O FIM CONFESSO DO F8
Por outro lado, o F8, não tem um fim inconfesso.
O fim do F8 é confesso: dever da descoberta da verdade material, sobre os períodos macabros do país e os seus principais responsáveis, para em comunhão; algozes e vítimas imperar um diálogo honesto e sincero, através da libertação dos recalcamentos, ódios e sentires, na busca da conciliação e do perdão mútuo. E tanto assim é que, não tendo F8 considerado, nem escrito em nenhum texto, Agostinho Neto como escravocrata é o próprio Bureau Político do MPLA, que não prescinde de reconhecêlo na galeria de assassinos e ditadores.
Eu confesso, como democrata, que, quando um líder, publicamente, em cadeia nacional, afirma: “Não vamos perder tempo com julgamentos”, mandando para a morte 80 mil inocentes e prendendo outros mais, sem processo e culpa formada, está mais identificado como assassino do que humanista. Igualmente, quando um líder coloca o seu partido, no pedestal de primeiro órgão do Estado, com o poder de legislar e aprovar o Orçamento de Estado, proibindo o multipartidarismo, fuzilando adversários e inimigos, sem um justo processo legal e pena de morte, na constituição e lei, não é um democrata, mas um ditador.
Assim, as minhas divergências com o Bureau Político são de conceitos: o da VERDADE e o da MENTIRA.
Eu quero discutir a verdade, como o genocídio do 27 de Maio de 1977, a desonra, a discriminação contra todos que pensem diferente e o Bureau Político do MPLA foge do confronto de ideias, em igualdade de circunstâncias, como o diabo da cruz. Tenho legitimidade de aceitar e conviver, pacificamente, com os angolanos que consideram Agostinho Neto herói nacional, fundador da nação, e líder corajoso, mas aceitem que William Tonet, com a mesma legitimidade, não lhe reconheça essas faculdades, pelos assassinatos bárbaros, divisões e prisões arbitrárias, que carrega ao longo do seu percurso político, quer na liderança do MPLA, como da República.
É um direito que me assiste. E, isso, em democracia, não é crime, mas o é numa “demotadura” (democracia mais ditadura), é, daí, o envio de ordens peremptórias, para a ERCA do MPLA esfolar e ou assassinar, mesmo sem provas, mesmo mentindo, mesmo violando a lei, através de decisão sancionatória e os tribunais do MPLA, também, através de sentença judicial, não perderem tempo com julgamentos, apanágio das “ordens superiores”, logo está descartado o contraditório, as provas, a presunção de inocência.