de exploração de dados de satélite para a gestão hídrica e monitorização da seca, avança uma nota do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias da Informação. Ou seja…
“Com o Projecto de Quantificação da Problemática da Seca pretende- se explorar os dados de satélites para se combater a problemática da seca, determinar a taxa de ocupação do solo, identificar as fontes hídricas superficiais, determinar a densidade populacional, realizar análises do histórico das precipitações das regiões e do índice de vegetação e actuar na prevenção e monitorização das secas”, refere o comunicado.
Na sua intervenção, o titular da pasta, José Carvalho da Rocha, disse que o projecto “é um contributo para o melhoramento das condições sociais e económicas do país, com especialistas nacionais e estrangeiros”.
Uma das participantes internacionais no projecto, que actua como investigadora principal, é Danielle Wood, professora do Massachusetts Institute of Technology, nos Estados Unidos da América. É, garantidamente, doutorada ( no mínimo, porque o MPLA não faz por menos) em “Quantificação da Problemática”.
Daniele Wood destacou no seu discurso que a utilização do satélite de observação da terra permite observar a previsão do caudal dos rios, estudar o solo, vegetação e localização da população afectada pela seca. Segundo o ministro, o projecto é um trabalho conjunto do Instituto Nacional de Meteorologia ( Inamet), do GGPEN, universidades angolanas e dos ministérios do Ambiente e do Ensino Superior, “na busca de melhores caminhos para compreender cientificamente o problema da seca e as soluções”.
Além do Cunene estão afectadas pelo problema da seca as províncias do Cuando Cubango, Huíla e Namibe. O governador da província do Cunene, Virgílio Tyova, ressaltou que a seca afectou seriamente a vida e a economia daquela região no sul de Angola, vizinha da República da Namíbia, estando em curso medidas de mitigação do problema, nomeadamente a reabilitação de furos de água e a construção de 89 chimpacas ( pequenos lagos artificiais) para dar de beber ao gado e irrigar campos agrícolas.
Virgílio Tyova anunciou até o lançamento da primeira pedra para a construção de três novas barragens naquela província, dando assim realce à Quantificação da Problemática.