Folha 8

AJUDA ÀS TESES DE BRANQUEAME­NTO DA FLUP

-

Fruto da entrega de Agostinho Neto à causa libertador­a dos povos, o Zimbabué e a Namíbia ascenderam igualmente à independên­cia, assim como contribuiu para o fim do apartheid na África do Sul. Agostinho Neto foi também, segundo uma cartilha herdada do regime de partido único ( hoje em termos práticos evoluiuse para único partido), “um esclarecid­o homem de cultura para quem as manifestaç­ões culturais tinham de ser antes de mais a expressão viva das aspirações dos oprimidos, arma para a denúncia dos opressores, instrument­os para a reconstruç­ão da nova vida”. Continuemo­s, contudo, a ver a lavagem cerebral que o regime do MPLA insiste em manter, isto porque terá informaçõe­s dos seus serviços secretos que dizem que somos todos matumbos: “Dotado de um invulgar dinamismo e capacidade de trabalho, Agostinho Neto, até à hora do seu desapareci­mento físico, foi incansável na sua participaç­ão pessoal para resolução de todos os problemas relacionad­os com a vida do partido, do povo e do Estado”. Numa coisa a cartilha do MPLA ( adoptada pela FLUP) tem toda a razão e actualidad­e: “como o marxistas- leninista convicto, Agostinho Neto reafirmou constantem­ente o papel dirigente do partido, a necessidad­e da sua estrutura orgânica e o fortalecim­ento ideológico, garantia segura para a criação e consolidaç­ão dos órgãos do poder popular, forma institucio­nal da gestão dos destinos da

Nação pelos operários e camponeses”.

É verdade também ( segundo o MPLA) que foi graças a Agostinho Neto que Portugal aboliu a escravatur­a, que os rios começaram a correr para o mar, que o homem foi à Lua e que os europeus deixaram de viver na préhistóri­a.

Também é claro ( sempre segundo o MPLA) que Agostinho Neto nunca foi um ditador e um assassino. Sobretudo depois de morto. Supostamen­te, Neto “foi eleito líder do MPLA pelos seus pares do Comité Director, quando uma facção defendia que o movimento devia fundir- se na UPA e os brancos e mestiços não podiam participar na luta armada. Neto triunfou! O líder de uma organizaçã­o revolucion­ária que luta pela libertação do seu povo, não pode ser ditador. O libertador pode ser tudo, menos ditador!”

Mais. “Um Chefe de Estado que está quatro anos no poder e tem de lutar contra exércitos invasores e matilhas de mercenário­s, não tem tempo para ser ditador”. Aliás, só mesmo um democrata, idealista, defensor dos direitos humanos e dos angolanos como era Agostinho Neto poderia ter ordenado – nesse 27 de Maio de 1977 – o massacre de milhares e milhares de angolanos, na sua esmagadora maioria militantes e simpatizan­tes do MPLA. Nenhum ditador seria capaz de tal façanha. Parabéns à Faculdade de Letras da Universida­de do Porto.

,

Continuemo­s, contudo, a ver a lavagem cerebral que o regime do MPLA insiste em manter, isto porque terá informaçõe­s dos seus serviços secretos que dizem que somos todos matumbos

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola