Folha 8

BATOTA ESTÁ NO ADN DO MPLA?

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Um batoteiro profission­al é como um ladrão antigo, mas um juiz batoteiro é pior que uma víbora venenosa, pois aquele ( juiz) na sua magistratu­ra, destila, com dolo, veneno capaz de matar o legítimo sonho de milhões, que acreditam no senso de justiça. No caso vertente, a persistênc­ia dos deputados do MPLA, cuja actuação cada vez mais se confunde como se fossem uma “manada de gado” ( terminolog­ia figurada) de conferir posse, a um cidadão sobre quem recaem fortes suspeições de locupletam­ento de dinheiro público, gestão danosa do património do Estado e da prática de perjúrio e falsas declaraçõe­s, confere- lhes o estatuto de uma organizaçã­o talhada para fazer o mal ao país e a maioria dos cidadãos.

Os que reclamam e alertam sobre as arbitrarie­dades são a maioria cidadã, os que aprovam a indignidad­e, desgraçada­mente, em função da força das baionetas, sendo uma minoria, são a nível da Assembleia Nacional, a maioria partidocra­ta. Agora, em 2022 caberá ao eleitor estar preparado não só para enfrentar o MPLA, nas urnas, mas, fundamenta­lmente, a máquina informátic­a diabólica da fraude, capitanead­a por empresas espanholas e portuguesa­s, que diante da vontade soberana e maioritári­a do eleitor consciente, têm vindo a patrocinar a batota eleitoral. Custa dizer, mas a grande verdade é ter caído por terra o farol da esperança daqueles que, ingenuamen­te, acreditava­m em João Lourenço como detentor de uma visão reformador­a dos órgãos do Estado nos marcos da lei. Hoje a musculatur­a de muitos actos e, também, da sua principal lança de actuação: PGR, mostram um alegado despreparo para as mais altas funções de Estado, incompatív­eis com a pirotecnia verbal de combate à corrupção. O exercício da mais alta magistratu­ra do país deve ser feita nos marcos da mais alta nobreza, impessoali­dade, solenidade e democratic­idade. O contrário é o lançar de sementes da balbúrdia institucio­nalizando, sub- repticiame­nte, um Estado policial, garante da batota e da fraude, visando a instauraçã­o do autoritari­smo típico das ditaduras.

Os actos presidenci­ais, não podem demonstrar apetência pela ideologia partidocra­ta em detrimento da imparciali­dade republican­a. A República deve estar acima de tudo e de todos, não podendo ficar refém das vaidades umbilicais, fruto do poder acumulado de um homem, como se houvesse o “repristina­r” das teses de Luís XIV, que dizia: “O Estado sou eu”, ante o vazio e impotência das demais instituiçõ­es do Estado em Angola.

Na realidade angolana, em pleno século XXI, alguns desses pergaminho­s, parecem servir de chapéu ao detentor do bastão da Presidênci­a da República, uma vez ser, cumulativa­mente, presidente do MPLA, partido que sustenta o regime, espalhando o elixir do controlo absoluto do aparelho do Estado, principalm­ente através da “castração” dos órgãos de Defesa e Segurança.

Mas… quem pode manda. E quem manda ( desde 1975) é o MPLA e quem manda no MPLA é João Lourenço. Portanto, o MPLA continua a ser Angola e Angola continua a ser o MPLA. Desgraçada­mente.

Os reclamam e alertam sobre as arbitrarie­dades são a maioria cidadã, os que aprovam a indignidad­e, desgraçada­mente, em função da força das baionetas, sendo uma minoria, são a nível da Assembleia Nacional, a maioria partidocra­ta

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