Folha 8

SOBRE CABINDA, PORTUGAL DIZ O QUE O MPLA MANDA

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O movimento independen­tista de Cabinda convidou, em 16 de Setembro de 2018, o primeiro- ministro português, que na altura visitou Luanda, para visitar também o território. Como António Costa só faz o que João Lourenço quer, a eventual visita ficará sem efeitos durante o tempo em que o MPLA for governo ( talvez durante mais 55 anos). A Direcção PolíticoMi­litar da Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda ( FLEC/ FAC) adiantou que o convite se destinava a que António Costa pudesse “inteirarse pessoalmen­te da realidade, longe da máquina de propaganda angolana, a encontrar os seus compatriot­as cabindeses e reunir com as chefias militares e políticas do movimento independen­tista”.

“A FLEC/ FAC e todos os cabindeses acreditam que, por intermédio de Portugal e da vontade e coragem do senhor primeiro-ministro de Portugal, António Costa, uma solução que ponha fim ao conflito em Cabinda poderá ser encontrada”, lia- se no comunicado, assinado por Emmanuel N’zita, presidente da FLEC/ FAC, chefe do Governo provisório e também chefe supremo das FAC. No comunicado o presidente do movimento pedia ainda a António Costa, que, durante a sua visita a Angola, intercedes­se junto do presidente angolano João Lourenço “a favor de uma paz negociada para Cabinda”. Emmanuel N’zita declarou que a Direcção Político- Militar da FLEC/ FAC “ainda acredita” que Portugal pode ter “o papel principal nas negociaçõe­s que levem ao estabeleci­mento definitivo da paz” em Cabinda.

A FLEC/ FAC referiu que António Costa deve ( devia se Portugal fosse, em matérias internacio­nais, um verdadeiro Estado de Direito) ter em conta “os vínculos históricos e a herança que une as duas Nações” e “o apego inabalável dos cabindas a Portugal”. Emmanuel N’zita disse ainda que depositava em António Costa “toda e total confiança para defender a dignidade do povo de Cabinda, acabar com o sofrimento do povo cabindês e dar um passo firme para o fim da guerra em Cabinda”. Num comunicado anterior, a FLEC/ FAC afirmou “lamentar o silêncio cúmplice” de António Costa perante a “repressão militar angolana no território ocupado”, constituin­do uma “atitude que envergonha todos os Estados- membros da CPLP [ Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], sobretudo a nação portuguesa”. “Denunciamo­s o silêncio do Governo português, em particular a cumplicida­de do primeiro-ministro português [ António Costa] com a Angola de João Lourenço, que reprime a população indefesa de Cabinda”, lê- se no comunicado, assinado por Jean

Claude Nzita, secretário para a Informação e Comunicaçã­o e portavoz da FLEC/ FAC. O movimento referiu que o Governo português “continua a fechar os olhos à política agressiva de Angola em Cabinda, o que é um escândalo histórico” e pede aos paísesmemb­ros da CPLP “que reconheçam Cabinda como membro de pleno direito” da organizaçã­o, “apesar da influência do Governo angolano na organizaçã­o”.

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