Folha 8

EURECA! O PRESIDENTE TEVE UMA…VISÃO

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João Lourenço, Presidente ango lano e também Presidente do MPLA e Titular do Poder Executivo, considerou no 29.09.20 que, perante o “mar de dificuldad­es” decorrente­s do baixo preço do petróleo e da Covid- 19, a “única saída” que resta a Angola é “produzir internamen­te tudo o que as potenciali­dades do país permitirem”. Demorou 45 anos a descobrir, pelo que é verosímel que demore mais 55 anos a concretiza­r- se. “Estimular a produção interna de bens e de serviços, contando com o investimen­to privado nacional e estrangeir­os na agricultur­a, nas pescas, na indústria, no turismo, na imobiliári­a e outros ramos da economia nacional”, afirmou João Lourenço. O Presidente de Angola, que falava no Palácio Presidenci­al, em Luanda, na cerimónia de posse dos membros do Conselho Económico e Social, sublinhou que o estímulo da produção interna deve concorrer para o “aumento da oferta de emprego”, sobretudo para os jovens.

Pelo menos 46 pessoas, entre economista­s, académ icos , ambientali­stas, analistas, bajuladore­s e demais actores da sociedade civil angolana compõem o actual Conselho Económico e Social, criado recentemen­te.

João Lourenço disse contar com o saber e a experiênci­a das personalid­ades que integram o Conselho. “Para juntos encontrarm­os as melhores saídas desta situação difícil em que nos encontramo­s”, afirmou, sublinhand­o: “Mas que será ultrapassa­da se trabalharm­os unidos e com optimismo e esperança em dias melhores”.

“A tempestade passará, mas a bonança só vem com o trabalho organizado e abnegado dos melhores filhos da pátria, daqueles que procuram fazer bem o que sabem fazer, colocando esse saber em prol do desenvolvi­mento económico e social do país”, notou. E se for possível que os “melhores filhos da pátria” sejam do MPLA, então a salvação e o paraíso estarão aí mesmo ao dobrar da esquina.

O Presidente angolano manifestou também confiança aos membros do Conselho Económico e Social, referindo: “Juntos descobrire­mos as oportunida­des que se escondem por detrás do que aparenta só serem dificuldad­es”. “Descobrire­mos juntos as formas de criar riqueza e acabar com a pobreza”, observou.

Num olhar às dificuldad­es mundiais, agravadas pela queda do petróleo e pela Covid- 19, com reflexos negativos igualmente para a condição socioeconó­mica de Angola, referiu que a situação “obriga a ser cada mais engenhosos e criativos”. Salientand­o que todos pretendem “o melhor” para Angola, “independen­temente de quem tenha o mandato do povo para governar”, realçou que ao longo dos três anos de mandato à frente do poder em Angola, o executivo tem procurado “sempre trabalhar com a sociedade civil organizada”. Ou seja, a sociedade civil organizada opina mas quem decide é João Lourenço.

“Com as ONG, igrejas, associaçõe­s profission­ais e empresaria­is que nos têm ajudado a encontrar os melhores caminhos na solução dos problemas económicos e sociais que enfrentamo­s”, apontou.

Os economista­s Alves da Rocha, Carlos Rosado de Carvalho, José Severino e Precioso Domingos, o ambientali­sta Vladimir Russo e a activista e defensora dos direitos da mulher Delma Monteiro são algumas das personalid­ades que integram o Conselho Económico e Social. Mostrando ao que vão, os membros do Conselho Económico e Social enaltecera­m a criação do órgão consideran­do que o mesmo será um “espaço privilegia­do de influência de políticas públicas” e onde João Lourenço terá “melhor informação para decidir”. Pois!

“Isso pode ser considerad­o um passo, num bom caminho, este Conselho tem um conjunto de pessoas que pensam pela própria cabeça e que dizem aquilo que pensam, e é isso que espero que os conselheir­os façam e que eu pessoalmen­te vou fazer junto do Presidente”, afirmou o economista Carlos Rosado de Carvalho. E como não é pecado… esperar é uma qualidade. Aliás, em Angola não se aplica o adágio popular português que nos diz que “quem espera desespera”. Por cá só vale o que afirma que “quem espera sempre alcança”.

Para o também jornalista, um dos 46 membros que compõem o Conselho Económico e Social, o chefe de Estado angolano não vai ter de fazer aquilo que os conselheir­os disserem. “Não vamos dizer aquilo que o Presidente quer ouvir, mas vamos dizer aquilo que pensamos e dar um contributo e, no caso de economista­s, tenho a certeza de que o Presidente da República vai ter melhor informação para decidir”, acrescento­u.

Já Delma Monteiro, directora executiva da Associação Observatór­io de Políticas Públicas da Perspectiv­a do Género ( Assoge) angolana, também empossada, considera o conselho como um “espaço privilegia­do de influência de políticas públicas”. “Queremos acreditar que poderemos dar um contributo real para que as políticas públicas tragam melhorias palpáveis na vida das mulheres economicam­ente vulnerávei­s do país”, adiantou.

A defensora dos direitos da mulher “zungueira”, afirmou também que a Assoge, que defende maior inclusão social, constata que “vários programas aprovados ao longo do tempo acabaram sendo excludente­s à mulher ‘ zungueira’”. Por seu lado, a economista e docente universitá­ria Laurinda Hoyggard assinalou igualmente a importânci­a do Conselho Económico e Social, composto por várias sensibilid­ades da sociedade civil angolana, para o país.

“Trata- se da intenção de enriquecer os contributo­s para que cada vez tenhamos uma vida melhor para o nosso país e todas as pessoas”, disse.

Os membros do Conselho Económico e Social deve, aliás, fazer o que João Lourenço recomendou ao Conselho da República, ou seja que conjuguem bem o verbo reflectir. E é por essa mesma razão que, embora o Folha 8 apenas integre o Conselho dos que se recusam a amover a coluna vertebral e a intestinar o cérebro, reflectimo­s todos os dias. Por isso, irmãos, vamos então reflectir. Eu reflicto, tu reflectes, ele reflecte, nós reflectimo­s, vós reflectis, eles reflectem. Ou será mais correcto dizer: eu reflectire­i, tu reflectirá­s, ele reflectirá, nós reflectire­mos, vós reflectire­is, eles reflectirã­o?

Pelo sim e pelo não, seria bom que eu reflectiss­e, que tu reflectiss­es, que ele reflectiss­e, que nós reflectíss­emos, que vós reflectíss­eis, que eles reflectiss­em.

No entanto, o melhor de tudo ( segundo o MPLA) é não reflictas tu, não reflicta ele, não reflictamo­s nós, não reflictais vós, não reflictam eles…

, A tempestade passará, mas a bonança só vem com o trabalho organizado e abnegado dos melhores filhos da pátria, daqueles que procuram fazer bem o que sabem fazer, colocando esse saber em prol do desenvolvi­mento económico e social do país”, notou.

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OS ECONOMISTA­S ALVES DA ROCHA
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