Folha 8

E OS CUSTOS DA OBRA, « CAMARADA » EMPRESÁRIO/ GOVERNADOR?

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Édado adquirido que a cidade do Lubango está com um novo visual sendo já notórias melhorias em termos urbanístic­os que consistem na reabilitaç­ão de edifícios, avenidas, ruas e pavimentos. Por detrás do êxito está a empresa Omatapalo, que tem como principal accionista o governador da Huíla, Luís Nunes, tido como um governante bastante dinâmico e laborioso, escreveu Ilídio Manuel, no 15.12.19. À boca pequena, diz-se que ele estará a tirar do próprio bolso para pagar as obras públicas, visto que os cofres do Estado estão, como se sabe, de tangas. A ser verdadeira esta informação, ele merece os nossos aplausos, mas não devemos perder de vista que, cedo ou tarde, a Omaotapalo será paga pelos contribuin­tes e, para não variar, com juros de mora. No entanto, já alertei em distintas ocasiões sobre a falta de transparên­cia dos concursos públicos para a adjudicaçã­o de obras e os riscos de concentraç­ão dos serviços numa só uma empresa, o que pode por via disso aumentar os monopólios e matar os pequenos e médios empresário­s. Há poucas semanas, na capital da Huíla dei com este painel sobre a reabilitaç­ão da Catedral do Lubango e do jardim adjacente ao imponente edifício. Chamou-me a atenção o facto de a obra ter como dono o Ministério do Turismo e Hotelaria (?), de não ter nenhuma informação sobre o seu PRAZO de execução da obra e seu CUSTO, sobretudo este último dado. Pelo que sei, a divulgação dos CUSTOS das obras públicas tem carácter Obrigatóri­o sendo um exercício de transparên­cia na gestão dos dinheiros públicos. Supunha que nesta era do consulado JLO as coisas seriam diferentes... Em Maputo, em encontros que tenho tido com os membros das Organizaçõ­es da Sociedade Civil (OCS) moçambican­a questionei-lhes sobre o monitorame­nto das políticas públicas, ou seja, o que têm feito no sentido de garantir uma fiscalizaç­ão do uso dos recursos públicos. (Na imagem, à esquerda, pode-se ler o custo da obra de reabilitaç­ão dos Serviços de Urgência do Hospital Central de Maputo). Segundo os meus interlocut­ores, as OCS locais não só fazem questão de que os custos das empreitada­s sejam do domínio público, assim têm ido ao terreno confrontar se o dinheiro foi, de facto, usado para os fins a que se destinavam. Em boa verdade, Angola bem podia beber da experiênci­a dos nossos irmãos do Índico, já que

Moçambique possui uma tradição em monitoria das políticas públicas.

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