CABINDA NUMA VERGONHA GERIDA PELO MPLA
Osituação em Cabinda degrada- se a cada dia, nada é feito em prol do seu desenvolvimento e das suas populações, em toda extensão. Os serviços de saúde são ainda mais precários do que a própria precariedade. A nível da educação, quando começa tomar um rumo e a vislumbrar- se a possibilidade de algum progresso, o MPLA interfere, pois o padre Congo, não é da tribo e hoje tem mais convicção de quão difícil é o sistema. E, como em todo o país, a competência é preterida em favor do cartão partidário que, novamente, prefere um néscio do regime do que um génio independente.
O município sede, que é a cidade capital da província, está entregue a um Administrador incompetente, negociante, e que não entende nada sobre gestão municipal e urbana. Basta ver que as estradas batem recordes de buracos por metro quadrado, a água falta, a energia é um bem raro. Tudo o que seria minimamente essencial há várias décadas desapareceu hoje do quotidiano dos cabindas.
O actual governador e que foi ex- ministro da Agricultura, Marcos Nhunga, em vez de escolher alguém com capacidade para ficar à frente do município, tudo indica que ( seguindo a ancestralidade do ADN do MPLA) quer colocar no cargo um familiar. As populações de Cabinda estão votadas a todo tipo de miséria, social, económica, moral e até cultural. Mas, como se sabe, o governo e os seus órgãos auxiliares não existem para resolver esses problemas. A sua função prioritária e única é resolver os problemas pessoais.
O actual governador, que está na província há quase um ano ainda não fez nada de visível. É muito influenciado pelo ex- titular, o agora ministro Eugénio Laborinho, que é apontado como sendo sócio das empresas que limpam e mal a cidade. Segundo se diz, a sua colocação em Cabinda a ele se deveu. Também sofre muita influência dos indivíduos do norte provincial, também eles preocupados nas negociatas próprias da nomenclatura oligárquica do regime. Aliás, se se verificar o portal oficial do Governo de Cabinda ( cabinda. gov. ao Governo Provincial de Cabinda | Página Inicial Este portal pertence aos Portais de Angola, conjunto de portais governamentais de Angola que são vias de comunicação do governo com seu povo e com o mundo, tem o objectivo de atender as necessidades informativas de seu povo e de divulgar suas acções em prol do cidadão angolano. cabinda. gov. ao
) verifica- se o nível de gestão e de responsabilidade do governo provincial. Ou seja, é igual a zero. Os munícipes de Cabinda reclamam pela nomeação de um novo Administrador, mais competente, que não esteja ligado à corrupção e que não seja parente do governador. Alguém que conheça de gestão municipal e urbana. Estão, obviamente a delirar ou a sonhar que Angola é o que não é, um Estado de Direito. Querer alguém que, ao mesmo tempo, seja competente, não tenha ligações à corrupção, não seja “afilhado” do governador e saiba o que é a gestão municipal urbana, é o mesmo que quer que o Pai Natal lhes ofereça um jacaré que, para além de vegetariano, tenha asas e voe. O governador pretende nomear um parente do Belize, sua terra natal, para a Administração Municipal de Cabinda, ao invés de escolher um que faça alguma coisa pela cidade de Cabinda. Convenhamos que se Marcos Alexandre Nhunga tivesse uma ténue ideia do que é e do que significa a competência, nunca teria sido ministro nem governador. Para o MPLA em geral, e em particular para o seu Presidente ( João Lourenço), ser completamente incompetente e, por isso, submisso bajulador é condição sine qua non para ter um bom lugar nos executivos do país, seja a nível central ou provincial. É importante saber- se sobre as razões de continuar o rolo de improbidade, nepotismo, negócio consigo mesmo, corrupção e desvio do erário público, que continua em Cabinda, impondo saber- se, face a tão má prestação, o seguinte:
1 - A quem pertencem as empresas de segurança que limpam a cidade de Cabinda? Ao anterior ou ao actual governador?
2 - Onde se encontram as morgues importadas pelo governo de Cabinda?
3 - Onde se encontram os equipamentos técnicos da Administração Municipal de Cabinda?
4- Quem são os sócios da empresa que comercializa os terrenos em Cabinda?
5 - O que é que o actual governador se propõe fazer para salvar a cidade de Cabinda?
6 - Para onde vai o dinheiro cobrado pelo INOT e pelo IGC?
Quando o governador Marcos Alexandre Nhunga foi apresentado em Cabinda, disse: “Vou trabalhar com todos os filhos desta terra e com os que decidiram viver aqui. Conto com todos para o desenvolvimento desta província. Louvamos o trabalho feito pelo Governador cessante, General Eugénio Laborinho, e vamos dar sequência à brilhante política que levou a cabo durante o tempo que esteve à frente dos destinos da província e, certamente, vamos introduzir o nosso ADN também”. A situação social e económica de Cabinda neste momento é desastrosa. Hoje nem vacas magras existem, desapareceram, ficou apenas uma, a vaca leiteira que é Cabinda e que, através das suas tetas ( as plataformas petrolíferas no mar e em terra), alimenta a voracidade e a volúpia dos deuses do Olimpo sentados em modorras de cristal enquanto que os cabindas, os deserdados do vento Norte, estão condenados ao estatuto de servos da gleba, provando a cada dia o fel dos seus instintos lupinos. Os filhos desta Terra de Muen- Ngoyo, Muen- Kongo e Muen- Loango carregam dentro de si a alma amarfanhada pelo peso da opressão, da pobreza e da exclusão social sistematicamente praticados pelo regime do MPLA. Estão, por isso, fartos de promessas. Já foram feitos todos os tipos possíveis de promessas para distrair e iludir a cáfila dos incautos sempre prontos a engolir o engodo da astúcia política do regime para alijar o ímpeto autonomista. Os cabindas precisam de actos concretos tendentes a restituir a dignidade a este Povo que geme neste vale de lágrimas, suor e sangue, onde até os profetas se calaram e não têm nenhum Ezequiel a profetizar o ressurgimento a partir dos “ossos ressequidos”.