Folha 8

AGORA É QUE VAI SER, DIZ O MPLA HÁ 44 ANOS

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O Governo vai acabar com a corrupção? Vai. Vai acabar com a impunidade? Vai. Vai acabar com a malária? Vai. Vai acabar com a pobreza. Vai. Vai diversific­ar a economia? Vai. Vai aumentar os empregos? Vai. E de tanto ir até vai continuar a gozar com a nossa chipala.

Ora então é assim. O Governo angolano assumiu em Julho de 2018 o objectivo de integrar, até 2025, o grupo dos países de Desenvolvi­mento Humano Elevado, necessitan­do para isso de subir quase 50 posições no Índice de Desenvolvi­mento Humano ( IDH) da ONU. A pretensão, certeza na terminolog­ia do MPLA, consta do Plano de Desenvolvi­mento Nacional ( PDN) 2018- 2022, aprovado pelo Governo e publicado oficialmen­te a 29 de Junho de 2018, contendo um conjunto de programas com a estratégia governamen­tal para o desenvolvi­mento nacional na actual legislatur­a, através de vários programas. Isto porque, apesar de estar no poder há 44 anos, ainda não teve tempo de ir além de criar 20 milhões de pobres.

No Plano de Desenvolvi­mento Nacional para os próximos anos, o Governo do MPLA ( afinal o único que o país teve) assume a meta de concretiza­r, até 2025, a integração no grupo dos países de Desenvolvi­mento Humano Elevado, com índice superior a 0,70, a partir, actualment­e, da posição 106 da lista da ONU.

Na listagem actual, entre os elementos que formam o IDH, Angola tem uma esperança de vida à nascença de 52,7 anos – o Governo do

MPLA garante que é de 60,29 anos, em função dos dados do censo da população, de 2014 -, de 11,4 anos de escolarida­de esperada para cinco anos frequentad­os em média ( até aos 23 anos) e um Produto Nacional Bruto ( PNB) per capita de 6.291 dólares. A “expansão do sistema educativo”, assume o Governo no PDN, “constitui um pilar fundamenta­l para a melhoria do desenvolvi­mento humano dos angolanos”. Fundamenta­l é, sim senhor. Há 44 anos que é fundamenta­l. Mas o Governo do MPLA ainda não teve tempo para tratar do assunto.

O sistema educativo nacional – de acordo com dados oficiais ( do Governo) registou, em sete anos, um aumento de 2,5 milhões de alunos. Em 2009 estavam inscritos 5,8 milhões de estudantes, número que cresceu para cerca de 10 milhões no ano lectivo 2018. Estas contas não foram confirmada­s por entidades independen­tes, mas isso pouco importa… “A taxa de alfabetiza­ção de jovens e adultos atingiu 75%, quando no início do século não chegava aos 50%. Nos últimos anos, estiveram, em média, mais de 800 mil alunos em programas de alfabetiza­ção”, lê- se no PDN. Para alcançar a meta do grupo dos países Desenvolvi­mento Humano Elevado, Angola assume que terá ainda de melhorar os indicadore­s da taxa de mortalidad­e infantil, de 80 por 1.000 nados- vivos, ainda assim uma redução face aos 180 em 2009.

Além disso, a taxa de mortalidad­e de crianças menores de cinco anos é de 120 por cada 1.000 nados- vivos e “o estado de nutrição dos angolanos, em especial das crianças, continua a ser uma questão grave”, como aponta o PDN. “Uma vez que 38% das crianças sofrem de malnutriçã­o crónica moderada e 15% de malnutriçã­o grave, situação que se agrava mais nas áreas rurais”, lê- se no documento.

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