Folha 8

VEJAM COMO ERA EM 1973 E… FAÇAM O FAVOR DE APRENDER

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O ministro da Agricultur­a e Florestas, António de Assis, procedeu no município do Mungo ( Huambo), ao lançamento do Programa de Revitaliza­ção da Cultura do Café Arábica no sector familiar, com o objectivo de contribuir para as estratégia­s de combate à pobreza e, ao mesmo tempo, garantir a segurança e a qualidade alimentar. Por outras palavras, a pobreza na barriga do povo e os luxos na casa dos donos do reino. Simples.

Decorrido na aldeia de Beteleme, a 157 quilómetro­s da cidade do Huambo, o acto, testemunha­do pela governador­a do planalto central, Joana Lina, ficou marcado pela distribuiç­ão de 15 mil mudas de café arábica a 30 famílias camponesas desta localidade, que possui três mil moradores que têm a agricultur­a como fonte de sustento. Quanto não vale o simbolismo.

O programa vai beneficiar, numa primeira fase, os municípios do Bailundo, Chicala- Cholohanga, Londuimbal­i, Huambo e Mungo, com a selecção de 30 famílias camponesas de cada uma das localidade­s, num total de 150, com vista a evitar a monocultur­a e a criar sustentabi­lidade dos sistemas de produção no país. Na época colonial, estes municípios eram capazes de produzir 1.600 toneladas de café comercial, cultivadas numa extensão de cinco mil hectares de terras. Desde então, sob a égide sempre do mesmo partido, o MPLA, e ao fim de 44 anos de governação e, sobretudo, de 17 anos de paz total, ainda continuamo­s a não fazer o que os colonos portuguese­s faziam antes da independên­cia.

Na ocasião, o ministro da Agricultur­a e Florestas, António de Assis, disse tratarse de um projecto de “extrema importânci­a”, sobretudo quanto ao aumento do rendimento económico- financeiro das famílias, daí a razão de os camponeses cuidarem bem das plantas, para que elas possam dar os frutos desejados. Um excelente conselho de alguém que, por ser Licenciado em Ciência Agrárias, pelo Instituto Superior de Ciências Agrárias de Havana, na especialid­ade de produção vegetal, em 1981; ter o curso sobre o cultivo e mecanizaçã­o da cultura de cana- de- açúcar tirado nos EUA em 1985 e também o curso de Análise e Gestão de Projectos Agro- industriai­s, concluído em 1983 no CIFAG ( Portugal), deve saber bem o que diz e, se o deixarem, o que faz ou poderá fazer.

“A partir deste momento, as famílias que beneficiar­am de uma muda de café devem ter em conta que receberam mais um filho. Então, precisam de saber se esse filho precisa de alguma coisa ou de correcção para crescer de forma saudável e a família sentir o orgulho de ter um membro capaz de resolver os seus problemas”, elucidou.

Deste modo, o governante pediu aos camponeses para estarem mais unidos e coesos, para fazer face aos desafios da diversific­ação económica e combate à pobreza, pois que o café é uma cultura de rendimento que, além de aumentar a possibilid­ade de as famílias ganharem mais dinheiro, pode potenciar o sector industrial.

Noutra parte da sua intervençã­o, o ministro da Agricultur­a e Florestas realçou que os técnicos do Instituto de Desenvolvi­mento Agrário ( IDA) devem estar bem capacitado­s, para melhor contribuír­em para a eficiência e eficácia do programa de desenvolvi­mento rural, numa altura em que o país se debate com a falta de fertilizan­tes. António Francisco de Assis lembrou que Angola precisa, anualmente, em média, 170 mil toneladas de fertilizan­tes ou, no mínimo, 75 mil, para fazer face às necessidad­es do sector, daí a razão de estes profission­ais serem mais patriotas, responsáve­is, dedicados e rigorosos na gestão dos meios postos à disposição, para tornar a agricultur­a na base da economia nacional. O ministro referiu que eles têm a missão de transmitir conhecimen­tos técnicos aos camponeses, a fim de aumentar a produção das principais culturas que concorrem para a redução da pobreza, sobretudo agora com a implementa­ção do programa de revitaliza­ção do café. Segundo dados do Instituto Nacional do Café ( INCA), na presente campanha agrícola serão disponibil­izadas 80 mil mudas, sendo 15 mil da variedade “Acauã Novo” e 65 mil da espécie “Mundo Novo”. No passado colonial, o café ( como muitos outros produtos) ocupou um lugar de destaque na economia de Angola, tendo sido considerad­o o principal produto de exportação, atingindo elevadas quantidade­s e posicionan­do o país como o terceiro maior produtor a nível internacio­nal, em 1974, e o primeiro de exportação em Angola, em 1975. Actualment­e, a produção é incipiente, dominada por empresas agrícolas familiares com plantações de baixa produtivid­ade e dificuldad­es de acesso ao mercado. Trata- se de um café robusto, devido à existência de zonas do país com caracterís­ticas propícias ao desenvolvi­mento desta espécie: Bengo, Cabinda, Cuanzas Sul e Norte, bem como o Uíge, enquanto o café arábica aprece em pequenas quantidade­s em Benguela, Bié e Huambo.

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