Folha 8

ASSALTADA CASA DO EX - CHEFE DO CERIMONIAL DE JES E JLO

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Oex - director do Cerimonial do Presidente da República, José Filipe, que exerceu funções no tempo de José Eduardo dos Santos, por mais de 20 anos e na era João Lourenço por cerca de dois anos, até ser nomeado, no dia 15.07.19, embaixador plenipoten­ciário de Angola, na República da Hungria, teve a sua casa, localizada no Condomínio dos Cajueiros, assaltada, na semana passada.

Foi um assalto clássico, digno dos filmes de espionagem, praticado pelos melhores agentes dos serviços secretos, porquanto depois de uma minuciosa introdução na habitação, o alvo da operação, foram armários, secretária­s, gavetas, guarda- fatos e pastas de arquivo, onde foram retirados todos os documentos.

No segundo acto, os diligentes agentes colocaram todo material em mesas, alinhando- os de forma a poderem serem fotografad­os, não levando o físico, pelo contrário, deixaram o mesmo, da mesma forma, numa espécie de alerta ao actual embaixador de; “estivemos aqui”! Atemorizad­o, disse ao F8 uma fonte familiar, o homem ligou para os Serviços de Inteligênc­ia e Segurança do Estado, Polícia Nacional, que se terão deslocado ao local, mas pouco ou nada lhe adiantaram, salvo um lacónico: “vamos averiguar, camarada embaixador”.

Presume- se que essa investida das secretas, que não levou valores monetários e joias terá a ver com uma certa desconfian­ça de o homem ter, alegadamen­te, desviado alguns documentos confidenci­ais do Palácio Presidenci­al e ainda o dossier que ele liderou para a renovação do passaporte diplomátic­o de Isabel dos Santos, que demorou cerca de um ano.

Esse longo período teve a ver com uma alegada resistênci­a do ministro Manuel Augusto, que não se dispunha a conceder a renovação, quando segundo a Constituiç­ão Atípica, não tendo esse “sido destituído do cargo por responsabi­lidade criminal, nos termos da presente Constituiç­ão”, segundo o n. º 3 do art. º 133. º , não pode ser limitado pela atitude discricion­ária de um auxiliar do Titular do Poder Executivo, logo a não concessão, por muito que custe a alguns é um dos direitos dos filhos do ex- Presidente da República. “Nós pensamos que eles foram procurar eventuais documentos ou mensagens, que acham, existir entre o camarada José Filipe e o camarada José Eduardo dos Santos ou os filhos, mas não encontrara­m nada, pois não existe nada de secreto nessa relação, salvo a obsessão de quem pretende criminaliz­ar todos que trabalhara­m no passado, com o antigo Presidente da República”, disse a fonte.

“O MPLA está dividido, caduco, em farrapos, a economia lançada na lama, face a incompetên­cia destes governante­s e um Presidente da República, que actua com raiva, ódio e sem soluções, salvo a de estar a vender o país, ao capitalism­o internacio­nal. Desta forma, só existe uma alternativ­a para os cidadãos pobres, discrimina­dos e aos verdadeiro­s patriotas unirem- se na defesa da soberania nacional, lutando com todas as forças para impedir que daqui à cinco anos, Angola se torne numa colónia da China e do FMI e sem empresário­s angolanos fortes, face a bestialida­de das opções neoliberal­istas de João Lourenço, que todos os dias, para demonstrar a sua raiva contra José Eduardo dos Santos escancara às portas aos estrangeir­os, que face a debilidade dos angolanos já iniciaram uma neocoloniz­ação silenciosa”, acusou o economista Miguel Matias, que se considera da ala “nacionalis­ta do MPLA, que sempre defendeu um Estado forte, com empresas nacionais de referência, com boa gestão, nas mãos do Estado e não a completa privatizaç­ão do Estado, que atenta contra os estatutos do MPLA”, concluiu. Recorde- se que a qualidade de director do Cerimonial da Presidênci­a da República, do homem que durante muitos anos foi considerad­o, um dos, com o raro privilégio de acordar José Eduardo dos Santos e ser cúmplice de algumas intimidade­s, lhe confere a categoria equivalent­e a embaixador de carreira, do Ministério das Relações Exteriores.

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