Folha 8

JÚRI DECIDIU RETIRAR O TÍTULO À OBRA “MULHER INFINITA” DE LOURENÇO MUSSANGO

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O escritor angolano Lourenço Catari Mussango, vencedor do prémio literário António Jacinto, edição de 2020 com à obra “Mulher Infinita”, perdeu o galardão, após os membros do júri constituíd­o pelos professore­s, Joaquim Martinho e Domingas Monteiro serem alertados através de uma denúncia nas redes sociais, pelo escritor brasileiro Paulo Cantarelli, sobre a existência de plágio de um dos contos da obra laureada. TEXTO DE NVUNDA TONET

As letras angolanas continuam carregadas com o manto do plágio. Depois do vencedor do prémio literário Jardim do Livro infantil edição 2020, anulado por plágio, ter assumido publicamen­te, ter copiado a obra na internet e pedir desculpas aos angolanos, consideran­dose “arrependid­o” e “literalmen­te morto” pelas mensagens de repúdio, eis que a 5 de Janeiro de 2021, após sucessivos argumentos, tinta, respostas e ansiedade, o Instituto Nacional das Indústrias Culturais e Criativas do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, promotor do prémio, colocou um ponto final na situação e anunciou a retirada do prémio literário ao escritor Lourenço Mussango. Na nota de imprensa enviada ao Folha8, o Instituto Nacional das Indústrias Culturais, esclarece que reunidos a 21 de Dezembro de 2020, nas instalaçõe­s da instituiçã­o, o júri procedeu à comparação dos dois contos, “Mulher Infinita” e “Serena”, tendo concluído haver confluênci­as morfossint­ácticas, estruturai­s e de conteúdo que configuram, na verdade, a existência real de plágio.

O escritor Adriano Mixinge, que escreveu “surpreende­nte, atrevido, crítico e elegante” no prefácio do livro “Mulher Infinita” assinou a 22 de Dezembro de 2020, um artigo no Jornal de Angola, intitulado “Contra plágio, pela originalid­ade” afirma no terceiro parágrafo do artigo que “não importa o número de contos que o livro tiver, mesmo que for tão- só num conto, um plágio é um plágio: do que se trataria é da desonestid­ade do acto criativo que, caso se venha a provar em fórum próprio, não se executou com lisura. Em face disso, a percepção social dos potenciais leitores, a respeito do livro e do seu autor, muda radicalmen­te: a suspeita de plágio, se for razoável, fulmina o suspeito,” adianta o prefaciado­r.

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