ONDE O MAL IMPERA SER HONESTO É HEROÍSMO
Um amigo virtual que muito respeito, conhecido pelas iniciais GP, voltou hoje a uma loja Unitel para reclamar. Tinha pedido ontem a redução do cartão SIM ao tamanho Nano, tendo a funcionária que recebeu a solicitação recomendado tratar uma 2ª via. Em casa, ao ligar o telefone, notou que havia recebido um novo número e o pretendido Nano continuava activo. Decidiu reclamar. No dia seguinte, depois de receber a queixa e averiguar, a jovem funcionária que o tinha atendido na véspera, bem-educada e ciente do tempo perdido pelo cliente, disse. «Tem toda a razão, cometi um erro», e fez a reparação que se impunha.
No Facebook este gesto foi divulgado pelo próprio GP e logo apareceram os “likes” de justa admiração, o que, mesmo sendo justo é demais, a nosso ver, pois em muitos países do mundo, ou melhor, em certas áreas de praticamente todos os países do mundo, inclusive em Angola, esse gesto devia ser considerado, simplesmente, normal. Acontece que, só o é, quando o acto de errar não é considerado uma ameaça ao estatuto adquirido. Daí, a sua raridade, numa sociedade onde impera a produtividade compulsiva. Enfim, o amigo GP elevou o referido gesto ao patamar de um acto excepcional e tem razão. O drama angolano é que, entre nós o normal é a impunidade e, portanto, ninguém que tenha poder comete erros em Angola.