LEONOR FIGUEIREDO APRESENTA “FRACCIONISMO – QUEM DISSE O QUÊ NO JORNAL DE ANGOLA ANTES E DEPOIS DO 27 DE MAIO”
A jornalista portuguesa, Leonor Figueiredo manifesta a 27 de Maio de 2020, o mesmo espírito sublevador da época. Em conjunto com a editora Elivulu, proporcionam aos amantes da História de Angola, um pedaço narrativo sobre o fatídico 27 de Maio de 1977 com a publicação do livro em “Fraccionismo”, uma análise documental em torno das matérias publicadas pelo diário estatal, Jornal de Angola.
Aobra em epígrafe segundo uma nota de imprensa da editora Elivulu insere- se na colecção “Biblioteca de Cárcere” e visa perpetuar os funestos acontecimentos que deram origem a convulsão política e ideológica da governação do primeiro presidente de Angola, Agostinho Neto. Numa altura em que o governo angolano saiu do silêncio com a criação da « Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos » , contestada por familiares e vítimas do 27 de Maio de 1977, segundo a mesma nota da editora “faz todo o sentido dar à estampa as declarações então proferidas no jornal do poder”. Passados 43 anos do massacre que ceifou a vida de milhares de angolano ( a) s, Leonor Figueiredo aborda o tema, lembrando os discursos directos de Agostinho Neto, Lúcio Lara, Iko Carreira, Beto Va- Dúnem, Saidy Mingas, Dino Matross, Lopo do Nascimento e José Eduardo dos Santos e outros.
Para a autora, o livro caracteriza os acontecimentos da época sob o olhar do diário estatal “este trabalho pretende espelhar as páginas do Jornal de Angola entre 1 de Janeiro e 11 de Dezembro de 1977, tendo como moldura os acontecimentos que se iniciaram a 27 de Maio. Trata- se de interrogar o passado recente, percorrendo o caminho do “fraccionismo” traçado pelo jornal do poder. Quisemos saber, no período pré- 27, quem falou de “fraccionismo” e como se lhe referiu, além de verificar como este órgão de comunicação social noticiou, adjectivou e comentou, directa e indirectamente a « fracção » discordante da direcção do MPLA. No pós- 27 de Maio, o foco incidiu no que foi noticiado e nos dados oficiais que daí se podem inferir, quer sobre o MPLA, quer sobre os “fraccionistas,” destaca Leonor Figueiredo.
O livro será apresentado a 27 de Maio de 2020, às 16H, num jardim de Lisboa, pelo sociólogo Manuel dos Santos. Estarão presentes pouquíssimos convidados, devido à pandemia da Covid- 19.