Folha 8

COVID -19 COM A PRÁTICA DE 1977

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Opaís está a cumprir a quarentena depois de ter sido implantado o estado de emergência, mas está a ser adoptado como se de estado de sítio se tratasse, em função da linguagem musculada das mais altas patentes policiais e militares. O saudosismo é terrível. Por vezes assassino. O que se está a passar é muito grave e parece uma tentativa de se reeditar o genocídio do 27 de Maio de 1977, onde Agostinho Neto e a sua clique ao materializ­arem a dantesca orientação: “não vamos perder tempo com julgamento­s”, assassinar como Hitler havia feito aos judeus na II Guerra Mundial. A distribuiç­ão de rebuçados e chocolates quer dizer em linguagem policial e militar, em Angola Março/abril 2020, não perder tempo com o povo podre e dar- lhes porrete e bala é o “dever revolucion­ário” de uma polícia partidocra­ta. Uma polícia que ao invés de ser republican­a é do MPLA e todos os que tentarem procurar comida, por falta de trabalho devem receber a lei da bala. É o regresso da chacina em massa. Vamos a alguns casos: 1500 detidos; menino de 16 anos, morto no dia 03.04, na BCA- Cazenga, em Luanda, por um agente policial, pelo crime de ir comprar pão: três tiros!; no dia 04.04 no município de Buco- Zau/ Cabinda, 15 populares detidos e espancados brutalment­e, sob pretexto de desobediên­cia ao estado de emergência; no 12.04, na Lunda- Norte, Maria Agostinho, de 43 anos, foi espancada por efectivos da PN, por estar a dar de comer o filho de 7 anos, internado com paludismo e a malária, no hospital do Cafunfo; no Namibe no dia 10, dois cidadãos foram brutalment­e espancados pela PN e no Huambo, nas Cacilhas 2 casais ( 6 pessoas no total), com os filhos foram selvaticam­ente espancados, tendo ficado com fortes lesões corporais, obrigando- os a ter que ser assistidos em clínicas privadas onde foram suturadas as feridas provocadas pelas coronhadas e bastões. Estes são os rebuçados e chocolates policiais, igual aos que davam em 1977, com uma diferença de agora não poder reeditar da mesma forma, pese o desejo sádico, incubado de muitos governante­s.

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