OCIDENTE: INTENÇÃO DE PERPETUAR EXPLORAÇÃO
O activista, de resto, insere esta divulgação da investigação num contexto mais amplo da luta política geoestratégia, e diz que “não é um jogo desinteressado, não há intenção de ajudar o povo angolano, pelo contrário, há um reposicionamento estratégico no xadrez geopolítico internacional com vista a manterem os seus interesses em Angola, uma vez que o poder mudou de mãos”. Domingos da Cruz argumentou que “Angola não é uma democracia, nem um Estado democrático, e o que é razoável esperar é que a Justiça faça o seu caminho, e que Isabel dos Santos, enquanto mulher que está no centro das investigação, trilhe o caminho necessário de acordo com as regras, com direito a defesa, tem recursos para os melhores advogados”, apontou. Questionado sobre as possíveis consequências do caso conhecido como Luanda Leaks, o entrevistado respondeu: “As consequências serão sobretudo do ponto de vista legal, mas como Isabel dos Santos conseguiu acumular toda essa riqueza mediante o favorecimento do pai, a riqueza tem então origem política e uma solução para o problema passaria por uma questão política, porque o problema não é só jurídico”.
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação ( ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais. Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político orquestrado para a neutralizar e sustentou que as alegações feitas contra si são “completamente infundadas”, prometendo “lutar nos tribunais internacionais” para “repor a verdade”.
Sempre dissemos que o país estava a saque e nem sequer éramos ouvidos pela comunidade internacional, pelo contrário, havia cumplicidade, neste sentido; as pessoas envolvidas são tão ladras e corruptas quanto a Isabel e isso é uma lição para os africanos em geral