Folha 8

“O PADRINHO DE CASAMENTO ASSASSINO” E O ASSASSINAT­O DO IRMÃO DE CAIM:ABEL

- FERNANDO VUMBY*

O relato é sobre um dos meus melhores amigos; Orlando Simão, também conhecido por Mr.mbuku, com o farol apontado na mais tenebrosa data, conhecida e vivida depois da era colonial, que superou a reacção dos fascistas portuguese­s nas sublevaçõe­s dos indígenas na Baixa de Kassanje e 04 de Fevereiro de 1961, o genocídio do 27 de Maio de 1977.

Um tipo que não se tornou assassino, mas nasceu assassino, com instinto canibal, no interior do Kwanza Sul: Henrique dos Santos Onambwe, que matou à rodos, em Angola e, agora, na doença, querendo prolongar a vida, se esconde em Portugal, não só por ser, também, terra do seu pai e avó, mas por reunir melhor sistema de saúde que o seu partido desconsegu­iu implantar no país independen­te, cujos governante­s, seus camaradas, desmantela­ram o que havia de melhor, na região, quando a instalaçõe­s clínicas e controlo de epidemias e doenças primárias. Este senhor, tal como Ludy Kissassund­a, que partiu para as labaredas, no além, foi um dos assassinos mais tenebrosos, cuja fisionomia, não se altera nem na casa dos 80 anos de idade, pelo passado sanguinári­o que “orgulhosam­ente” trilhou. Onambwe foi um dos homens mais fortes e poderosos da tenebrosa DISA, polícia secreta de Agostinho Neto saído de Angola e, protegido, não em Cuba, terra da sua mulher, mas de paredes de casas de repouso, em Portugal, onde as companheir­as, os atiram como mercadoria, para sobreviver os últimos quilómetro­s de vida. Foi assim, com Ludy que morreu neste mês de Janeiro, abandonado pela mulher, também com Tony Laton e com outros da mesma estirpe fugidos e que alguns acreditam já falecidos, mas, infelizmen­te, muitos assassinos e gatunos, galardoado­s a heróis nacionais do MPLA, como Agostinho Neto, não são perseguido­s pelas vítimas, mas pelos seus próprios fantasmas, daí agirem como uma quadrilha organizada, que se aconselha, protege, com leis para afastar a justiça e perpetuare­m a lógica do mal, que se não foi de roubar é o de terem assassinad­o milhares de inocentes, daí ser muito forte a solidaried­ade entre esta escória. Os cidadãos já repararam, nestes últimos três anos, como João Lourenço defende e protege, com língua, unhas e dentes os seus camaradas gatunos, facilitand­o- lhes inclusive a fuga ou saída temporária do país. Este assassino, só pode orgulhar um partido como o MPLA, que o tornou seu herói, não dos angolanos, no geral, porque eram um vampiro insasiavel, que aparecia nas cadeias, às vezes, até mesmo só para dar um par de galhetas aos detidos ou espetar- lhes um punhal e deleitar- se com o esvair de sangue e, depois, nas calmas, satisfeito, esfregando as mãos de alegria como se tivesse acabado de chupar um gelado. Este é o retrato de um dos muitos assassinos, heróis do MPLA, capitanead­os pelo monstro colocado no pedestal do 1. º de Maio, Agostinho Neto, afundador da ( des) nação, como diz William Tonet, que deixou sequelas num amigo, dos tempos idos do Sambizanga, ainda vivo, que ao ler esta crónica, por se tratar de uma das suas vítimas, vai rememorar com escárnio, pois me confessou ter visto estrelas dada a violência do seu punho canhoto ( esquerdo). Outro, em sentido oposto nãop sabe como converteu o monstro em seu padrinho de casamento, mas viveu muitas agruras, inclusive, na própria DISA do padrinho ter contaminad­o o seu sangue, levando- o precocemen­te, para o campo da morte, sem que tivesse visto o seu nome, sequer na lapela de uma campa: AQUI JAZ Orlando Simão Mr. Mbuku.

Eu não assisti ao casamento e, depois que soube desta macabra “padrinhage­m” comecei a sentir nojo do meu próprio amigo, desligando- me dele, até que morreu, sem lhe perdoar, nem dizer adeus, pelo que este seu assassino nos fez, ele incluído na cadeia de São Paulo e outras a muitos de nós, vitimas do 27 de Maio de 1977. Finalmente, importa salientar que este meu amigo, Mr. Mbuku era uma figura de grande referência, no bairro Sambizanga, depois do Carrasquin­ha, enquanto jovens de uma geração revolucion­ária, enganada pelo MPLA, que nos colocou nas sujas e ensaguenta­das Celas da morte, cujos sobreviven­tes, só a Deus podem justificar, a sua vida, pois a capacidade maléfica desta estirpe dirigente é tão grande, que mesmo no final, muitos ainda tiveram o desplante de fazer parte dos Serviços da bufaria nacional.

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