A MISÉRIA EM ANGOLA VÊ-SE NA RIQUEZA
Na semana passada publicámos neste espaço um comentário, no qual a fotografia que explicava o verdadeiro sentido daquilo que queríamos revevar não apareceu e deixou na ignorância todos os nossos leitores, A referida foto era a de um hamburguer servido na marisqueira Lookal, na Ilha do Cabo, servido ao preço de 11 mil kwanzas. Decidimos corrigir, verificamos que a foto desejada não podia ser reproduzida, erro nosso, e procurámo-la por toda a parte, no Facebook e na internet, mas ela tinha desaparecido, Num post do Art Burguer, auto-denminada página facebookiana de avaliação de restaurantes, ficámos a saber que tinham sido colhidas mais de 400 avaliações, sem dúvida escolhidas a filtro muito fino, pois davam a ler uma esmagadora maioria de elogios e praticamente nenhuma se referia directamente aos preços praticados pela Lookal o número de comentários estar muito, muito longe dessa conta. Fomos ao endereço Lookal na internet e havia aí 72 fotos, mas o hambuguer não o encontrámos. Porém, descobrimos um “pérola” gastronómica, servida a um preço ainda mais estratosférico do que o hambúrguer. O cliente queixava-se, estupfácto, «Desde as entradas chegarem, depois do prato principal, - chegou então a surpresa do Chef - ao cobrarem 14 dólares por uma laranja seca e por descascar...» Em Angola tudo é possível! E os controladores de preços sumiram! Por onde é que andarão!?
Este tipo de preçário é um insulto ao povo angolano e, a esse respeito, lembrámo-nos de que há coisa de 2 anos, a televisão portuguesa SIC anunciou que iria divulgar um trabalho de investigação jornalística sobre os pobres angolanos que, segundo a TV de Carnaxide, seriam 12 Milhões de pessoas que «viviam com menos de 2 dólares por dia»
Nas redes sociais, alguns «iluminados» chegaram ao ridículo de sugerir o envio de equipas da TPA a Lisboa para, em jeito de retaliação, «estender» a miséria dos tugas. Será que haverá milhões de miseráveis em Portugal que as TV´S tugas escondem do público? Se as nossas TV´S divulgassem em primeira mão, sem tabuso, as nossas misérias, a SIC e demais TV´S não teriam espaços para as suas «Grandes Reportagens». O problema em Angola é que, mais dias, menos dias, o dinheiro TODO que os marimbondos roubaram ao povo, deixa de ter utilidade (garimpado no Facebook).