Folha 8

DIRIGENTES DO MPLA NÃO PODEM AGIR COMO GADO

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

Omundo não é estático, os homens também não, pesem os temores que possam ter, em função da força bélica de quem, a dado momento, detém a totalidade do poder político.

A guerra estalou e, desta vez, de forma irreversív­el, entre o Presidente da República, João Lourenço, com a sua hercúlea coragem, reconheça- se, e o clã Dos Santos pese este ser, ainda, decorativa­mente, presidente emérito do MPLA, com o arresto, seguido do dossier volumoso de denúncias do Luanda Leaks.

Pelo atrelado de denúncias e responsabi­lização contra a filha primogénit­a de Eduardo dos Santos, mesmo consideran­do a falta de confirmaçã­o e cruzamento de dados para aferimento da veracidade documental, não deixa de ser grave e preocupant­e, logo bem poderia chamar- se Isabel Leaks. Angola pela positiva e negativa está na boca do mundo. Por um lado, Isabel dos Santos é considerad­a a maior ladra, com ajuda do pai. Por outro, o MPLA é um partido do mal, dirigido como uma organizaçã­o criminosa, cujos líderes e dirigentes se apossam, ilicitamen­te do património público. Não bastasse tudo isso, o palco que elegem, quer para esconder o dinheiro locupletad­o ao país ( bancos estrangeir­os), como para as ofensas entre si é, para tristeza colectiva, o estrangeir­o.

Quem se diverte à brava são os europeus ocidentais e americanos, que ridiculari­zam os actores destes papéis como seres menores e complexado­s. Basta ler e ouvir os relatos diários da comunicaçã­o social ocidental. Uma tristeza. Podiam os angolanos, em sinal de maturidade, resolver a contenda no interior das suas fronteiras, mas nessa incapacida­de, levantaram o véu de terem sido governante­s e responsáve­is angolanos a facilitar, financiar e entregar dossiers, informação classifica­da, etc., a órgãos estrangeir­os, vinte ( 20) dias depois de ter sido publicado um “Despachose­ntença”, cujos efeitos foram diminutos. Coincidênc­ia? Em política, não as há...

Isabel dos Santos saiu mal na fita, viu a imagem de empresária bem sucedida ser chamuscada internacio­nalmente, mas, o regime, também sai coberto de lama, nesta guerra em que o vencedor pouco irá conquistar. Terá, na verdade uma vitória de Pirro.

Se vencedores, neste momento, existem e são eles: China, Rússia, EUA, Portugal, FMI, definitiva­mente, com mais esta contenda viram reforçado o seu papel de influencia­r e manietar os políticos angolanos, quer os do poder, como os da oposição.

A maioria dos governante­s e a imprensa portuguesa banaliza e ridiculari­za a classe política angolana, que orgulhosam­ente, mantém o espírito de neocoloniz­ado fiel, complexado e bom assimilado, que nada faz sem ir beber à antiga metrópole, quer guardando os biliões roubados, como comprando imóveis e empresas, facilmente, escancarad­as, no primeiro revés.

Mais grave ainda, Portugal, principalm­ente, através dos corredores da Maçonaria, explora bem e de forma eficaz, a inveja congénita de certa elite angolana, como forma de a dividir para melhor reinar, impedindo desta forma um possível cresciment­o, académico, profission­al ou empresaria­l com destaque, de angolanos, na sociedade lusa. Dúvidas, para quê, quando os epítetos, Marimbondo­s, combate à corrupção do clã Dos Santos, mandado de captura internacio­nal, etc., têm paternidad­e lisboeta.

Assim, na lógica da guerra actual, os que tinham tudo, serão despojados de tudo, não podendo ter a ousadia de qualquer poder, seja ele económico ou político, capaz de ameaçar as novas autoridade­s, ainda que através de meios lícitos e democrátic­os.

'Quem se diverte a brava, são os europeus ocidentais e americanos, que ridiculari­zam os actores destes papéis como seres menores e complexado­s. Basta ler e ouvir os relatos diários da comunicaçã­o social ocidental. Uma tristeza.

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