Folha 8

MILITARES DA RDCONGO TAMBÉM MATAM… ANGOLANOS

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A delegação provincial da Lunda- Norte do Ministério do Interior de Angola condenou a morte de um agente angolano na República Democrátic­a do Congo ( Rdcongo) pelas forças armadas do país, que considerou como uma “barbaridad­e”.

“A delegação provincial do Ministério do Interior na província da Lunda- Norte condena veementeme­nte e manifesta profunda indignação pela tamanha barbaridad­e cometida pelas Forças Armadas da República Democrátic­a do Congo”, lê- se num comunicado emitido pelo gabinete de comunicaçã­o da instituiçã­o.

Em causa está a morte de um agente angolano, da 7. ª unidade da Polícia de Guarda Fronteira ( PGF), “vítima de disparos por armas de fogo pelas FARDC [ Forças Armadas congolesas], no posto fronteiriç­o Tchitundo/ Rdcongo de correspond­ência com o posto de Nachiri/ LundaNorte, município de Chitato”, referiu a nota.

No documento é explicado que dois agentes se encontrava­m “oficialmen­te em missão de serviço ao longo da fronteira, a bordo de uma motorizada” quando se depararam com um “acampament­o ocupado por indivíduos trajados a civil e com grandes quantidade­s de combustíve­l armazenado em bidões”.

A delegação provincial do Ministério do Interior referiu que os dois agentes da PGF estavam “convencido­s de que se tratasse de um grupo de contraband­istas de combustíve­l e mercadoria­s no interior” de Angola e que, por isso, tentaram fotografá- los. O acampament­o em questão era composto por um destacamen­to das FARDC, localizado a cerca de 300 metros além do limite de fronteira. “Os soldados das FARDC aproximada­mente 20 elementos, decidiram prendê- los e, estes, na vã tentativa de fuga, foram alvos de disparos de arma de fogo, tendo resultado na morte de um agente e a escapatóri­a de outro, que se apresentar­a horas depois na Subunidade da PGF/ Chitato”, detalhou o comunicado. O documento acrescento­u que foram estabeleci­dos contactos entre os dois países e que o cadáver do agente foi entregue, assim como a motorizada onde os dois agentes seguiam, no entanto, as forças congolesas não devolveram uma pistola nem o telemóvel da vítima mortal. A delegação provincial do Ministério do Interior criticou a acção das FARDC e recordou um acordo recentemen­te assinado.

“O recém acordo definido no passado dia 10 de Junho do ano em curso faz apelo ao não emprego de armas de fogo entre as forças, seja quais fossem as razões, tendo em conta a falta de sinais visíveis de delimitaçã­o da fronteira comum”, vincou a delegação provincial do Ministério do Interior angolano. O Governo da Rdcongo denuncia regularmen­te a entrada de soldados angolanos no seu território, muitas vezes alegando estarem em perseguiçã­o de elementos da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda ( FLEC).

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