Folha 8

SEMENTEIRA­S DE JOÃO LOURENÇO

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No dia 11 de Outubro de 2018 iniciou- se um novo ano agrícola que foi marcado por um discurso do Presidente da República, João Lourenço, no município do Cachiungo, província do Huambo, perante milhares de pessoas. Nessa mesma altura, no Cuanza Norte os agricultor­es manifestar­am o seu apoio ao Presidente, lembrando que não tinham catanas, enxadas, limas, ancinhos, machados, sachos etc.. Também os camponeses do município da Cameia, província do Moxico, estavam solidários mas diziam que iam deixar de produzir arroz por falta de máquinas de descasque do cereal. Acrescenta­ram que a decisão se devia ao facto de as 23 toneladas produzidas na época anterior continuava­m nos armazéns do município por falta de máquinas… João Lourenço exortou o sector agrícola a colocar o país a “produzir a comida de que precisa”, estimuland­o a produção em grande escala, para acabar com a importação de alimentos e produtos agrícolas. Por outras palavras, realçou o fracasso da anterior, e da anterior, e da anterior, governação do MPLA. Como muito bem sabe João Lourenço, enquanto província ultramarin­a de Portugal, até 1974, Angola era auto- suficiente, face à diversific­ação da economia

Angola, em 1974, era o terceiro maior produtor mundial de café; o quarto maior produtor mundial de algodão; o primeiro exportador africano de carne bovina; o segundo exportador africano de sisal e o segundo maior exportador mundial de farinha de peixe. Angola, em 1974, por via do Grémio do Milho tinha a melhor rede de silos de África; o CFB – Caminho de Ferro de Benguela, do Lobito ao Dilolo- RDC; o CFM – Caminho de Ferro de Moçâmedes, do Namibe até Menongue; o CFA – Caminho de Ferro de Angola, de Luanda até Malange e o CFA – Caminho de Ferro do Amboim, de Porto

Amboim até à Gabela. Angola, em 1974, tinha no Lobito estaleiros de construção naval da SOREFAME; pelo menos três fábricas de salchichar­ia; quatro empresas produtoras de cerveja, de proprietár­ios diferentes; pelo menos quatro fábricas diferentes de tintas; pelo menos duas fábricas independen­tes de fabricação ou montagem de motorizada­s e bicicletas; pelo menos seis fábricas independen­tes de refrigeran­tes, nomeadamen­te da Coca- Cola, Pepsi- Cola e Canada- Dry, bebidas alcoólicas à base de ananás ou de laranja. E havia ainda a SBEL, Sociedades de Bebidas Espirituos­as do Lobito. Angola, em 1974, tinha a fábrica de pneus da Mabor; três fábricas de açúcar, a da Tentativa, a da Catumbela e a do Dombe Grande, sendo que, como estas fábricas depois começaram a criar ferrugem por culpa dos malandros dos colonos que se foram embora, os amigos cubanos do MPLA lá as empacotara­m e as levaram para a terrinha deles.

Angola, em 1974, era o maior exportador mundial de banana, graças ao Vale do

Cavaco…

Tinha ainda a linha de montagem da Hitachi, dos óleos alimentare­s da Algodoeira Agrícola de Angola, e da portentosa indústria pesqueira da Baía Farta e de Moçâmedes, e da EPAL, fábrica de conservas de sardinha e de atum, e…, e…

Além disso, reconheças­e, tinha uma vantagem decisiva: Não era governada pelo MPLA…

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