GADO DOENTE DO TCHAD

OExecutivo angolano, no âmbito das relações comerciais entre os Estados, concede créditos financeiros. Fez isso com o Tchad, num montante de 100 milhões de dólares. O país devedor, face a crise económica e falta de capacidade para honrar os compromissos, propôs um pagamento (devolução) do empréstimo, não em dinheiro, mas em espécie: 75 mil cabeças de gado bovino, equiparando-o ao valor de mercado. O Titular do Poder Executivo anuiu. Até aqui, nada de mal... O problema é o estado deplorável em que chegaram as cabeças de gado; raquíticas, doentes, sem peso exigível e baixo valor comercial, quer dizer, “gado-morto”. Quem é o responsável desta sacanagem? Os angolanos! Acusa o embaixador do Tchad, em Angola, Mahamat Saleh Abdeldjelil, para quem as autoridades da Agricultura e Pescas não terão curado de cuidar da alimentação, vacinas e condições de acomodação, durante a viagem e instalação no terreno dos animais. Urge perguntar aos “chicos-espertos”, do executivo porque não fizeram uma criteriosa inspecção, para aferir do estado de saúde do gado? A omissão e desleixo é crime. Crime económico, quanto a desvalorização de receita pública. Crime de corrupção activa. Durante a viagem morreram 35 cabeças e, já em Angola, cerca de 650 (26.06), não resistiram ao estado débil e deplorável. Dar ao povo carne contaminada, constitui, também, um crime. Não do Tchad, mas do Executivo. Da sua incompetência e crónica má gestão dos dossiers, mais preocupados nas “comichões”, para beneficiar uns poucos, privadamente. Uma verdadeira bandidagem institucional, que deveria levar a cadeia os responsáveis. Um país sério e responsável mandaria o navio de volta, com o respectivo gado. Em Angola, a maioria destas cabeças não têm hipótese de sobreviver, quer dizer 75 mil vacas, colocadas num planalto, com clima diferenciado, em Camabatela. O gado para beber água têm de descer, ao rio para depois tornar a subir, neste exercício, muitos morrem, quer nas margens do rio, como caiem por falta de forças, na subida. Uma vergonha, como o Executivo não cuida do património dos cidadãos. Deveriam ser levados às barras do tribunal.