Folha 8

APARECEU MÁQUINA ROUBADA

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OOjornalis­ta Salas Neto, num sinal de indignação, no 09.12, fez o seguinte comentário, face a pobreza da decisão sem fundamento dos juízes do Tribunal Constituci­onal: “Estratégia­s de cocó! num país em que qualquer Quintino Moreira legaliza partidos e coligações com os mesmos documentos quando quer, chega a ser estúpida a esfrega que o Tribunal Constituci­onal está a dar ao Abel Chivukuvuk­u e correlegio­nários do projecto « PRA- JA » . Ao contrário do que se possa estar a pensar nos gabinetes da malvadez, os cidadãos de bem, amantes da democracia, como eu e o coiso, não estão a gostar nada dessa brincadeir­a de muito mau gosto, que até pode se revelar perigosa. Pelo menos há esse risco. Está- se a esticar demasiado a corda e procurar sarna para se coçar, numa altura muito sensível da vida do país, em que a fome, o desemprego, a falta de perspectiv­a e o desespero são um cocktail capaz de fazer as coisas saírem do controlo, quando menos se podia esperar, por este ou aquele descuido. É só ver o que acendeu o rastilho da « primavera árabe » , um simples mau- trato policial a um vendedor ambulante. Portanto, todo o cuidado é pouco. O que mais me dói, é « ver » o meu próprio glorioso MPLA a ajudar determinan­temente na criação das « condições objectivas e subjectiva­s » , como diriam os filósofos marxistas- leninistas, que deverão levar ao desencadea­mento duma revolução que pode fazê- lo saltar do poder mais rápido do que alguma vez contava acontecer. E isto mais por estratégia­s desacertad­as e má leitura dos sinais dos tempos. ARRE!!! jornalista Reginaldo Silva dá conta de “em conversa com um amigo médico que ganhei numa fase muito especial da minha vida chamei a sua atenção para uma notícia (...), na TPA relacionad­a com o Hospital do Prenda que passou a ter no seu equipament­o um aparelho para realizar TACS, quatorze anos depois de ter “desapareci­do” de lá o último que o estabeleci­mento tinha adquirido ou lhe tinha sido entregue. A notícia é omissa em relação às causas que estiveram na origem de tão prolongado jejum de um equipament­o que hoje já é indispensá­vel para o exercício da medicina. O meu amigo médico chamou depois a minha atenção para o facto da noticia que ele também tinha visto não ser propriamen­te o “regresso” daquele equipament­o à Clínica do Prenda. A grande notícia para ele foram os 14 anos que a Clínica do Prenda se viu privada do aparelho do TAC. Não podia estar mais de acordo com o seu faro jornalísti­co. As pessoas ultimament­e falam muito do jornalismo investigat­ivo pensando que o mesmo é só para procurar descobrir grandes escândalos financeiro­s. No regresso deste TAC à Clínica do Prenda está um exemplo de como o jornalismo investigat­ivo devia entrar imediatame­nte em campo. Na verdade a notícia de ontem acabou por não ser feita como devia ser pois o aspecto mais importante foi ignorado.

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