O QUE O FOLHA 8 OFERECE A JOÃO LOURENÇO
Para assinalar este momento histórico, o Folha 8 oferece a João Lourenço ( bem como à primeira- dama) a republicação do texto “Obrigado Papa Francisco”, publicado no dia 10 de Novembro de 2018:
« O Papa Francisco elogiou ontem os jornalistas que chamam de “injustiça à injustiça” e que realizam um jornalismo de “pessoas para pessoas”. Fê- lo durante uma audiência com um grupo de uma escola alemã de jornalismo. Obrigado, Papa Francisco. A luta é difícil mas, também é verdade, só é derrotado quem deixa de lutar. E é por isso que a nossa luta continua… Ao receber os estudantes, professores e líderes deste centro com mais de 50 anos de história, Francisco agradeceu- lhes porque “como jornalistas se dedicam às pessoas e chamam injustiças às injustiças”.
“Obrigado por falarem sobre as coisas bonitas que podem não ser manchetes, mas que colocam as pessoas no centro, obrigado porque com o seu estilo cristão elas continuam a fazer um jornalismo de pessoas para as pessoas”, disse Francisco.
O Papa explicou que às vezes, “por hábito”, “permitimos que as coisas saiam à medida que vão ou como alguns decidiram que deveriam ir”.
“Vamos pular o muro de tristeza e resignação e ajudar as pessoas a abrirem seus olhos e ouvidos, mas acima de tudo, seus corações para serem guardiões uns dos outros e assim perceberem que são filhos e filhas do único Pai”, aconselhou.
E é exactamente no sentido do Jornalismo ( não da propagada feita pela mão de supostos jornalistas) que o Folha 8 chama “injustiça à injustiça”, dá voz a quem a não tem, trabalha para os milhões de angolanos que têm pouco, ou nada, e não para os poucos que têm milhões. Contrariamente à tese de quem manda na ERCA (o MPLA) e de quem dirige o Ministério da Comunicação Social, nós temos a em a obrigação e o dever de relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá- los com honestidade.
Se, por acaso, não procuramos saber o que se passa não estamos a cumprir a nossa missão. Se sabemos o que se passa e, eventualmente, nos calamos, cometemos um crime junto das únicas pessoas a quem devemos prestar contas: os leitores.
É por isso que, a contrário da tese de quem manda na ERCA ( o MPLA) e de quem dirige o Ministério da Comunicação Social, combatemos a censura e não aceitamos restrições ao acesso às fontes de informação, nomeadamente às de origem pública, e consideramos essas restrições uma inaceitável barreira à liberdade de expressão e ao direito de informar.
Usamos como critério fundamental a identificação das fontes. No entanto, não revelamos, mesmo em juízo, as nossas fontes confidenciais de informação, nem desrespeitamos os compromissos com elas assumidos. A não revelação das fontes é, aliás, uma das razões pelas quais vale a pena ser preso. Salvaguardamos a presunção de inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado e rejeitamos o tratamento discriminatório das pessoas em função da cor, raça, credos, nacionalidade, sexo, filiação partidária etc.. Respeitamos a privacidade dos cidadãos, excepto quando estiver em causa o interesse público ou a conduta do indivíduo contradiga, manifestamente, valores e princípios que publicamente defende. Gay Talese ( esse perigoso inimigo do regime angolano) no livro “The Kingdom and the Power” (“O Reino e o Poder”), publicado em 1971, diz que “o papel da imprensa, numa democracia, é atravessar a fachada dos factos”.