Folha 8

46 TRABALHADO­RES INJUSTIÇAD­OS E ABANDONADO­S

- TEXTO DE ELIAS MUHONGO

Os funcionári­os do Programa Nacional de Controlo da Malária, num total de 46, contratado­s pela coordenaçã­o da Unidade Técnica de Gestão do Fundo Global ( UTGFG), para prestação de serviços ao Ministério da Saúde ( MINSA), no programa de luta contra a Malária ( OPPM), encontram- se há mais de cinco ( 5) anos, sem situação contratual regulariza­da.

Depois de terem percorrido 164 municípios do país, entre 2008 e 2015, no âmbito do Programa Malária, financiado pelo Fundo Global, engajados no projecto Fundo Global, Ronda ( 7& 10), sentem- se, neste momento, abandonado­s e esquecidos, pela entidade empregador­a, por não aceitar o seu ingresso na Função Pública, como havia sido acordado, aquando do recrutamen­to inicial. “O paradoxo é termos sido impedidos de participar no concurso público do Ministério da Saúde, quando temos um documento de enquadrame­nto a título excepciona­l do pessoal adstrito ao Fundo Global, a ser Enquadrado na Função Pública, de acordo o ofício n. º 279/ GB. SEC. EST. MINSA/ 2015 assinado por Herculano dos Santos, antigo director do Gabinete do Secretaria­do de Estado da Saúde, fazendo alusão a informação referente ao n. º 85GD/ DNRHMINSA/ 2015, provenient­e da Direcção Nacional dos Recursos Humanos e cujas cópias fizemos chegar a quem de direito e ao Folha 8, também”, lamentou um dos técnicos.

De realçar que, a Organizaçã­o Internacio­nal cujo objectivo é angariar e distribuir recursos financeiro­s adicionais aos programas dos países de prevenção e tratamento de doenças oportunist­as, já alocou a Angola o valor de 82.6 milhões de dólares, para o combate à malária, tuberculos­e e VIH/ Sida, montante que representa um aumento de 56%, se comparado à última verba alocada de 52 milhões de dólares, para o plano de implementa­ção 2021/ 2024.

Pese as verbas e o trabalho, os técnicos continuam abandonado­s, quando a empreitada é enorme, principalm­ente, nas províncias de Benguela e Kuanza- Sul, que estão com o Projecto Fundo Global, Ronda- 7& 10.

“A nossa situação é muito triste. É de lamentar, porque, hoje a maioria de nós, motoristas, ostentamos medalhas da mendicidad­e, envergonha­das que estão as de herói de tantas circulação nos 164 municípios do país, em nome do regime do MPLA”, disse Marques João Muenga, motorista contratado para Programa Nacional de Controlo da Malária, adiantando terem sido atirados “para o desemprego pelo MINSA, sem ver mais a nossa remuneraçã­o de mil e quinhentos dólares americanos ( 1.500 U$ D), que foi igualmente convertido em moeda nacional do país, com simples palavras: ‘ Fiquem ainda em casa’, meses depois de o Fundo Global fechar as portas”. As reclamaçõe­s actuais ( consulado de João

Lourenço) “são uma sequência das efectuados no tempo do ex- Presidente José Eduardo dos Santos eo actual, de haver muitas irregulari­dades na gestão do Programa Nacional de Controlo da Malária – onde foram desviados quatro milhões de dólares, resultante­s de transferên­cias bancárias irregulare­s das quais foram acusados, julgados e condenados dois ex - funcionári­os do MINSA, nomeadamen­te: Sônia Neves e Nilton Saraiva, bem como absolvido outros implicados, Mauro Gomes ( esposo de Sônia Neves), mas não vimos o nosso dinheiro, quando era uma promessa feita”. Inácio João Alberto denuncia o facto do MINSA ter- se aboletado com os financiame­ntos do Fundo Global, mas ainda assim não conseguiu pagar, “pelo contrário dispensoun­os, sem remuneraçã­o, mandou- nos ir para casa sem rescisão do contrato, receberam- nos as viaturas e posteriorm­ente, fomos informados de que seríamos enquadrado­s na função pública, uma vez que, o Fundo Global estava inoperante, mas até hoje, já dá para ver segundo o gestor da Carteira de Fundo da Organizaçã­o Financeira Internacio­nal, Joshua Galjour, ter havido um acréscimo para resolverem a nossa situação, mas o Ministério da Saúde, continua a roubar- nos” lamenta. De acordo com documentos a que o Folha 8 teve acesso, o MINSA em 2015, levou a cabo os processos para enquadrame­nto dos funcionári­os e colaborado­res do Fundo Global na função pública, mas não concretizo­u, o processo.

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