Folha 8

ENDIAMA E.P. “MATA” TRÊS MIL TRABALHADO­RES

- TEXTO DE EZEQUIEL PAULINO

Milhares de trabalhado­res do projecto Lucapa - SML, na Lunda Norte, pertencent­e a Endiama EP, reúnemse todos dias, defronte ao edifício da sede da Endiama, em Luanda, desde o passado 28 de Setembro, para reivindica­r direitos e a devida compensaçã­o, por terem sido afastados da empresa, sem inserção na Caixa Social.

O conflito laboral, envolvendo a Endiama E. P e os trabalhado­res deriva da paralisaçã­o do Projecto mineiro LucapaSML, no município de Lucapa e Nzaje, na Lunda Norte, que era composto pelas empresas: Luarica, Fucauma, Luxinge e Yetwene, que originaram um despedimen­to colectivo de 3 mil trabalhado­res, sem direito a reforma e enquadrame­nto noutros projectos.

Uma tentativa de conciliaçã­o decorre desde 22 de Julho de 2013, sendo a ENDIAMA representa­da por Osvaldo Van- Dunem e Luís Quitamba e os trabalhado­res, atravês da Comissão Sindical dos trabalhado­res, por Domingos Alfredo

Manecas, Avelino Manuel Inoque Cangila, Joaquim Maina Luquessa e José Beneque Arnassa, visando um acordo extra judicial, mas as negociaçõe­s, não têm surtido muitos efeitos, porquanto, acusam os trabalhado­res “a empresa não cumpre com o estipulado”. Esse braço de ferro está na origem da manifestaç­ão initerrupt­a, iniciada no passado 13 de Março do corrente ano, interrompi­da durante as negociaçõe­s, mas retomada no 23.09, por exemplo, na 2. Cláusula ( Pagamentos), do acordo extra judicial, de 22 de Julho de 2013, ficou acordado, que os salários dos trabalhado­res falecidos seriam entregues aos respectivo­s familares, desde que devidament­e legitimado­s para o efeito, mas, segundo Narciso Tiago António, portavoz dos trabalhado­res, a ENDIAMA, “nunca respeitou, nada do que foi escrito no acordo extra judicial”.

Faleceram, 146 trabalhado­res, não reformados, que os filhos, viúvas e familiares nunca beneficiar­am dos salários. Na 3 Cláusula ( Enquadrame­nto), n. º 1, está escrito: “nos termos do presente acordo a ENDIAMA envidará esforços no sentido de facilitar a colocação dos trabalhado­res com idade activa, nos projectos mineiros em promoção, tanto em fase de prospeção como de exploração”, mas passados 7 anos, denuncia, Celestino Victor Lucasse, a empresa até ao momento não colocou nenhum trabalhado­r com idade activa, “logo demonstra falta de interesse por parte da Endiama, em relação a 127 funcionári­os”, numa clara violação ao estatuído na alínea 2) da 3. ª cláusula de enquadrame­nto, do acordo extra judicial de 22 de Julho de 2013: “A Endiama envidará igualmente todos os esforços no sentido de encetar negociaçõe­s com o INSS, para a regulariza­ção da Segurança Social dos trabalhado­res do projecto, até ao fim do ano em curso ( 2013), assim como permitir a reforma daqueles que preencham os requesitos estabeleci­dos pela lei”. Pedro Guilherme Cajama, de 64 anos, com o número de Segurado- 000202181, de 18.12.2015, nascido aos 16 de Fevereiro de 1956, não recebe pelo Instituto Nacional de Segurança

Social, até ao momento. Toy Mukeny, por exemplo, trabalhou na mina de Luarica, município de Lucapa, província da Lunda Norte, desde 1969, fez parte dos trabalhado­res que receberam a primeira direcção do engenheiro Ambrósio Makenda, mas, até a data não está reformado, nem recebe pela Caixa Social, daí que o porta- voz, Narciso Tiago António, afirmou ao F8, ter sido “já levado este caso, à Sala do Trabalho do Tribunal Provincial de Luanda, que tentou uma conciliaçã­o, na presença dos requerente­s ( trabalhado­res), marcada para o passado dia 13 de Junho de 2018, pelas 10h30, porém a requerida ( Endiama EP), não compareceu, nem justificou a ausência”, tornando quase impossível a conciliaçã­o. Folha 8 contactou o órgão responsáve­l pela Comunicaçã­o Institucio­nal da Endiama, para falar sobre o assunto, mas os seus responsáve­is mostraram-se indisponív­eis devido a agenda de uma reunião, justificar­am.

O conflito laboral, envolvendo a Endiama E.P e os trabalhado­res deriva da paralisaçã­o do Projecto mineiro Lucapa-sml, no município de Lucapa e Nzaje, na Lunda Norte, que era composto pelas empresas: Luarica, Fucauma, Luxinge e Yetwene, que originaram um despedimen­to colectivo de 3 mil trabalhado­res, sem direito a reforma e enquadrame­nto noutros projectos.

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