DORMIR COM JOÃO LOURENÇO UM DIA E ACORDAR SEM
Aironia, na política, gera confusão e, vinda da boca de um Presidente da República, causa estilhaços, nos sectores nevrálgicos da política, da economia e do tecido social, principalmente estando o país na indefinição de viver um processo de ruptura ou transição conturbada.
“Se deixássemos a festa continuar talvez viessem a morrer de congestão de tanto comer”, disse, João Lourenço referindo- se ao umbigo e aos próprios camaradas de partido: MPLA, que, com ele, engalana( ra) m, a galeria da “acumulação primitiva de capital”. Esta infeliz tirada, mais uma, no já recheado acervo, iniciada em Lisboa, ex- capital colonial, com o conceito marimbondo, maculando, pejorativamente, o mentor e presidente emérito do MPLA, longe de atrair mais abelhas à colmeia presidencial, afastou- as, permitindo que se unissem numa coordenação impensável; os caídos em desgraça; os discriminados; os excluídos; os perseguidos, que em link com a sociedade civil, desempregada e desmobilizada, criaram um movimento, que se agiganta de surdos e mudos, que nada diz, nada ouve e deixa nos pelouros em que esteja... “O chefe, mais tarde ou mais cedo, vai se estripar sozinho, pois não é por ter o poder absoluto, que pode avacalhar todos os membros do bureau político e do comité central do MPLA, como se ele, fosse, entre nós, o único capaz de justificar que a riqueza dele, não tem proveniência da benevolência do camarada José Eduardo dos Santos, ao abrir- lhe as portas da SONANGOL, ENDIAMA e Bancos comerciais”, disse ao Folha 8, um membro do bureau político do MPLA, devidamente identificado, que por razões óbvias, refugia- se no anonimato.
Mais adiante, questiona: “Ele está a perseguir o camarada José Eduardo que lhe deu o poder de bandeja, pois se fosse por eleição livre, mesmo que se realizassem 50 pleitos, o camarada João Lourenço não ganharia. Por esta razão, sabendo da sua falta de carisma, utiliza a força, a intimidação e a perseguição contra aqueles de quem tem medo”.
Sobre o silêncio tumular nas reuniões, e de quase ninguém aconselhar Lourenço, foi peremptório: “Ele considera- se o Messias, o sabe tudo, o que recebeu o cajado de Deus para nos conduzir, quanto não é imaculado, pois tem as mãos manchadas de corrupção. Ele é latifundiário, tem acções nos bancos, mansão em Washington, que custou mais de três milhões de dólares, onde arranjou o dinheiro? Será que herdou do pai, que era enfermeiro, seringas de ouro? Temos de ser mais sérios e saber que esta política de caça às bruxas para além de destruir o MPLA, mesmo que ele transforme os órgãos directivos do partido, com crianças, sem experiência, como se fosse um jardim de infância, tem os dias contados e poderá serlhe fatal”.
E sem papas na língua, lamenta que todos os dias, quando se fala de más práticas governativa, fica mais evidente não ter sido o camarada José Eduardo dos Santos, o único que enriqueceu os filhos, pelo contrário, muitos de nós, se formos honestos, sabemos que temos mais que eles. Por outro lado, é importante perguntar: quando nós estávamos a roubar e a praticar actos de corrupção, ele estava em Marte ou no Vaticano? Como é que ele conseguiu adquirir as fazendas, muitas maiores que alguns países, em Luanda, Kwanza Sul, Benguela, Uíge e Huíla, para além de acções nos bancos BAI e SOL? Ele hoje, com a força das armas está a humilhar antigos camaradas, mas vai chegar um dia, pelo andar da carruagem, que grande parte do MPLA se vai unir a oposição e a sociedade civil, por descobrir que João Lourenço é a causa dos nossos problemas e nunca será a nossa solução”. Questionado se haveria outra estratégia, para se estancar a corrupção, não pestanejou: “Haveria! O MPLA está no poder, há 45 anos, um novo líder deveria continuar o caminho iniciado, aprimorando as falhas e abrindo oportunidades a novos empreendedores, até que não fossem do MPLA e, numa reunião de direcção assinaríamos, um pacto para se trazer o dinheiro, com o objectivo de estimularmos a economia, elevar, ainda mais, o nome do partido e não estarmos a colocálo na lama, chamando uns de gatunos e outros de honestinhos”, explicou, adiantando, “posso lhe garantir, um dia o país vai rebentar, dormindo com o camarada presidente e acordando sem ele e, será uma crise: MPLA contra MPLA! É bom o que ele está a fazer ao Augusto Tomás, ao Zenu dos Santos, julgados e condenados sem, provas fortes, que no caso de Tomás, o poderia levar à morte, por uma questão pessoal?
O MPLA vai perder, pois quando sairmos do poder, corremos o risco de nunca mais regressarmos, porque poucos se lembrarão de João Lourenço, que em três anos dividiu, como nenhum outro presidente o partido”. A fonte do F8 vai mais longe: “Se ele está a combater a corrupção, porque é que a vida da maioria do povo está a piorar, os gastos do governo são astronómicos, ao ponto de quase estar a levar o Fundo Soberano à falência, pois encontrou cerca de 10 biliões de dólares e, neste momento, restam apenas um bilião e meio, com a agravante de estar a vender, ao desbarato, o país aos estrangeiros?” O Presidente João Lourenço é visto por alguns dos seus seguidores como o reformador da economia angolana, mas os próprios camaradas de partido, não acreditam, “onde ele fez alguma reforma, que possa servir de exemplo? Esteve como secretáriogeral do partido, na Assembleia Nacional, foi chefe da bancada e 1. º vice presidente e ainda ministro da Defesa e não se conhecem grandes rasgos, salvo o cinismo e a cultura da raiva e perseguição. Ele vai ser recordado como o dirigente que mais fez para a destruição do MPLA e que lhe serão aplicadas as mesmas armas que está a fazer aos seus camaradas, principalmente a humilhação ao antigo líder, com a agravante de ainda poder ser acusado da prática de crimes contra a soberania”.
É dramático este relato. O país está a afundar, o MPLA transformado numa manta de retalhos e, a gravidade é constatar a inexistência de uma máquina de marketing eficaz, capaz de ajudar a unir os camaradas desavindos.
Ao longo dos três anos, os autóctones têm assistido a uma sucessão indescritível de erros, o avolumar de contestatários internos e externos, a raiva institucional, um acentuado descalabro da economia, o aumento do desemprego, o aumento de impostos e a continuidade de crimes económicos, com a venda ao desbarato do tecido industrial e agropecuário do país ao capital estrangeiro. Não parece haver uma preocupação com o país, até pela falta de uma aprumada estratégia comunicacional e de um projecto de governação coerente e democrático. A forma como geriram o caso do director de gabinete do Presidente, Edeltrudes Costa, denota essa falta de profissionalismo na Presidência da República, pela forma atabalhoada, como defendeu o governante, fazendo a censura, ao invés de uma explicação, capaz de tirar as dúvidas, aos cidadãos. João Lourenço, com ajuda da sua assessoria, transmite uma imagem de arrogância, terror e divisão na sociedade. Por outro lado, muitos acreditam que será um engodo o combate à corrupção, se o MPLA não se penitenciar, em bloco, reconhecendo, que a acumulação primitiva de capital, idealizada por Karl Marx, por si só não é um crime, pois alavancou a economia pátria de muitos países capitalistas ( não há país que não tenha trilhado este caminho), mas em Angola, o é ( crime), por ter, beneficiado, apenas e exclusivamente, dirigentes do MPLA, que de proletários se converteram em proprietários vorazes, exímios delapidadores de milhões e milhões dos cofres do Estado, para as respectivas contas privadas.
O líder do MPLA até conseguiu, inicialmente, excitar algumas franjas da população, com medidas populistas, como exonerações em catadupa, colocação de governantes na cadeia, etc., mas com o tempo a sua popularidade vem caindo de tal forma, que se as eleições fossem hoje, pela crítica situação económicosocial, seguramente, não atingiria 20% dos votos. Neste momento, João Lourenço conseguiu, reconheça- se, um grande feito, o MPLA, está em frangalhos, uniu adversários e inimigos, “ordenou” a não legalização do partido de Abel Chivukuvuku, o PRA- JA, que viu reforçada a sua posição junto do Partido Republicano da América, do primeiroministro inglês, Boris Johnson e, pasme- se, de Vladimir Putin, da Rússia, que ao que se diz, poderá receber o político angolano, antes do final do ano ou princípio de 2021. Verdade ou mentira o tempo dirá, mas uma certeza consolida- se cada vez mais, a ideia de criação de uma frente ampla, com assessoria informática internacional, capaz de causar surpresa em 2022, inviabilizando a fraude da CNE e do Tribunal Constitucional. O presidente do MPLA, putativo cabeça- delista, não parte em muito boas condições, para um segundo mandato e recuperar a sua imagem, vai custar mais de 90 milhões de dólares, segundo uma empresa brasileira de marketing eleitoral.
Os erros na política, tomados por agentes com responsabilidade pública, tendo como alcance ou visando terceiros de boafé ( populações ou povos), pagam- se caro. Podem os líderes ser alcandorados, pela vontade eleitoral dos cidadãos, indicação ou nomeação, mas se a sua actuação se torna sofrível, ao ponto de macular o estômago, emprego e estabilidade social, pagam caro e podem ser lançados no tambor de lixo da história.
AFrente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda ( FLEC- FAC) decretou “um cessar- fogo em todo o território” do enclave no norte de Angola, respondendo “positivamente” a um apelo do secretáriogeral das Nações Unidas, António Guterres, neste sentido.
A direcção política do movimento independentista de
Cabinda anuncia num comunicado que “acolheu positivamente o apelo de um cessar- fogo mundial, lançado em 2 de Outubro de 2020 pelo secretário- geral da ONU, António Guterres, a fim de permitir um combate eficaz contra um inimigo mundial comum, a pandemia da Covid- 19”. “Em resposta” ao apelo do secretário- geral da ONU, a FLEC- FAC anuncia que decreta, “pela segunda vez”, a “aplicação de um cessar- fogo em todo o território de Cabinda, reservando o direito da legítima defesa sempre que for alvo de ataques, ou a população de Cabinda, pelas Forças Armadas Angolanas ( FAA)”. O movimento diz ainda que espera “obter um reconhecimento público do secretário- geral da ONU do esforço e boa vontade sempre demonstrada pela FLECFAC” e “solicita” a António Guterres o reforço da sua mensagem junto da presidência e Governo angolanos, por forma a que as Forças Armadas Angolanas “cumpram efectivamente o cessarfogo em Cabinda”. O movimento diz- se disposto a cooperar com “todas as iniciativas sérias que criem os pilares para a paz em Cabinda” e, neste sentido, reforça junto do secretário- geral da ONU a sua “disponibilidade total para dialogar com a presidência e Governo angolanos na busca de uma resolução definitiva do conflito em Cabinda”. “A direcção político militar da FLEC- FAC declara que o cessarfogo tem efeito imediato em todo território de Cabinda, e ordena a todos os seus militares que mantenham uma posição apenas defensiva”, conclui o comunicado. Depois de mais de quatro décadas de luta, foi reconhecida formalmente a existência da FLEC como grupo armado ou rebelde em Cabinda. Como resposta, Angola intensificou a pressão sobre a resistência armada. O reconhecimento do conflito está a animar debates sobre a dinâmica coerente para uma resolução pacífica do diferendo entre Cabinda e Luanda. O reconhecimento foi tornado público, no dia 1 de Maio, pelo Secretário- Geral das Nações Unidas, António Guterres. De acordo com ABC News, 16 grupos armados responderam positivamente ao apelo do chefe da ONU por um cessar- fogo global para combater a pandemia de coronavírus.
Ao desenvolver o “lead” da notícia, aquela divisão de jornalismo da “American Broadcasting Company” destacou a localização dos grupos armados mencionados por António Guterres: Iémen, Mianmar, Ucrânia, Filipinas, Colômbia, Angola, Líbia, Senegal, Sudão, Síria , Indonésia e Nagorno- Karabakh. E o grupo armado ou rebelde em Angola vem identificado no documento tornado público pelo SecretárioGeral da ONU como Frente de Libertação do Enclave de Cabinda ( FLEC).
O reconhecimento do conflito em Cabinda surgiu na sequência do apelo de António Guterres a um “cessar- fogo global imediato” em todos os conflitos para preservar a vida de civis perante a “fúria” da pandemia da Covid- 19. Enfatizando o seu apelo, António Guterres dira: “Baixem as armas, silenciem as armas, acabem com os ataques aéreos. Vamos pôr fim ao flagelo da guerra e lutar contra a doença que assola o mundo. Isso começa com o fim dos combates. Em toda a parte. Em todos os lugares. Imediatamente.” O apelo foi lançado a 23 de Março e a 13 de Abril a FLEC respondeu de forma positiva ao apelo com um cessar- fogo.
Porém, a declaração de António Guterres sobre a existência do conflito em Cabinda é o que o Presidente de Angola João Lourenço nunca quis ouvir da ONU, estando habituado a tapar o sol com a peneira. Assim, sempre habituado a correr de um lado para o outro para convencer de que já não existe conflito em Cabinda, mobilizou o seu arsenal militar para desferir mais um golpe na resistência armada. As diligências sobre o dossiê de Cabinda na ONU remontam aos anos 60, quando, a 6 de Outubro de 1960, do alto da Tribuna da Assembleia- Geral das Nações Unidas, Stéphane Tshitshele, Vice
Presidente e Ministro dos Negócios Estrangeiros do Congo- Brazzaville apresentou o problema de
Cabinda à Comunidade Internacional.
O discurso de Stéphane Tshitsele na ONU censurava Portugal por integrar administrativamente Cabinda em Angola, contra a letra e o espírito dos tratados – o de Chinfuma, aos 29 de Setembro de 1883; o de Chicamba, aos 26 de Dezembro de 1884; e o de Simulambuco, a 1 de Fevereiro de 1885; tratados esses aceites na Conferência de Berlim, que elaborou a obra jurídica daquilo que é chamado “Carta Colonial”, quadro jurídico de referência no processo de descolonização, no qual Angola e Cabinda são tomados como duas entidades distintas.
E, na sequência de várias outras diligências, a ONU através da Resolução 1542 ( XV) de 15/ 12/ 1960 considera Cabinda “um território autónomo” com direito a autodeterminação; Quaison Sakey, o primeiro grande diplomata que a África Negra deu às Nações Unidas, apresentou a “Questão de Cabinda” no Conselho de Segurança das Nações Unidas, entre 1962 e 1963; e a OUA, actual União Africana ( UA), na sua XII Cimeira em 1966, numerou as colónias africanas atribuindo a Cabinda o número 39 Estado a descolonizar e a Angola o 35.
O território de Cabinda, onde se concentram a maior parte das reservas petrolíferas exploradas por Angola, não é contígua ao restante território e, desde há muitos anos que líderes locais defendem a independência, alegando uma história colonial autónoma de Luanda. A FLEC, através do seu “braço armado”, as FAC, luta pela independência daquela província, alegando que o enclave era um protectorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano. Cabinda é delimitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.
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O movimento diz-se disposto a cooperar com “todas as iniciativas sérias que criem os pilares para a paz em Cabinda” e, neste sentido, reforça junto do secretário-geral da ONU a sua “disponibilidade total para dialogar com a presidência e Governo angolanos na busca de uma resolução definitiva do conflito em Cabinda”.
Ojornalista e economista Carlos Rosado de Carvalho voltou a ser barrado numa estação de televisão angolana, desta vez na Palanca TV, quatro dias depois de ter sido impedido de abordar o caso Edeltrudes Costa na TV Zimbo. João Lourenço dá mais um KO à liberdade de Imprensa e manda para as calendas as suas promessas. Nas suas contas de Facebook e do Twitter, o jornalista e economista anunciou que foi impedido de participar num debate sobre “O ambiente de negócios em Angola”, com os empresários Jorge Batista e Bartolomeu Dias, às 21: 00 desta quarta- feira ( 07.10), para o qual tinha sido convidado.
“Fazer o quê?”, escreveu Carlos Rosado de Carvalho num ‘ post’ acompanhado pelas fotografias dos convidados, onde a sua cara aparece traçada com um “x” e a legenda “Carlos Rosado de Carvalho not”. Questionado pela Lusa, o jornalista afirmou ter sido avisado em cima da hora pela produção do programa de que “já não poderia participar”, sem mais explicações. Censura? Não. Ditadura? Não. Fim da liberdade de expressão? Não. Então? Então é o reino do MPLA no seu melhor. Há 45 anos que o partido de João Lourenço garante que todos têm liberdade de expressão, desde que seja para estarem de acordo com as suas ordens. Há 45 anos que só censura os que não estão de acordo. Há 45 anos que, como qualquer sólida ditadura, implantou no reino a sua regra de ouro: “O MPLA é Angola e Angola é do MPLA”.
A Palanca TV era um órgão privado ligado ao antigo ministro da Comunicação Social do ex- Presidente José Eduardo dos Santos que ficou sob controlo do Estado/ MPLA, passando a ser mais um Pravda em que os sipaios cumprem as ordens do chefe do posto.
Carlos Rosado de Carvalho acusou recentemente a TV Zimbo, outro órgão privado que passou para o Estado/
MPLA, de censurar a sua participação na rubrica “Directo ao Ponto” onde pretendia abordar, no sábado ( 03.10) passado, as alegações relacionadas com Edeltrudes Costa. O chefe de gabinete do presidente João Lourenço terá sido favorecido, segundo uma reportagem da portuguesa TVI que pegou em denúncias já bem mais antigas ( falta saber com que intenções), em contratos com o estado angolano, tendo transferido milhões de dólares de uma empresa sua para o estrangeiro,
que serviram para comprar casas e outros bens de luxo.
A direcção da estação, como boa reprodutora de ordens superiores, rejeitou as acusações de censura, mas não foi poupada por organismos como o Sindicato dos Jornalistas, o Instituto para a Comunicação Social da África Austral ( MISA) e até a Ordem dos Advogados de Angola que se solidarizaram com Carlos Rosado de Carvalho.
Em bom português, a estes sipaios do MPLA é dada a ordem para chafurdar na merda porque, segundo o entendimento superior, essa forma de estar para eles uma questão de vida e de identidade. Aliás, quando os dirigentes do MPLA decidem calar todos os que pensam de forma diferente e livre o cheiro é nauseabundo. Isto como resultado de também eles terem o cérebro nos intestinos… Também a UNITA, o principal partido da oposição que o MPLA ainda permite, mostrou preocupação com “o cercear das liberdades de expressão e de imprensa nos últimos meses” no país, apontando a “censura de conteúdos” na TV Zimbo como o caso mais recente.
A TV Zimbo, a Rádio Mais e o jornal O País, todas do grupo Media Nova, foram confiscados pelo Estado/ MPLA e entregues ao Estado/ MPLA no final de Julho, no âmbito do dito processo de recuperação de activos criados com fundos públicos, segundo a Procuradoria- Geral da República ( PGR). A Palanca TV, órgão integrante do grupo Interative – Empreendimentos Multimédia, que incluía ainda a Rádio Global e Agência de Produção de Programas de Áudio e Visual passou para as mãos do Estado/ MPLA a 28 de Agosto, no âmbito do mesmo processo de recuperação de activos constituídos com fundos públicos.
No início de Setembro, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social,
Manuel Homem, anunciou que a estação iria passar a produzir apenas conteúdos desportivos. E assegurou na altura que tal medida não afectava a pluralidade da informação.
“A Palanca TV e outros órgãos afectos a este processo de recuperação de activos são empreendimentos constituídos com fundos públicos e o Estado tem que ter uma estratégia de forma concreta se transforme num canal desportivo de emissão nacional”, frisou
Censura? Não. Ditadura? Não. Fim da liberdade de expressão? Não. Então? Então é o reino do MPLA no seu melhor. Há 45 anos que o partido de João Lourenço garante que todos têm liberdade de expressão, desde que seja para estarem de acordo com as suas ordens.