COVID-19 ENTROU NO MPLA
Cerca de 50 membros do Bureau Político do MPLA, no poder em Angola desde 1975, incluindo o Presidente do partido, da República e Titular do Poder Executivo, João Lourenço, vão ser testados à Covid- 19, após um caso positivo num dirigente que participou presencialmente na última reunião da cúpula do partido. Segundo o porta- voz do MPLA, Albino Carlos, foi confirmado um caso de Covid- 19 entre um membro do Bureau Político que esteve presente na reunião do passado dia 30 de Junho, onde esteve também o presidente do partido e chefe do executivo angolano, João Lourenço. Se é o próprio partido a dizer que, afinal, os dirigentes do MPLA não têm imunidade à Covid- 19, o Povo sentirse- á ( ligeiramente) melhor!
Albino Carlos adiantou que o político em causa, cujo nome se escusou ( e muito bem) a revelar, mas que já se sabe ser o ex- governador do Uíge, Pinda Simão, testou positivo à Covid- 19 no âmbito de uma testagem “em decorrência de uma visita que iria fazer a uma província, por força maior”.
Tendo em conta o resultado, “como medida de saúde pública, e seguindo as recomendações das autoridades sanitárias e da Organização Mundial de Saúde há necessidade de fazer um rastreio de todos os contactos”, explicou, indicando que todos os membros da cúpula do MPLA que participaram na reunião vão fazer o teste “para confirmar se estão infectados” e procurar “cortar a cadeia de transmissão”.
O órgão máximo do MPLA tem 72 membros, mas estiveram presentes na reunião menos de 50 pessoas, para cumprir o distanciamento social e as regras do estado de calamidade, segundo Albino Carlos. Os membros do
Bureau Político que se encontram fora de Luanda, província que está sob cerca sanitária, participaram através de videoconferência. Segundo o porta- voz do MPLA, o partido vai continuar a realizar as suas actividades dentro “do novo normal”, seguindo as recomendações sanitárias.
“Não vamos alterar em função deste caso, estamos a viver um novo normal com a pandemia de Covid- 19, mas vamos continuar a fazer as nossas actividades
políticas. Queremos enfrentar e vencer os desafios eleitorais”, destacou Albino Carlos, realçando que estão a ser privilegiadas também as novas tecnologias de comunicação à distância. Presume- se que nessas novas tecnologias continuam a figuram máquinas de calcular a fraude eleitoral, o valor dos subornos e o branqueamento das gralhas técnicas…
O Banco Africano de Desenvolvimento ( BAD) diz que a pandemia de Covid- 19 pode atirar quase 50 milhões de africanos para a pobreza extrema e destruir até 30 milhões de empregos, principalmente na África central e ocidental.
“A pandemia de Covid- 19 pode atirar entre 25 a 50 milhões de pessoas para uma situação de pobreza extrema, a maioria delas na África ocidental e central”, disse Hanan Morsy, na apresentação da actualização das previsões económicas para o continente africano.
No Suplemento às Perspectivas Económicas Africanas, apresentado em formato virtual em Abidjan, a directora do departamento económico desta instituição multilateral apontou ainda que as estimativas apontam para a perda de 25 a 30 milhões de empregos, principalmente na economia informal, que representa a maioria da actividade económica no continente.
No documento que actualiza as previsões feitas no final de Janeiro, o BAD recomenda aos governos que façam uma gestão cautelosa do fim das medidas de confinamento e reabertura das economias, rejeitando a ideia de tolerância zero, segundo a qual só quando não houver casos activos a economia é reaberta. “Tem de haver um desconfinamento gradual, com base nas cadeias de transmissão menos vulneráveis, nomeadamente nas indústrias, na construção, e depois, com mais segurança, no retalho”, defendeu Hanan Morsy. Na apresentação, a responsável disse que a região da África oriental “é mais resiliente graças à diversificação e menor dependência das matérias- primas, crescendo 0,2% no pior cenário”.
Pelo contrário, a África Austral, onde está Angola e Moçambique, é a região mais vulnerável, podendo enfrentar uma quebra do Produto Interno Bruto ( PIB) entre 4,9% e 6,6%, de acordo com o BAD, que estima ainda uma duplicação dos défices orçamentais para 4% do PIB e uma subida de 10 pontos percentuais na dívida pública, para uma média acima de 70% este ano que quase chega a 75% em 2021.
O BAD piorou as previsões de crescimento para o continente, antecipando agora uma recessão de até 3,4% este ano, considerando que a pandemia de Covid- 19 “é um evento tipo cisne negro, que acontece uma vez por século e é imprevisível”. No Suplemento às Perspectivas Económicas Africanas, o banco estima agora uma recessão de 1,7% até 3,4%, dependendo do cenário médio ou mais gravoso, e uma recuperação de entre 2,4% a 3% no próximo ano.
“Os países dependentes da exportação de matérias- primas e do turismo serão os mais afectados”, com quebras no PIB de 2 a 4% no caso dos exportadores e de mais de 10% para os países dependentes do turismo para equilibrar as finanças públicas.