CARLOS JORGE ( KAJÓ ) ESTÁ VIVO
Ao contrário daquilo que o seu MPLA e sua povoação de protectores apaixonados pelos seus assassinatos o aplaudem, até hoje, simulavam de que o homem já era falecido, mas anda por aí, bem vivo, sem qualquer disfarce até mesmo rolando pelas ruas de Luanda e viajando sem grandes dificuldades .
Acredita- se, supostamente, com passaporte diplomático, pelo mundo fora e até mesmo aqui, na Alemanha já esteve, quando o cunhado, Alberto Correia Neto, era o embaixador, ao serviço do reino da corrupção angolana. Muitos da nossa geração hoje se o virem, dificilmente, o reconhecerão tirando aqueles que estavam, na altura, também ao serviço da bufaria nacional, dado o seu estado de apodrecimento físico e mental. Estou a imaginar esta grande maioria dos angolanos constituído hoje por jovens que quando ele mostrou o seu verdadeiro rosto assassino brutal tinham por aí, 3, 4, 5 anos de idade.
Carlos Jorge não é injustamente citado como um dos grandes assassinos que a história de Angola conheceu, em todos os livros que falam sobre os acontecimentos do 27 de Maio de 1977, ele foi sim, na verdade, um verdadeiro monstro, ao ponto que só a sua presença na cadeia de São Paulo, das vezes que aparecia com listas, já nos deixava todos com o coração nas mãos e quase certos de que a morte seria o mais certo.
Ele foi o estratega da qualidade da surra que se deveria dar aos presos, dos instrumentos de tortura dos mais brutais que ele mesmo improvisava, assim como o da morte e como, se á tiro, á facada, baioneta ou se com a língua cortada ou não, como aconteceu ao Kiferro, no dizer de quem, também participou no assassinato, o também, famigerado, Tony Laton, isto dito á mana Luzia, uma das irmãs, mais velha do Kiferro, que trabalhou na fábrica da Vilares, no tempo colonial, quando se encontraram numa festa de casamento ( se a consciência não me atraiçoa). Já agora importa dizer aqui, que o man Kayffy, como costumávamos lhe tratar na nossa roda de amigos, quando com o Mateus Matenda, Adé, Colombo, Lukombo, Mangurra, Bondeca, Mbala Neto, Carrasquinha e outros, este, por exemplo, tem irmãos que já estiveram no governo e no estrangeiro com bolsas e nenhum deles aceita ser citado como tal, até como se o Kiferro tivesse sido na verdade aquilo que o MPLA tentou pintar várias vezes com a sua poderosa indústria de manipulações, até mesmo, de factos históricos, mas ainda que fosse, será que existe; ex - irmão, ex - irmã ou ex- pai e ex- mãe?
Matine & Cajó foram á procura do kota ( Feio) irmão do Meíta
Carlos Jorge , procurava ele mesmo os seus melhores amigos para os matar, mandar matar e deixar morrer, foi ele mesmo quem procurou o mais velho, mais conhecido por Feio, irmão do nosso Meíta, para o prender e matar. O tipo tinha aparecido num carro civil acompanhado do Mário Matine, este outro assassino, nosso conhecido, que morou no Bairro Cruzeiro, batendo a porta de casa dos pais do mais velho Feio e o pai dele, nem por isso ficou assustado até porque Carlos Jorge frequentava a casa onde várias vezes já tinha bebido, comido e conversado com o seu filho como amigos que eram. O Feio, naquela altura não se encontrava em Luanda, estava numa das províncias, já como comissário político das FAPLAS, mas ainda assim, lá onde esteva acabou detido morto, posto num saco e atirado ao rio.
Osvaldo Inácio “entre os rostos da banalização da barbárie”
A violência dos seus punhos pareciam de ferro. Este era um baixinho, natural de Catete um semi- intelectual que frequentou o primeiro curso também da Contra Inteligência Militar, ministrado no Morro da Luz, por instrutores cubanos e no fim oficializado como grande parte dos alunos em oficial operativo deste ramo da Segurança Militar. Osvaldo Inácio usou e abusou da violência natural dos seus punhos que pareciam de ferro, para esmurrar e ferir tanta gente nas suas secções de interrogatórios sempre acompanhadas de muitos socos e escarros nos rostos das suas vitimas. Ainda estou mesmo para saber quantas mortes ele felicitou, pois foram poucos os que passaram pelas suas mãos que sobreviveram, se é que não foram morrendo aos poucos depois, dado a raridade da violência dos punhos de um tipo tão cambuta, rijo, como era ele, mesmo quando comparado com o Xavier um careca magrito que esmurrava, que se fartava e que enquanto o sangue da vitima não lhe salpicasse não desistia. Osvaldo Inácio conheci- o pessoalmente antes dos acontecimentos do 27 de
Maio de 1977, no curso que frequentamos juntos como um tipo calmo, meio intelectual, bem falante que se orgulhava por ser da região onde Agostinho Neto tinha nascido, mas a recordação que ficou foi a que demonstrou na cadeia de São Paulo, onde torturou tanta gente e quase nenhum deles sobrou vivo e de algumas idas suas á cadeia da Casa da Reclusão onde também surrou outros tantos antes de serem levados para á morte certa. Foi um torturador incansável, um grande estratega da crueldade, que se regozijava com o sofrimento alheio, aterrorizava e atacava com os seus punhos como se fosse um leão, podendo dizer- se, que o tipo explorou os seus punhos que já eram violentos por natureza, notava- se na hora dos abraços da saudação, antes dos acontecimentos do dia 27 de Maio de 1977, da pior forma banalizando cruel a mais abjecta barbárie.