Folha 8

“EU E A PRIMEIRA-DAMA”

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Bem-vindo, senhor Presidente”, saudou o Santo Padre, em português. “Muito obrigado. É uma grande honra para mim”, respondeu o Chefe de Estado angolano, num longo e fraternal aperto de mãos. Quase fez lembrar o que se passara com o seu antecessor, José Eduardo dos Santos.

Em declaraçõe­s à Rádio Vaticano, o Chefe de Estado angolano disse que a conversa foi em torno da cooperação entre ambos os países, tendo informado o Papa Francisco que Angola, sendo um Estado laico, promove a sã convivênci­a entre as várias religiões. “Falamos de Angola, no geral, dos seus problemas sociais e económicos. Recebi vários conselhos da parte do Santo Padre. Devo dizer que me sinto bastante satisfeito pela forma como decorreu a audiência, quer eu, quer a primeira- dama e a delegação que me acompanha”, frisou.

É nos pequenos pormenores que se vêem os grandes estadistas. Só mesmo o Presidente João Lourenço se lembraria de se referir à sua esposa como a primeira- dama. Ficou a faltar, tanto quanto se sabe, a leitura de um poema de Agostinho Neto por parte – é claro – da primeira- dama. Nesta perspectiv­a, conta a sua agência de notícias ( Angop), João Lourenço sublinhou que valeu a pena a deslocação ao Vaticano, sendo que Angola reputa de grande importânci­a este encontro para a consolidaç­ão das relações entre os dois Estados. Os que esperavam que o Presidente João Lourenço reputasse o encontro de grande importânci­a para a consolidaç­ão das relações entre vários… enganaram- se. Atento, ele foi específico ao falar, apenas e só, de “dois Estados”. No final do encontro, de 30 minutos, os líderes trocaram presentes, narram os enviados da Angop, referindo que o Presidente João Lourenço ofereceu uma tela “Mãe Alegre”, uma obra do artista angolano Guizef, nome artístico de Augusto Zeferino Guilherme. Mais uma vez os críticos se enganaram. Estavam à espera de uma tela de um artista burquinens­e ou de um poema da do pai da Ulika referente aos massacres de 27 de Maio de 1977? Erraram. Na sequência, o Papa presenteou o Chefe de Estado angolano com um livro sobre São Martinho, bispo de Tours ( França) que morreu no ano de 397 d. C. Também aqui os críticos remataram ao lado. Estavam à espera de uma cópia, autografad­a, da intervençã­o em que o Papa Francisco elogiou os jornalista­s que chamam de “injustiça à injustiça” e que realizam um jornalismo de “pessoas para pessoas”? A cooperação entre Angola e Santa Sé tem sido marcada, diz a Angop, por um excelente relacionam­ento nos sectores de Educação e Saúde. As partes assinaram em Setembro último um Acordo- Quadro no qual Angola reconhece a personalid­ade jurídica da Igreja Católica e a titularida­de dos seus imóveis no país.

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