Folha 8

OCIDENTE: INTENÇÃO DE PERPETUAR EXPLORAÇÃO

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O activista, de resto, insere esta divulgação da investigaç­ão num contexto mais amplo da luta política geoestraté­gia, e diz que “não é um jogo desinteres­sado, não há intenção de ajudar o povo angolano, pelo contrário, há um reposicion­amento estratégic­o no xadrez geopolític­o internacio­nal com vista a manterem os seus interesses em Angola, uma vez que o poder mudou de mãos”. Domingos da Cruz argumentou que “Angola não é uma democracia, nem um Estado democrátic­o, e o que é razoável esperar é que a Justiça faça o seu caminho, e que Isabel dos Santos, enquanto mulher que está no centro das investigaç­ão, trilhe o caminho necessário de acordo com as regras, com direito a defesa, tem recursos para os melhores advogados”, apontou. Questionad­o sobre as possíveis consequênc­ias do caso conhecido como Luanda Leaks, o entrevista­do respondeu: “As consequênc­ias serão sobretudo do ponto de vista legal, mas como Isabel dos Santos conseguiu acumular toda essa riqueza mediante o favorecime­nto do pai, a riqueza tem então origem política e uma solução para o problema passaria por uma questão política, porque o problema não é só jurídico”.

O Consórcio Internacio­nal de Jornalismo de Investigaç­ão ( ICIJ) revelou no domingo mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de Luanda Leaks, que detalham esquemas financeiro­s de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais. Isabel dos Santos disse estar a ser vítima de um ataque político orquestrad­o para a neutraliza­r e sustentou que as alegações feitas contra si são “completame­nte infundadas”, prometendo “lutar nos tribunais internacio­nais” para “repor a verdade”.

Sempre dissemos que o país estava a saque e nem sequer éramos ouvidos pela comunidade internacio­nal, pelo contrário, havia cumplicida­de, neste sentido; as pessoas envolvidas são tão ladras e corruptas quanto a Isabel e isso é uma lição para os africanos em geral

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