OS VISADOS DESMENTEM
Mas a realidade permite rememorar como o regime político, vem, ao longo de 44 anos, arredando, assassinando ou fragilizando potenciais partidos e líderes da oposição, contando com a prestimosa e ideológica contribuição jurídica dos Tribunais; Popular Revolucionário, Supremo e Constitucional, que sem respeito pela norma jurídica e as leis, destituem e nomeiam direcções ou líderes fantoches, no cumprimento das inquisitoriais ordens superiores. Os bárbaros assassinatos do nacionalista Sotto Mayor ( MPLA), no Campo da Revolução ( 1975), dos comandantes Nito Alves, José Van - Dúnem e outros, em 1977 ( MPLA), Adão da Silva ( UNITA), em 1995, Mfulumpinga Landu Victor, ( PDP- ANA), em 2004, Alves Kamulingue e Isaías Cassule, activistas pela democracia plena, 2012, Hilberto Ganga, em 2013 ( CASA- CE), têm, todos, o mesmo selo de autenticidade. Na maioria dos casos, os assassinos identificados, trafegam, impunemente, com o maior à- vontade, pelas ruas das cidades, gozando com a cara dos familiares das vítimas ou os processos repousam fechados, nas gavetas dos juízes, numa gritante, escandalosa e cúmplice omissão. No domínio da vida in
terna dos partidos da oposição o caminho não tem sido distinto, qual subtileza de subterrânea incidência dos juízes transformados em “xerifes- justiceiros”, ao “assassinarem” a soberania eleitoral dos militantes dos partidos. Não parece existir limites ao livre arbítrio judicial, quando a hegemonia do partido maioritário é posta em causa, com alguns juízes a converteremse em senhores da inquisição, interferindo na vida interna
dos partidos, substituindo as direcções eleitas, por lideranças frágeis, comerciais, mas politicamente fantoches, como foram os casos do PRD ( Partido Reformador Democrático – 1992, integrava quadros e intelectuais independentes, como Joaquim Pinto de Andrade e ainda ex- presos do 27 de Maio), a justiça dividiu o partido e a liderança, fazendo Luís dos Passos sucumbir, alegadamente, com 10 milhões de dólares, no colo do regime, após destruir o projecto; AD – Coligação, integrada por intelectuais, como Filomeno Vieira Lopes, Bonavena, Luís do Nascimento, Cláudio Silva e membros da sociedade civil ( 1993), foram traídos, com apoio judicial, que instigou um dos membros da coligação, até à sua completa dissolução. A UNITA foi e é o partido, mais atacado, pelo regime e judiciário, sem qualquer pudor, visando a sua capitulação, destruição ou divisão, desde os tempo de Jonas Savimbi, como o demonstram a legalização, em tempo recorde, das seguintes tendências: FDA, Fórum Democrático Angolano, liderado por Jorge Chicote, Assis Malaquias e Dinho Chingunji; TDR ( Tendência de Reflexão Democrática), capitaneada por Tony da Costa Fernandes, Paulo Chipilica e Miguel N ´ Zau Puna, todos feitos marionetes do regime no poder; UNITA Renovada, liderada por Eugénio Manuvakola, Jorge Valentim e outros, mimoseados com mordomias, para o trabalho sujo.
Depois surge a FNLA, com uma forte campanha contra o seu ex- líder histórico, Holden Roberto, votado ao ostracismo, com o corte de direitos, cancelamento da conta bancária, colocando- o à fome, por falta de recursos, tudo para capitular. Resistindo, viu ser criado uma facção, legitimada pelo poder judiciário partidocrata, comandada por Lucas Ngonda, nomeado coveiro do histórico partido, hoje transformado em manta de retalhos.
O PRS e o PDP- ANA, também alvos de infiltração, são apenas um corpo presente, com prazo de validade, pese este último ter integrado a coligação de Chivukuvuku.
Na maioria dos casos, os assassinos identificados, trafegam, impunemente, com o maior à-vontade, pelas ruas das cidades, gozando com a cara dos familiares das vítimas ou os processos repousam fechados, nas gavetas dos juízes, numa gritante, escandalosa e cúmplice omissão