O VERDADEIRO RACISMO DE MICHAEL POMPEO
Recentemente, a violenta ocorrência praticada pelos policiais brancos americanos levou à morte do afro- americano George Freud, refletindo a discriminação racial generalizada de longa data nos Estados Unidos. O incidente causou protestos em larga escala contra a discriminação racial nos Estados Unidos e não só, Governos e meios de comunicação de todo o mundo apresentaram- se para criticar o racismo, diversas campanha, protestos contra o racismo apareceram no Canadá, Grã- Bretanha, Austrália e nos países africanos.
Figuras de todas as esferas da vida nos Estados Unidos apresentaramse para condenar a discriminação racial e o “excesso de limite” praticado pelos agentes de policiamento americano, tais como: Carter, Clinton, George W. Bush e Obama, todos emitiram declaração a condenar o racismo e criticar o governo dos EUA por não responder correctamente às necessidades sociais. Ministros e elites de todas as classes da sociedade apresentaramse para condenar o racismo, incluindo Pelosi, o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, e Biden, o candidato democrata à presidência. Como alto funcionário do governo dos EUA e seguidor mais leal de Trump, Pompeo não disse nada até ao momento.
A falta de expressão do político é na verdade uma atitude: a partir de suas palavras e ações como Secretário de Estado, pode- se ver que Pompeo é um racista supremacista branco, e é justamente porque os Pompeo’s continuam a incendiar conflitos sociais e criar barreias sociais. A cisão torna o supremacismo branco ainda mais proeminente nos Estados Unidos, e desde então as ocorrências similares à morte de Freud estão a ocorrer repetidamente. Até os tumultos espalharem- se pelo todo o país, as críticas e protestos generalizaramse por toda a comunidade internacional, Pompeo ultimadamente, instruiu a embaixada dos EUA na África a abordar sobre a situação e expressou sua oposição anti- racismo. Mas o povo africano não está a ser tão facilmente enganado. Eles descobriram que, após a morte de George Freud, nem o Conselho de Estado nem as embaixadas sob a liderança de Pompeo fizeram alguma declaração neutra e realista. O verdadeiro objectivo deles é acalmar a raiva internacional e redenção da imagem dos Estados Unidos no mundo internacional, e não contra a discriminação racial.
Os países e o povo africano há muito tempo entenderam que o comportamento racista de Pompeo. Como diplomata- chefe dos Estados Unidos, Pompeo visitou a África pela primeira vez em fevereiro deste ano e visitou os três países africanos numa curta estadia de três dias, de Senegal, a Angola e Etiópia, lêse o desprezo interior de Pompeo. Na véspera de sua visita à África, Pompeo tem pressionado o governo dos EUA a impor restrições de viagem a países muçulmanos, incluindo 4 países africanos. Durante sua visita à África, Pompeo não teve respeito pelos países e governos africanos. Em Janeiro de 2018, quando os líderes norteamericanos abordaram suas políticas antiimigração, classificaram o Haiti e os países africanos negros como “países de merda”, o que causou alvoroço em todo o mundo. A primeira viagem de Pompeo à África não referenciou nem pediu desculpas por isso, ele simplesmente não se importou com os sentimentos do povo africano, porque também se opunha contra a imigração da raça negra Pompeo interferiu continuamente nos assuntos internos dos países africanos. Culpar os países africanos por corrupção política e violações de direitos humanos, indicar a proposta correcção constitucional da África do Sul com fim de manter os direitos e interesses da raça negra, criticar o Zimbábue, a Tanzânia e outros países pela experiência socialista, insinuaram a completa falhança.
Pompeo também acusou a cooperação de África com outros países. Parece que os governos e líderes africanos não são tão inteligentes quanto Pompeo, e o povo africano não é capaz de liderar com os interesses de seus próprios países. As acusações de Pompeo obviamente não são para o benefício dos africanos, mas para o medo de que outros países tenham mais influência na África. A tentativa de monopolizar nos assuntos africanos, nomeadamente nas trocas económicas, a cooperação estrangeira dos países africanos deve, no entender dele, primeiro com os Estados Unidos antes de dar oportunidades a outros países.
A África é grande, com um grande número de países e população, o desenvolvimento geral ainda é relativamente atrasado. Do ponto de vista dos interesses dos países africanos, a África precisa cooperar com todos os países do mundo, incluindo Estados Unidos, Europa, Japão, China e Rússia, desde que que possa promover o desenvolvimento dos países africanos, criar oportunidades de emprego para o povo africano, é uma boa parceria para a África sair da pobreza. É compreensível que Pompeo queira manter e expandir a influência dos Estados Unidos na África, mas não possa prejudicar os interesses dos países africanos, dificultar a cooperação dos países africanos com outros países e impedir que os países africanos obtenham ajuda de outros países. Pompeo pode muito bem incentivar as empresas americanas investir mais, mais financiamento privilegiado e mais assistência à África. O direito ao desenvolvimento é o direito básico e urgente do povo africano. Pompeo só sabe apontar os dedos, sem respeita os direitos de desenvolvimento autónomos do povo africano e não se sinta a empatia dos sofrimentos do povo africano.
O quão racista, mas corre pelo mundo a acusar falta de direitos humanos noutros países, a ensinar outros a melhorar os direitos humanos. A hipocrisia e padrões duplos são realmente irônicos. Os afro- americanos são discriminados nos EUA e a situação de perseguição não se melhorou há décadas desde movimentos pelos direitos civis. Se altos funcionários americanos, como Pompeo, realmente se preocupam com os direitos humanos e esperam melhorá- los no mundo, devem promover reformas políticas e sociais nos Estados Unidos, eliminando primeiramente a discriminação contra afro-americanos, depois disso é que promove a boa imagem do tal. * Supervisor de Segurança
* Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.
Decorrendo sobre uma superfície reduzida, considerado militarmente de baixa intensidade, o conflito entre Israel e Palestina é todavia de uma grande importância estratégica. “Uma terra sem população e uma população sem terra.” Falando assim de maneira imprecisa sobre a Palestina em 1979, LORD BALFOUR criava condições para um conflito entre Israel e Palestina, definindo a sua natureza: uma rivalidade para o controlo de um território. Se o povo judeu não tinha ainda efectivamente o seu Estado, a Palestina, pertencendo naquela época ao Império Otomano, não estava desabitado. THEODORE HERTZL publicava, em 1897, o Estado dos judeus, reclamando a criação de um Estado para o povo judeu de formas a protege- lo das perseguições anti- semitas. Querendo dar corpo a esse projecto, LORD BALFOUR esperava obter o apoio das comunidades judaicas na guerra contra a Alemanha. Essa promessa entrava em choque frontal com aquela que concedia a independência aos povos árabes, caso esses se juntassem ao Reino Unido na luta contra o Imperio Otomano. Aquando da primeira guerra mundial a Palestina estava sob tutela do Reino Unido. Os judeus faziam 10% da população. A atracção do projecto sionista e as perseguições anti- semitas na europa provocaram uma migração massiva. No final da segunda guerra mundial, os judeus faziam 30% da população Palestiniana. O grande crescimento demográfico e concomitantemente a compra de terras, criou desavenças entre as comunidades que viviam até então em harmonia. As Nações Unidas previam um plano de dividir a Palestina de formas a permitir a criação de um Estado árabe e de um Estado judeu, lado a lado. Os árabes sentindo- se enganados e pensando que pagavam o preço de um genocídio perpetrado na Europa pelos europeus, negavam o princípio da criação de um Estado judeu. A primeira guerra entre israelitas e palestinianos, estoura. Ela foi ganha pelo jovem Estado hebreu que se expandia passando de 50% à 78% da Palestina ( que estava sob tutela do Reino Unido). Muitos Palestinianos fugiam ou eram expulsos das suas terras tornandose assim em refugiados. Jerusalém- Oriental e a Cisjordânia estavam ocupados pela Jordânia, o Egipto tomava o controlo da faixa de Gaza. Os países árabes recusavamse de reconhecer Israel. Em 1956, o Reino Unido, a França e o Israel lançam uma operação militar conjunta contra o Egipto que acabava de nacionalizar o Canal de Suez. A ajuda dada ao Egipto pela URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) levou os três países a se retirarem do Canal. Através de uma guerra preventiva em surpresa ( a famosa guerra de seis dias), Israel destruiu os exércitos da Síria e do Egipto e tomou o controlo do Sinai Egípcio, do Golan Sírio assim como Jerusalém- Oriental, Cisjordânia e faixa de Gaza. A paz entre Israel e Egipto concluída sob os auspícios dos Estados Unidos de América através dos acordos do Camp David ( base militar no Estado de Maryland) em 1978, permitiram a devolução do Sinai ao Egipto. A anexão do Golan Sírio e dos territórios palestinianos, por Israel não foi reconhecida pela comunidade, incluindo pelos aliados históricos – os Americanos.
Em 1973, uma nova guerra opunha o Egipto e a Síria ao Israel e se concluiu com um Status Quo. Um movimento nacional nascia nos anos 1960 na Palestina, e vai passar da recusa da existência de Israel à sua aceitação, no final do ano 1980, juntandose a perspectiva de “territórios contra a paz”. Três acontecimentos mudam a face do conflito, no final do ano de 1980. Uma revolta popular ( intifada- revolta contra um regime opressor), teve origem na Palestina contra a ocupação Israelita. Esta ocupação já não era combatida pelos meios bélicos de fora mas sim por uma protestação popular. O desmoronamento da URSS em 1991 permitiu a migração de um milhão de judeus nos territórios ocupados. A guerra do Golfo ( guerra que opôs de 02/ 08 à 28/ 02/ 1991 o Iraque a uma aliança de 35 Estados chefiados pelos EUA), mostrou a pertinência do problema Palestiniano à toda a comunidade árabe e a urgência, para os Estados Unidos de América de se atacar a resolução do problema, de formas a não perder aliados estratégicos naquela região. Os acordos de Oslo ( acordos entre Israelitas e Palestinianos na Noruega para assentar as bases de uma resolução do conflito), assinados em 1993, previam o reconhecimento de Israel pelos Palestinianos e sua retirada faseada nos territórios ocupados de formas a permitir a criação de um Estado Palestiniano.
O assassinato do Primeiroministro YITZHAK RABIN ( que tinha assinado os acordos), por um extremista judeu, a continuação da colonização dos territórios Palestinianos por Israel durante o processo de negociações, a organização dos atentados terroristas pelos palestinianos radicais do HAMAS ( movimento islamita palestiniano constituído de um braço politico e outro armado, muito activo na faixa de Gaza), que negava reconhecer Israel, foram determinantes no fracasso do processo de paz. A ascensão ao poder do General ARIEL SHARON ( 2001- 2006), que sempre se opôs ao processo de paz no início do ano 2001, o clima de confrontos entre o mundo ocidental e o mundo muçulmano depois dos atentados do 11 de Setembro de 2001, vieram a afundar as esperanças do fim da espiral de violência. Contudo, o grande paradoxo é que existe um consenso geral nos contornos de um futuro acordo: a criação de um Estado Palestiniano nos territórios conquistados por Israel em 1967, o reconhecimento de Israel pelo conjunto de países árabes, a escolha de Jerusalém- Oriental como Capital de cada um dos Estados e um acordo sobre o regresso dos refugiados Palestinianos, que terá em conta o reconhecimento político dos prejuízos. (...) Os árabes, os muçulmanos e a maior parte dos países descolonizados, consideram que a continuação da colonização das terras Palestinianas por Israel, não seria possível sem o forte apoio politico, jurídico, económico e estratégico dos países ocidentais pontificados pelos Estados Unidos de América. (...) Muitas vezes apresentado como religioso e étnico, o conflito entre Israel e Palestina é na realidade um conflito territorial. Ele conquistou ao longo dos anos, uma importância estratégica fundamental, no centro de um eventual conflito de civilizações. Esse conflito é central na relação entre o mundo muçulmano e o mundo ocidental. * Formado em relações internacionais e diplomacia pela Escola Nacional de Administração do Benin * Nota. Todos os artigos de opinião responsabilizam apenas e só o seu autor, não vinculando o Folha 8.