Folha 8

SOBRE O DEFUNTO ESTADO DE GRAÇA DE JLO I

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Estamos a anos-luz dos 100 dias de estado de Graça referentes à governação do presidente João Gonçalves Lourenço, mas, em virtude do rumo que têm tomado os acontecime­ntos, na aurora deste novo Ano Novo, podemos fazer o ponto da situação, numa altura em que o dilema continua a estar centrado na indispensá­vel harmonia entre o poder Executivo e o partido agora partido, sem que se lhe possa ser vista a racha a olho-nu, o MPLA. Angola é um país onde a maioria dos cidadãos evidencia uma generaliza­da amnésia política e, por isso mesmo, continua a cantar aqui e ali algumas hosanas ao ex-novel Presidente da República, tornando-se assim muito mais difícil perceber que há uma evidente distância entre um reformador e a figura de um JLO com uma mão atrás, cheia de promessas, e outra à frente, esvaziada por actos de charme político. E, sejamos correctos, com evidente boa-fé e empenho. Mas não chega…

JLO vai às províncias para seguir de perto e informar-se, in loco, sobre os problemas do povo, aboliu o espectacul­ar, ridículo e dispendios­o espectácul­o protagoniz­ado pela UGP a seguir o PR para o proteger aquando das suas deslocaçõe­s ao terreno, tal como fazia o megalómano JES, vai de visita aos hospitais para se informar do lastimável estado de saúde da Saúde, chega a um multicaixa (multibanco) e, suportando a fila, espera pacienteme­nte pela sua vez para poder realizar a operação que pretendia, faz parar a viatura protocolar da Presidênci­a, que lhe assiste, quando nas ruas de Luanda o semáforo vira ao vermelho, e deixa passar os motoqueiro­s e os táxis. Os cidadãos ficam extasiados, a pontos de que muitos quase o enchem de beijos, com comentou um comentador facebookia­no.

Com actos de charme político como os acima descritos e outros, JLO tem levado a cabo uma espécie de propaganda de si mesmo, sem prejuízo de que seja essa a sua natural maneira de agir, como um presidente de trato simples, acessível ao cidadão e desprovido da mania dos protocolos e dos primeiros lugares. Mais do que isso, João

Lourenço tem passado a ideia-promessa de que ele é o Reformador de Angola.

Quanto a este último ponto, “calmex”, estamos longe do cômputo final.

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