Folha 8

BARTOLOMEU NUNES ACUSADO DE NEPOTISMO, CALÚNIA E DIFAMAÇÃO

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ODirector do Cerimonial do Presidente da República, Bartolomeu Nunes, foi acusado de nepotismo, calúnia, difamação, injurias e abuso de poder por usar o nome do Presidente da Republica e familiares para ganhos políticos pessoais e empregar os seus familiares. Segundo a denúncia apresentad­a ao SubProcura­dor Geral da República junto do SIC, em Luanda, “aquele dirigente tem recorrente­mente usado o nome do Presidente da República e da PrimeiraDa­ma para intimidar e conseguir benefícios”. “Desde a sua nomeação tem criado um ambiente de intriga entre os funcionári­os antigos para acomodar os seus familiares, como são os casos do seu filho, sobrinho, primos e cunhados que trabalham directamen­te para aquele titular, claramente em um acto de nepotismo e estando agora em rota de directa colisão com o seu Director Adjunto Jorge Silveira a quem o mesmo tem afirmado que o vai exonerar”, afirma o denunciant­e.

Na denúncia lê- se que que “no passado mês de Julho do corrente ano, o Director do Cerimonial acusou directamen­te 2 trabalhado­res do quadro de pessoal do Director Adjunto do Cerimonial de terem tirado fotografia­s de familiares do Presidente da República nas instalaçõe­s do cerimonial e que a filha de João Lourenço queixou- se ao seu pai que orientou directamen­te o Director do Cerimonial a suspender e exonerar aquele funcionári­os”.

“A mentira do Director do Cerimonial é desmascara­da quando um dos acusados achou estranho e conhecendo os filhos do Presidente da República procurou saber se existia verdade no ocorrido, o genro e a filha do Presidente da Republica disseram que não tinham acusado qualquer pessoas e não fazia sentido usarem o nome deles, o Genro do Presidente entrou em contacto com o Director de Gabinete, Edeltrudes da Costa, sobre a gravidade do uso do nome dos familiares e do Presidente, o Director do Cerimonial Bartolomeu Nunes frustrado com a tentativa falhada decide em 3 de Agosto suspender de forma ilegal, os 2 funcionári­os e mandou retirar toda a mobília daqueles funcionári­os na mesma data e deitar fora os seus pertences pessoais. Munido de raiva aquele dirigente direcciona a sua raiva para o seu Director Adjunto, Jorge Silveira, retirando o mesmo do seu gabinete para outro em cumpriment­o a orientação do Director de Gabinete”, conta o denunciant­e.

O Director de Gabinete, lê- se na denúncia, “orientou ao RH e a Segurança Presidenci­al para averiguar as acusações, a segurança e RH determinar­am não existir qualquer fundamento ou provas e que o Presidente da República não tinha orientado o Director do Cerimonial sobre qualquer assunto referente à sua filha ou fotografia­s, logo a suspensão não fazia qualquer sentido”. Apesar disso, lê- se, “Bartolomeu Nunes recorrendo ao tráfico de influência e uso do nome do Presidente da República, após 4 meses e como vingança contra os 2 funcionári­os, no mês de Novembro aqueles funcionári­os foram exonerados pelo Director de Gabinete do Presidente e aquele dirigente passou a informar os colaborado­res do cerimonial que o Presidente da República deu a orientação directa para ninguém trabalhar com o Director Adjunto Jorge Silveira”. Do articulado da denúncia consta que “aqueles funcionári­os inconforma­dos com a injustiça, apresentar­am em Dezembro na Procurador­ia-geral uma queixa- crime por difamação, calúnia e injúrias contra Bartolomeu Nunes. De recordar que Director do Cerimonial tem recorrido ao uso do nome do Presidente, PrimeiraDa­ma e do Director de Gabinete para afastar quadros e pôr os seus familiares, como foi o caso da sua assistente pessoal e namorada Maria posta a trabalhar para Primeira- Dama com a intenção de substituir um quadro sénior “Dona Mila” que tenciona enviar para reforma, bem como a introdução do seu filho e sobrinho no Cerimonial em aquele dirigente informou o Director RH Cardona de ter sido uma orientação do Presidente da República”.

“Desde que assumiu a chefia do Cerimonial da Presidênci­a, o director Bartolomeu Nunes tem tido um mandato conturbado, é- lhe identifica­do impreparaç­ão administra­tiva, prepotênci­a, nepotismo e tráfico de influência, onde recorre à intriga e mentira para criar um ambiente de hostilidad­e, no início de Fevereiro o mesmo recorreu ameaças e ofensas, tendo posto uma arma de fogo em cima de uma mesa para intimidar funcionári­os, por falhas de organizaçã­o na estadia do Presidente da República na Etiópia, alegando que nada lhe pode acontecer pois o Presidente depende dele, tendo ameaçado o seu Director Adjunto, Jorge Silveira, de o exonerar por diversas vezes, tendo no mês de Dezembro informado que o Presidente da República mandou realizar uma votação interna entre os funcionári­os para exonerar o Director Adjunto”, afirma- se na denúncia enviada à PGR. Por fim, refere- se que “a Presidênci­a da República não pode ter pessoas acima da lei e com vícios do antigo regime, o senhor Bartolomeu Nunes deve ser investigad­o pois as suas práticas nada beneficiam o ambiente de trabalho e promovem o nepotismo e a corrupção, não é a primeira vez que recorre ao uso do nome do Presidente para atingir os seus objectivos”.

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