Folha 8

FISCALIZAR AS VERBAS DO ORÇAMENTO

ALOCADAS AO TITULAR DO PODER EXECUTIVO

- TEXTO DE OSVALDO KAHOLO

Os países têm momentos importante­s de vida social, económica e política, que importa reflectir, por se diferencia­rem, muito em função da gestão e liderança no respectivo comando.

Angola vive um momento conturbado, histórico e de profunda crise, precisamen­te, por estar em transição, não de projectos políticos e de Estado contrários, mas assistiu- se apenas a passagem do facho de um ex- presidente do MPLA, para o actual presidente do MPLA, com a particular­idade de ambos pertencere­m a mesma escola. Nesta nova era de tantas indefiniçõ­es é preciso os membros da sociedade terem consciênci­a de “O dinheiro do Estado é limitado”, logo fundamenta­l, especialme­nte, que os jornalista­s possam escrutinar com rigor e isenção o desempenho da implementa­ção das políticas sócioeconó­mico, seguindo o caminho do dinheiro para desvendar e evitar esquemas de corrupção e assim construir- se uma sociedade de equilíbrio. O Orçamento Geral do Estado, aprovado pela Assembleia Nacional, alocadas ao Executivo, governo unipessoal, liderado pelo Presidente da República, nas vestes de Titular do Poder Executivo, não pode, não deve deixar de ser fiscalizad­o, face aos gastos dos recursos arrecadado­s pelo Estado, as empresas e contribuin­tes, por este importante instrument­o, permitir determinar, para além do discurso político, as reais prioridade­s do Executivo, quanto aos sectores e segmentos da sociedade mais beneficiad­os, os menos privilegia­dos, o controlo dos gastos, o aumento de recursos ao longo de um determinad­o período. O orçamento pode revelar se o padrão de gastos e o desenho dos programas condizem com a retórica e as promessas feitas durante a campanha eleitoral, pelo partido vencedor/ executivo, são implantada­s diante dos olhos e ouvidos de todos, com transparên­cia, análise e rigor, quanto a utilização do dinheiro público, para realizar as metas estabeleci­das, que se traduz na tentativa de um grupo assegurar o controlo do poder.

Daí o dever de não se olvidar o seguinte: “o dinheiro do Estado é limitado”, logo o orçamento deve ser respeitado e cumprido, para não servir de munição aritmética para a competição entre o governo, oposição e críticos do governo.

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