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A história da operação financeira de empréstimo de 30 mil milhões de dólares, teve início no final de 2016 e princípio de 2017, quando um grupo de investidores, liderado pelo Banco BNP Paribas teria abordado Jorge Gaudens Pontes para viabilizar um eventual interesse do Executivo de Angola ter esse financiamento chorudo. Acreditando na possibilidade, face ao corredor que tinha ( relação privilegiada com José Filomeno dos Santos) solicitou a este para ser portador de uma interessante proposta ao seu pai. A justificativa era a escassez de recursos financeiros, nos cofres públicos, em função da crise mundial, derivada pela baixa do preço do barril do petróleo, que algema toda estratégia do Produto Interno Bruto angolano.
Chegada à mesa de Eduardo dos Santos, a proposta foi credibilizada e, acto contínuo, marcada uma reunião secreta com a participação do ministro das Finanças, Archer Mangueira e do governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe, que se constituíram na “task- force” da operação, para a competente negociação e viabilização do financiamento. No início a coordenação executiva coube a Archer Mangueira, mas uma acção descompassada levou Eduardo dos Santos, a transferi- la para Valter Filipe. Depois disso a participação de Zenu dos Santos e, mesmo Gaudens Pontes, diz a fonte, seria acessória, resumindo- se a simples participação em algumas reuniões, no exterior, como meros observadores, sem qualquer papel decisivo, uma vez não serem membros do gabinete do Titular do Poder Executivo.
Uma das alíneas do acordo rubricado entre o executivo angolano e o consórcio de bancos internacionais, liderado pelo BNP- Paribas, para a viabilização do financiamento, contemplava uma transferência prévia de USD 1.500.000,00 ( um bilião, mil, milhões e quinhentos mil dólares), dividida em três tranches de quinhentos milhões de dólares ( USD 500.000.000,00) cada, que deveriam ser enviadas, nos prazos estabelecidos no contrato. No entanto, acreditando estar tudo nos carris, Eduardo dos Santos reuniu, com o então cabeça- de- lista do MPLA ( actual Presidente da República), Manuel Júnior, ministro de Estado e da Economia, Valter Filipe, ex- governador do BNA, “logo não fez sigilo da operação ao camarada João Lourenço, tão pouco a muitos membros do bureau político, porque acreditava na lisura e transparência do processo, que iria garantir uma folga financeira, à nova equipa de governação”.
Ora, sendo isso verdade, não se percebe a animosidade das partes, segundo alguns “opinion maker”, de lavarem roupa suja e os maus fígados, em hasta pública que, longe de atingir, apenas os visados, macula o MPLA, enquanto partido no poder, cuja imagem sai chamuscada em toda extensão, como organização criminosa.
“Por mais show- off que possam fazer na imagem da maioria dos cidadãos, a solução de Angola passa pelo banir do MPLA, pois eles agem como organização criminosa, que fazem tudo para o povo sofrer e se beneficiar. Agora como o novo líder quer afirmar o seu poder, não se importa de assassinar e descaracterizar, publicamente, o seu predecessor, chamando- o de marimbondo, retirando- o da moeda nacional, prendendo o filho, perseguindo a primogénita, queimando a sua imagem internacionalmente, acusando- a de ser a maior ladra, como se fosse a única a beneficiar das facilidades concedidas pelo seu pai”, afirmou Domingos Bernardo.
É a velha história das traições e ajustes de contas nos corredores palacianos, onde valem todas as vaidades, ódios e vinganças, menos a racionalidade de não gladiarem em público, enquanto camaradas do mesmo partido.