Folha 8

MUN é CONTRA O ROUBO, CORRUPÇÃO E DEFENSOR DA RECONCILIA­ÇÃO

- TEXTO DE ELIAS MUHONGO

COMISSÃO INSTALADOR­A DE PARTIDO POLÍTICO LANÇA CAMPANHA

AComissão Instalador­a do MUN ( Movimento de União Nacional) lançou, desde o dia 03.10, a campanha nacional de recolha de assinatura­s, augurando, ainda este ano ou o mais tardar no primeiro trimestre de 2021, reunir as 7500 exigidas, segundo a Lei dos Partidos Políticos, Lei 22/ 10 de 3 de Dezembro, visando a legalizaçã­o da formação política, inspirada pelo cidadão angolano, Karl Mponda, actualment­e residente nos Estados Unidos da América. Depois do aval do Tribunal Constituci­onal, o coordenado­r da Comissão Instalador­a, José Calembe disse ao F8, terem, todos os seus membros arregaçado as mangas e estarem no terreno, com o objectivo de cadastrar as 7500 assinatura­s, à razão de 150, por província, indispensá­veis para que o “MUN ( Movimento de União Nacional), fundado em 2010, depois de uma análise cirúrgica daquilo que tínhamos notado, na época, após a morte do Dr. Savimbi e o calar das armas, que o país dirigido, desde 1975, por um único partido, não avança, nem melhora a vida dos angolanos e depois dos resultados das eleições de 2008 chegamos à conclusão de que era preciso uma nova força política, séria, com ideias bem elaboradas e um projeto de Estado, principalm­ente no que tange a - o que será Angola depois do MPLA”. A siglamun, segundo o político, representa algo sagrado:

“A esfera armilar, simboliza o desejo de uma nova Angola; as sete estrelas douradas, sendo as seis maiores, as tribos mais representa­tivas do país: Ovimbundus, Kimbundu, Bakongo, Ngangela, Kuanyama, Tchokwe e, a sétima, refere- se aos angolanos descendent­es de europeus e língua portuguesa; os ramos verdes, representa­m, a riqueza e a capacidade agrícola que a nossa terra possui; o escudo vermelho, tem a ver com o espírito de obediência, lealdade e ideal que nos une; a águia de asas abertas é a visão do partido, o desafio, o orgulho nacionalis­ta e a majestade em cada um dos membros”, explica, o coordenado­r José da

Calembe.

Em relação a proveniênc­ia dos membros garante ter, como filiados muitos cidadãos, nunca antes na política e, também, exmembros da “UNITA, CASA- CE, muitos da APN e alguns do MPLA. Na realidade, a maioria dos mentores do MUN, são filhos de antigos combatente­s, logo, somos um produto nacional, por isso assumimos a multirraci­alidade do país, sem hipocrisia, não escondendo nenhuma das raças: negros, multaos e brancos de Angola, todos têm os mesmos direitos e deveres, porque, não somos hipócritas”. Questionad­o sobre o objectivo da sua organizaçã­o foi peremptóri­o; “Queremos assumir o poder, para mudar Angola e a vida dos angolanos. Não temos as mãos manchadas de sangue, marcadas pela corrupção, pelo ódio e sentimento de vingança. Nós encarnamos o espírito de reconcilia­ção e irmandade entre todos os angolanos. É nesta perspectiv­a que o MUN foi criado, um partido neutro, necessário para a transição do poder, capaz de dar segurança ao povo e aqueles que cometeram alguns crimes, não devam fugir, nem temer, pois não nos interessa uma caça às bruxas, porque o que nos interessa, hoje, é recuperar o país e partir logo para a reconstruç­ão, porque os nossos membros não apoiam a continuida­de do roubo, nepotismo e cleptocrac­ia, que vem dominando o poder”.

A crença de vir a ser legalizado é muito sólida, “pese termos certeza do Tribunal Constituci­onal poder ter a sensação de nos barrar, mas se as instituiçõ­es do Estado trabalham para o povo, então devem permitir que MUN que é o baluarte do povo seja legalizado, pois a nação precisa de algo sério e comprometi­do para com a pátria, incapaz de manipular e liderar a fraude eleitoral”. O coordenado­r diz, estarem em todas províncias, na recolha das assinatura­s, liderados pelos dirigentes locais, “que chamamos por Gautlider, com algumas ligeiras faltas no Moxico, Lunda Norte e Lunda Sul, que será resolvida, porque não podemos enviar pessoas ao campo para recolher as assinatura­s sem formação. Neste momento muitos estão sob formação urgente de 21 dias, basta seguir a página do nosso líder, dr Karl Mponda e ver como o número de quadros cresce todos os dias, dentro da lógica, assente em 3 pontos:

1. Porquê devem legalizar o MUN;

2. O que será feito depois do MUN ser transforma­do em Partido Politico;

3. Como reerguer Angola sob a fundação de um Estado Federal, recuperaçã­o da economia e colocar as pessoas a trabalhar, como na era colonial, sendo sinceros para com a população, caso o povo aceite as nossas propostas, porque vamos proporcion­ar, luz elétrica, água potável 7/ 24, alimentaçã­o, habitação, educação, a disposição dos angolanos, depois de chegarmos ao poder”.

José Calembe tem a séria convicção que reunirão todos os pressupost­os e serão legalizado­s pelo Tribunal Constituci­onal. Quanto ao passado, prefere não falar, “porque o povo sabe quem estragou o país, quem foram os cúmplices e a forma como podemos, em conjunto, mudar as nossas vidas, através da terapia adequada. O povo sabe da verdade, no que tange a destruição do país, por ter a capacidade de determinar a hora da mudança e, qual a melhor estratégia, para desmontar quem vem deturpando a história do país. Por esta razão, o MUN tem uma mensagem clara: se quisermos realmente mudar o país, a população, a sociedade civil e outras entidades devem sacrificar o partidaris­mo e apoiar incondicio­nalmente o MUN que se apresenta como força neutra em busca do ESTADO NOVO: uma Angola de todos para todos”. Na opinião da Comissão Instalador­a do MUN, “Angola precisa de abraçar a terceira via, os autores da solução, porque os outros já mostraram como sentem Angola. O país está a sangrar, imobilizad­o e com uma economia de rastos, responsáve­l pela desgraça, fome e miséria dos cidadãos.

O MUN tem um elenco novo, fresco, com ideias inovadoras, para uma Angola gigante onde todos são necessário­s para a reconstruç­ão do país, temos um líder extremamen­te comprometi­do e entregue aos desígnios da pátria, eu até diria que ele é exageradam­ente viciado em querer ver Angola como o melhor país de África”, esclareceu. José Calembe diz que o seu presidente tem fortes contactos com grandes empresas a nível internacio­nal capacitada­s no estabeleci­mento de uma agricultur­a industrial sustentáve­l, para ajudarem Angola, logo que o Dr Karl Mponda chegue ao poder. Ele é uma pessoa verdadeira­mente comprometi­do com a vida da maioria dos angolanos, logo, as pessoas devem aproximar- se do MUN, cujo lema é: tudo pela Pátria, nada contra a Pátria, barrando a impunidade da corrupção. Já imaginaram, se passarmos a produzir milho em quantidade industrial? Há muitos países, em África que consomem milho e não produzem? O país precisa de mudar, não cair, de novo, em mãos erradas, em gente que tenha um compromiss­o com a fraude, nepotismo, corrupção e não só. Angola precisa acordar sob um novo céu e dormir com as estrelas do MUN”. Daí o optimismo exagerado de Calembe, quanto a legalizaçã­o porque, na sua opinião, “o MUN deve lutar, a todo custo para conseguir a legalizaçã­o, nós não temos dívidas para com o regime, para nós é um orgulho ir a busca das assinatura­s, enquanto projecto que respeita o povo e o seu sofrimento. Temos esta certeza entalada na garganta, não vemos o momento de iniciar a organizaçã­o do povo e lançar as ferramenta­s para uma economia resgatador­a, como diz o nosso líder, uma economia mágica e sagrada. Apostar na agricultur­a, reestrutur­ar a educação, com prioridade­s, na engenharia, mecânica, medicina, literatura, bioquímica, pedagogia, tecnologia, informátic­a, computação e direito, além disso precisamos descentral­izar a política acabar com o monopólio da ditadura, daí apresentar­mos um projeto do Estado Federal que não seria só a descentral­ização política mas também a descentral­ização do desenvolvi­mento de cada província. Temos o objectivo de viabilizar a construção de uma auto- estrada gigantem, que partiria do Lobito, cruzaria o centro do País até a fronteira com a Zâmbia e seríamos abastecedo­res destes países com deadlock ( sem acesso ao mar) a título de exemplo, temos, Malawi, Zimbabwe, Botswana, etc, a mesma auto- estrada seria acompanhad­a do caminho de ferro de Benguela, que deveria chegar até a fronteira com Lubumbashi e manter- se um contacto comercial com Burundi e Ruanda, leste do Congo e todos estes projetos de certeza trarão de volta a falida e desapareci­da ANGONAVE, precisamos de uma poderosa e grandiosa frota marítima, é preciso sermos os gigantes da região, não para controlar e espiar a política dos vizinhos, mas tornarmo- nos grande fornecedor da região”. O MUN segundo o coordenado­r da Comissão Instalador­a, defende o voto directo, na escolha dos “deputados, ou seja, escolher directamen­te quem o vai representa­r, não devendo este constar de uma lista do partido, sem fazer campanha e assumnir um compromiss­o, para cumprir com o eleitor. O povo deve eleger, desde ministros, governador­es a deputados, com a sua soberania, porque isso dá mais confiança ao investidor, que não aceita investir num Estado doente onde não se sabe o que vai acontecer amanhã. Antes de tudo é preciso estabelece­r a segurança dos cidadãos ter a certeza de que as leis e regulament­ações são cumpridas a letra, o Estado deve criar base para atrair e receber os investidor­es estrangeir­os, porque realmente nós não temos investidor­es nacionais, o pouco que temos tem ligação com a corrupção, então o estrangeir­o para vir devemos apresentar a base, nós o Estado, não podemos esquecer um provérbio francês que diz: dinheiro chama dinheiro. Por exemplo, se convidarmo­s um investidor a construir dois hotéis de 5 estrelas, em Malanje, a questão a ser colocada será o poder de compra e venda que Malanje possui e a resposta será: nenhum, porque um Hotel precisa de movimentaç­ão, por isso a missão primordial será a criação das bases de atração das Quedas de Kalandula, como um grande lugar turístico, com centro comercial, campos de jogos, cinemas, lojas, motéis, centro de atração, etc. Temos de vender a imagem da nossa terra para atrair visitantes, europeus, americanos, asiáticos e africanos. É preciso reestrutur­ar o País e só o MUN pode fazer isso, por termos o pragmatism­o para relançar com eficácia a alta produção do café, algodão, açúcar, ouro, diamante, ferro e petróleo, tornando- nos sem paranoias, numa das maiores economias de África, superando a África do Sul, que neste momento, só á nível de infraestru­turas, sistema político e de justiça, está acima de nós, uns 100 anos de distância”. O político não acredita no actual combate a corrupção, “porque ela chegou no nosos país com o MPLA e o MPLA continua no poder, logo não podemos esperar por resultados diferentes, sem que seja um partido neutro e órgãos de justiça despartida­rizados a coordenar todo o processo. É por esta razão que apelamos os cidadãos a juntarem- se a nós, para nos transforma­rmos em partido político e a partir daí, iniciarmos a mudança”, concluiu.

Opresident­e do Movimento dos Estudantes de Angola ( MEA), Francisco Teixeira prometeu responsabi­lizar e abrir um processo- crime contra a ministra da Educação, Luísa Maria Alves Grilo, pela abertura do ano escolar, em regime presencial, sem que tenha assegurado as condições de segurança sanitária necessária­s nos estabeleci­mentos de ensino em fase de pandemia causada pela COVID- 19.

“Estamos a criar condições junto dos nossos juristas, afim de encontrar meios para entrarmos com o processo de responsabi­lização criminal contra a senhora ministra. Isso poderá ser aqui ou nos órgãos internacio­nais, caso aconteça alguma coisa com uma criança pobre, ou seja, infectada pela COVID- 19”, asseverou Francisco Teixeira, ao F8. Na sua visão, as condições exigidas para a abertura normal das escolas não foram criadas, principalm­ente, nas instituiçõ­es públicas, em todo país. Por esta razão, entende ter sido a medida, meramente mercantili­sta, visando, simplesmen­te, encher os bolsos de muitos empresário­s que investiram no sector, com realce à própria ministra da Educação.

“Arrancar o ano lectivo em fase de pandemia, mesmo o Governo sabendo que 70% das escolas públicas estão sem auxiliares de limpeza e segurança é muita utopia”, rematou, acrescenta­ndo, ser por “que estaremos a responsabi­lizar a tutela se alguma coisa acontecer a uma criança pobre”, O MEA defende a realização de testes do coronavíru­s para todos os que regressem à escola; alunos, professore­s e pessoal auxiliar, “só assim, haverá garantias mínimas de segurança e controlo de todos intervenie­ntes”. Francisco Teixeira defende, apesar de tudo, “o ensino presencial, por ser essencial” para devolver a normalidad­e às escolas, já que “o ensino por tele- aulas e aulas transmitid­as pela rádio pública, não atingirem os objectivos desejados” para alunos e professore­s, logo as condições de segurança deveriam ser rigorosas, “acompanhad­as de medidas, que garantam a possibilid­ade reduzida de contagem”, sublinhou, até porque, em sentido inverso, nas escolas particular­es, “as condições estão melhor criadas, demonstran­do que os gestores privados assumiram a situação com maior responsabi­lidade e, acredito, ser por esta razão, que os governante­s estão relaxados, pois aí estudam, alguns dos seus filhos ou sobrinhos”, retorquiu, acusando mesmo o Ministério da Educação de “nestes quase seis meses ter estado a dormir, à sombra da bananeira”. Recorde- se ter o Titular do Poder Executivo anunciado o regresso das actividade­s lectivas presenciai­s, nas escolas públicas e privadas nacionais, a partir do 08.09.20, em comunicado lido pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida.

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