A EFEMÉRIDE TIPO “NATAL” DO MPLA I
Como de costume por esta altura do ano, o Folha 8 faz alusão à mentirazinha tradicional, nos dias de hoje tão inútil como ridícula, da fundação do MPLA a 10 de Dezembro de 1956. Por uma questão de delicadeza pensámos mesmo, após reflexão, publicá-lo que depois do dia 10 de Dezembro, para não interferir negativamente na FESTA de um dos partidos fundadores da Nação. Parabéns! Sim. Festejou-se pois, mais uma efeméride do partido dos camaradas e até aqui, ao festejo, estamos de acordo, mas daí a dar o passo e dizer que se trata de uma efeméride referente ao dia da sua fundação, não, de modo algum, tal fantasia não pode ser subscrita por historiador que se respeite, como de resto o salientou a mui excelente e insuspeitável camarsda historiadora, Rosa Cruz e Silva, ao admitir numa entrevista concedida a uma antena de Rádio da capital que o famoso “Manifesto do MPLA” do 10 de Dezembro de 1956 não tinha sido aceite pelo corpo académico como documento (fonte histórica) digno de ser levado em consideração.
Portanto, estamos entendidos, é preciso encontrar outras provas e provas não existem! Verdade se diga, não existe um único documento, uma única relação circunstancial, nenhum testemunho, nenhuma palavra, frase ou relato de troca de ideias sobre um partido com o nome de MPLA antes de 1960. E o que é absolutamente digno de registo refere-se à teimosia, quase casmurrice de ndengue dos actuais mentores do “ÉME” em persistir na defesa de uma mentira que deixou de ter razão de ser.
Mas, como bem disse JES, apanhado em contramão no exercício de um poder político que ele já não tinha, “As regras já não são as mesmas”.