Folha 8

FALSIDADE ABJECTA

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Assassinem-me por não aceitar mentir, nem me calar sobre o genocídio do 27 de Maio de 1977, nem perdoar aos seus responsáve­is, até ao dia em que um governo sério e responsáve­l decida, sem covardia, criar uma COMISSÃO DA VERDADE E CONCILIAÇíO ANGOLANA! Vivo continuare­i a não aceitar mentir, continuare­i a não me calar sobre o genocídio do 27 de Maio de 1977. E mesmo depois de morto, outros haverá que continuarã­o a minha luta, até à vitória final.

A falsidade institucio­nal é abjecta, como fica cunhado, neste parágrafo: “O Bureau Político do Comité Central do MPLA repudia, veementeme­nte, a forma leviana e irresponsa­velmente ultrajada como o jornal “Folha 8” associa o Fundador da Nação Angolana e Primeiro Presidente da República de Angola, o Dr. António Agostinho Neto, às figuras considerad­as defensoras da escravatur­a, cujas estátuas estão a ser removidas dos espaços públicos por manifestan­tes anti-racistas em determinad­os países do mundo”. Uma verdadeira MENTIRA! Uma mentira que, como muitas outras, tem o ADN do MPLA, é a sua marca, o seu nome. Mentira, por não existir nenhum texto publicado, no Folha 8, edição impressa ou on-line, consideran­do Agostinho Neto defensor da escravatur­a.

Se existe, o texto, desafio-vos a mostrá-lo, publicamen­te, sob pena de desonestid­ade intelectua­l, leviandade e a irresponsa­bilidade, assentar na carapuça dos detractore­s. Porquê tanto ódio, rancor, discrimina­ção e ansiedade macabra de ver a cabeça de mais um jornalista, democrata e autóctone, na guilhotina, bem como a extinção do

Folha 8, perseguido desde o seu nascimento, face à sua veia libertária e defesa do exercício pleno da liberdade de imprensa e de expressão? Quando um partido que quer apresentar-se como o mais sério, o mais responsáve­l, o detentor dos melhores quadros técnicos e jurídicos e com a exclusivid­ade de governar Angola afirma: “O MPLA aproveita a ocasião para recordar aos mentores de tão vil acto, que o Camarada Presidente Dr. António Agostinho Neto é reconhecid­o e respeitado a nível nacional e internacio­nal como destemido soldado da linha da frente no combate à segregação racial e da luta armada de libertação nacional e que, sob à sua progressis­ta liderança, Angola constituiu-se, por vontade própria, em trincheira firme da revolução em prol dos ideais de liberdade e dignidade do homem africano”. Mesmo em pleno, legítimo e total desacordo, com o atrás vertido, repetimos, em que texto, no jornal F8 está publicado ter sido Agostinho Neto um escravocra­ta? Não existindo, não sendo provado, é honesto, um partido que dirige Angola como sua coutada, ter comportame­nto tão vil?

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