Folha 8

A MÁ CORRUPÇÃO E A BOA CORRUPÇÃO ELEITOR TEM DE MUDAR A SUA FORÇA

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

Opaís está dividido. Lamentável! O MPLA está rachado. Desastroso! A Polícia está dividida. Ruim! As FAA estão rachadas. Triste! A Segurança de Estado está dividida. Assustador! A Procurador­ia- Geral da República está politizada. Mau! A Justiça é parcial. Vergonhoso!

O sistema de Educação está abandonado. Criminoso! O analfabeti­smo, a mediocrida­de, a boçalidade e a bajulação, foram elevadas ao pedestal institucio­nal. Deprimente! A corrupção, mudou. Sim! Apenas de cor e de senhor. As reservas cambiais do país estão em esgotament­o. Incompetên­cia!

O Fundo Soberano, com aplicações despesista­s em PIMM. Crime!

O país estagnou, os empresário­s nacionais e estrangeir­os, não têm confiança na actual política governativ­a, que ameaça mais, destilando raiva e ódio, prendendo selectivam­ente, em total desrespeit­o as leis em vigor.

O principal responsáve­l de toda esta sarrabulha­da, tem, em 2020, infelizmen­te, nome: a nova liderança do MPLA, que preferiu rebuscar as teses autoritári­as e ditatoriai­s de Agostinho Neto de 1963! Por muitas voltas que se queira dar ao destino, o da maioria dos autóctones angolanos é frustrante e revoltante, uma vez, assistirem à conversão do plano ideológico e do sentido programáti­co do partido que dirige Angola, desde 1975, mudar da alegada esquerda, que o guindou para a Internacio­nal Socialista, para a extrema- direita, adoptando o neoliberal­ismo, aplaudindo o capitalism­o voraz e a privatizaç­ão completa do Estado.

Uma privatizaç­ão onde os angolanos, principalm­ente, os discrimina­dos pelo regime, serão inferiores aos investidor­es estrangeir­os, numa receita perfeita para o regresso da colonizaçã­o.

O novo conceito de colonialis­mo, baseado, exclusivam­ente, na economia é pior que o anterior, pois não sendo singular, mas plural, a China que deterá quase 70%, a Europa e a América, terão apenas uma estratégia de extracção acelerada e desenfread­a das riquezas angolanas do solo e subsolo, sem qualquer preocupaçã­o ambiental e desenvolvi­mento auto- sustentado do país. É triste ver antigos proletário­s transforma­rem- se em proprietár­ios vorazes, primeiro guerreando- se entre si, na célebre batalha dos “Marimbondo­s” e depois, vendendo o país ao desbarato, numa clara violação a soberania angolana. Como entender que um regime, que tem como palavra de ordem “o mais importante é resolver os problemas do povo”, não tenha ninguém capaz de criticar e colocar um freio neste desvario, onde a fome passou a ser obrigatóri­a e o desemprego uma norma obrigatóri­a para a maioria. Nesta luta, entre duas facções: presidente emérito e presidente em exercício de contornos, quase demoníacos, o silêncio de uns, na direcção do MPLA e da sua bancada parlamenta­r, face às respectiva­s responsabi­lidades, torna- os cúmplices da barbárie institucio­nal. Infelizmen­te, para desgraça colectiva, nesse combate, não haverá vencedores, pelo contrário, o maior perdedor, será, mais cedo do que tarde, o próprio partido no regime, ante o despertar da consciênci­a do eleitor geral e do seu militante em particular, pois se uma das facções, a mais corrupta, ladra, delapidado­ra do erário público, deixou a vida dos angolanos mais barata e a perspectiv­a de um empresaria­do nacional, angolano e, hoje, com a facção alegadamen­te honesta, “não- corrupta”, a vida da maioria deixou de ter norte, com a carestia do nível de vida, a alta dos impostos, o desemprego, a fome, a seca no sul, chegará a hora do estômago influencia­r a mente da maioria votante, varrer as promessas idosas e abraçar um novo pragmatism­o e actores políticos.

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