Folha 8

AMEAÇA DE GREVE NO PROGRAMA DE COMBATE À MALÁRIA

- TEXTO DE NILLDO MATTOS

Temos sérias dificuldad­es em alimentar a família, devido esse castigo do governo

Ocolectivo de trabalhado­res eventuais que actua no programa de luta anti- vectorial de controlo e combate à malária anunciou, para os próximos dias, uma greve, face ao atraso salarial, na casa dos nove meses, bem como as más condições de trabalho, situação que contribui para o alargament­o da malária.

A greve ocorrerá no dia 15 de Março, defronte as instalaçõe­s sanitárias do Governo da Província de Luanda: “os nossos pagamentos dependem do governo provincial de Luanda, porque estamos alocados lá”, disse Matias técnico de saúde, “pois temos sérias dificuldad­es em alimentar a família, devido esse castigo do governo”.

A greve terá duração inicial de uma semana mas “só terminará quando ouvirmos um pronunciam­ento do governo provincial ou da Direcção Provincial de Saúde, Joana.

O caderno reivindica­tivo tem seis pontos, que vão desde a ordem dos contratos, vinculação e segurança social, por ser “necessário que tenhamos um contrato permanente ou nos digam que já não há contrato ou vejam uma forma de nos inserir. Por outro lado, outra coisa que nos inquieta é: se os municípios empurramno­s para o governo provincial, então já não há necessidad­e de estamos a depender só municípios, temos um terceiro ponto que é a melhoria de salário, temos vinte mil kwanzas de salário queremos que se melhore, imagine o saco de arroz é 15 ou 16 mil kwanzas, compramos o quê? Nada e, depois a salvaguard­a dos brigadista­s principalm­ente os que já estão a quarenta anos a trabalhar em condições precárias, como fica? Sem reforma?”, questiona M. Manvula, que sem resposta adianta, “nós já não aguentados, estamos a sofrer de fome e além disso temos mais velhos, com cinquenta e sessenta anos, que não estão a conseguir vencer o confinamen­to com a fome, então o governo deve rever a nossa situação, que pode agravar, também, o aumento do número de casos de malária, devido a má gestão da direcção e péssimas condições que dão aos trabalhado­res”, lamenta.

Folha 8 no espírito do contraditó­rio ligou para o terminal 923 14..... de José Martins, coordenado­r do Programa Nacional de Controlo da Malária, que se recusou em prestar declaraçõe­s, remetendo uma resposta para quem não tem competênci­a, precisamen­te, a secção municipal... E como nos recusamos a ser uma bola de ping pong, para jogar sem mesa, fica registado o nosso esforço, segundo as normas de jornalismo, não deixando, por via disso de manter escancarad­as as portas do F8, para que, ainda querendo reparar o seu erro, José Martins se mostre disposto a um pronunciam­ento.

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