PROLIFERAÇÃO DE SEITAS RELIGIOSAS E DE PSEUDO PROFETAS (I)
Cada vez mais ouvimos, em toda a parte do mundo, estórias sobre falsos médicos, advogados, professores, funcionários, cobradores de impostos, oficiais de justiça, trabalhadores fictícios, bem como falsificadores de colarinho branco, frequentemente qualificados de usurpadores de documentos, sonhos, planos e esperança. Esses grandes bandidos, também usurpadores de títulos, causam danos irreparáveis e incalculáveis, num número infinito de vítimas.
No entanto, menos se ouve sobre uma outra categoria perniciosa na vida dos cidadãos, os falsos pastores, bispos, profetas e outros charlatães que enganam e roubam em nome de Deus, alguns exibindo títulos académicos falsificados de universidades ou altas autoridades religiosas de outras confissões e, imediatamente, se autoproclamam “doutores, bispos ou profetas“, untados e enviados, por Deus, para pregar a fé, mas o que fazem é o inverso, pois fazem orgias e pregação ao dinheiro dos incautos, para se enriquecerem. Nos primeiros tempos levantam a bandeira da humildade, mas depois apenas brilham com base na arrogância como se fossem “sumos sacerdotes”, mestres em tudo, cujo comportamento é denunciado pela própria Bíblia. Actualmente, denunciar os usuários de falsificações e, especialmente, os pastores falsos que enganam os cidadãos das nossas sociedades, não pode ser mais um tabu, especialmente, em Angola, face aos abusos desses impostores, as muitas vítimas, quer do ponto de vista sexual, financeiro ou psicológico.
Estes predadores da alma sempre contam com uma massa de fanáticos, seguidores fiéis e cegos, que, também, recebem algumas migalhas, na tese dos “30 dinheiros“, prestandose a uma cumplicidade pagã sem precedentes, principalmente, passando aos fiéis a imagem dos falsos bispos e pastores, estarem acima das leis e normas estabelecidas na Bíblia, como se fossem “minideuses“na terra, capazes até de manipular influentes agentes nas instituições públicas e estatais.
Mas, felizmente, nos últimos tempos, em muitas sociedades e em Angola, em particular, muitas vozes começam, pouco a pouco, a gritar forte contra as derivas e o abuso de poder, contra esses líderes de seitas religiosas que maltratam, reprimem, destilam o ódio, a discriminação, a superioridade da raça branca, num claro desrespeito das normas de convivência pacífica e na base da fé de todas as raças, costumes e tradições. Eles propagam o abuso da liberdade de religião, quando deveriam ser os primeiros a protegê-lo de perversões e promiscuidades.
Em alguns casos, também observe- se os falsos profetas praticam o ocultismo, usando rituais satânicos rejeitáveis e indignos, sob o convencimento da realização de “milagres de cura de doenças incuráveis” ou exorcizar para “expulsar os demónios dos corpos”, ou ainda, para “purificar um indivíduo amaldiçoado/enfeitiçado”, recorrem às práticas que frequentemente acabam em danos à integridade física ou à morte das pessoas envolvidas. Eles prometem curar tudo, que as vítimas depois não hesitam em ser financeiramente muito generosas com esses falsos profetas e doutores, verdadeiros charlatães.
Vimos casos em que alguns falsos profetas afirmavam curar a doença HIV/ SIDA ou outros vendiam soluções produzidas à base de azeite para os seguidores a um preço exorbitante com o único objectivo de se enriquecer. Para muitos desses falsos profetas, a encenação pública de milagres da cura é a acção principal para atrair e enganar as massas. No entanto, a Bíblia diz que “o arrependimento é o maior milagre” que pode acontecer.