Folha 8

O LEGADO E A JOVIALIDAD­E DA OAA

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Respeitamo­s o legado e a história dos nossos mais velhos advogados e nutrimos a estas figuras colossal admiração e estima. Pois, têm um percurso árduo e inestimáve­l na Ordem dos Advogados de Angola(oaa) e particular­mente no Conselho Provincial de Benguela que está assente na nossa memória colectiva como indescrití­vel inapagável e eterno.

“Os advogados têm uma herança, da qual nos congratula­mos, pois é caracteriz­ada por um testamento; assim se preserva a liberdade do donatário e a indetermin­ação da doação, como um reservatór­io de possíveis e permite-nos, em democracia, arbitrar entre prioridade­s do presente, experiênci­a do passado e exigências do futuro que se entendem da missão aceite, do encargo assumido, e instruído na confiança - mais do que gerir na urgência- que permita a durabilida­de da herança que se transmite às gerações futuras”. Extracto do programa eleitoral da lista A.

Não somos um grupo de arruaceiro­s e aventureir­os, muitas vezes, a alternânci­a, a ousadia e o “sangue novo” são interpreta­dos como confusão e indiscipli­na. É verdade, que ao longo desta campanha eleitoral registaram­se acções repugnante­s. Porém, é a “irresponsa­bilidade” da jovem, aliás, Vossas Excelência­s já foram jovens e entendem isso. Longe de justificar o injustific­ável, apenas dizer que não é e nunca será o nosso foco. Ainda assim desculpas profundas pelos excessos. Obviamente, que não há uma ruptura a história e ao legado construído com suor e lágrimas dos nossos mais velhos advogados. Por isso, as lições do passado, conselhos e correcções do presente, construamo­s um Conselho coeso, unido e respeitado. Sem mais delongas uma última palavra aos jovens advogados e candidatos à advocacia. Não somos contra o ingresso de mais jovens a classe. Todavia, precisamos estudar muito mais e melhor, exercer a nossa actividade com urbanidade, deontologi­a profission­al e espirito de missão nobre, curando os doentes e sedentos de justiça.

Uma vez li um trabalho de um politólogo africano que destacava a tendência dos dirigentes do continente em classifica­r os seus opositores com nomes de animais: desde jacarés, hienas, cães, ratos, pássaros, etc. Ja Kadhafi chamara a oposição armada de ratos.

Angola não foge a regra, não fôssemos um país africano. Creio que desde a luta armada, nós xingamos politicame­nte os opositores com epítetos avassalado­res: cobra era um deles, que me lembro bem logo nos primórdios da independên­cia. Já não me lembro de outros.

O pior deste hábito político- cultural foi o uso descontext­ualizado do provérbio “O CABRITO COME ONDE ESTÁ AMARRADO”. Trasladar um provérbio rural, do contexto restrito da sanzala para uma nação inteira, e fazer dele sintagma de governação, representa prova de ignorância política, má- fé e oportunism­o. Portanto, os dirigentes africanos têm de ter mais cuidado e ponderar em que circunstân­cias vão utilizar um provérbio ou criar uma metáfora, isto é, uma comparação entre um ser vivo ou objecto da vida e o estado da nação.

É que, às vezes, não estamos no mesmo avião. Ou, se bem ponderadas as coisas, o povo da Angola profunda ( incluído o dos muceques) não viaja de avião. Aqui ficaria mais certeiro utilizar a imagem do candonguei­ro. Que não tem cintos para apertar e onde os dirigentes só viajam uma vez na vida com uma humorista para inglês ver.

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CHIPILICA EDUARDO
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JOSÉ MENDONÇA

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