Folha 8

A VERDADE DÓI MAS LIBERTA

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Um post a circular nas redes sociais e redacções, atribui a sua autoria a Dom Mauricio Agostinho Camuto (Bispo da Diocese de Caxito). Verdade ou mentira, tudo que nele versa, não está longe da realidade. E começa assim: As minhas intervençõ­es não são feitas em nome da Igreja Católica... Falo em meu nome. Quem não quiser ler o que escrevo, pode limitar-se a ler na Sagrada Escritura o texto que se encontra em Mateus 23, 1-36. Acho que “quem é infiel no pouco também é infiel no muito (Lucas 16, 10). Não consigo perceber que quem pactuou e participou em espalhar corrupção depois combata a corrupção sem mudar. Não consigo perceber quem ficou calado perante a morte de um inocente, sem mudar, ensine moral… É como querer impingir-me a bondade de uma mãe que mata o próprio filho para preparar um funeral pomposo. São coisas que a minha miopia mental e existencia­l não aceitam, fazem-me confusão e revoltam-me. Creio que estarão de acordo comigo em dizer que quem vota não o faz para entregar o seu destino a um lider ou a um governo cego. Finalmente devo dizer-vos caros governante­s que o ponto de partida é a morte de uma pessoa. Ora, quantos angolanos devem morrer mais, para equivalere­m a um só George Floyd? Só não percebo como podemos construir “uma República soberana e independen­te, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade do povo angolano, que tem como objectivo fundamenta­l a construção de uma sociedade livre, justa, democrátic­a, solidária, de paz, igualdade e progresso social” (Constituiç­ão da

República de Angola); Se não nos importamos com a morte de uma pessoa... Ou existe alguma outra espécie chamada especifica­mente “pessoa humana” e não tem a ver com as pessoas que deambulam e pisam a terra Angolana? De resto tenho uma proposta para os militantes do MPLA: Se não querem nos ouvir, se não querem democracia ou se não são a favor da liberdade... Tentem propor ao vosso partido que faça uma política que não interfira com a vida das pessoas. Ou seja, que os efeitos positivos ou negativos da política do vosso partido não se façam sentir na vida das pessoas. Façam isto e tenha certeza que nenhum Bispo, nenhum padre, nenhum pastor vai se meter na vossa política porque será só vossa. Ou se têm a ideia clara de qual é o ^ tal vosso povo ^, que nos avisem. Façam uma lista e trabalhem apenas com estes, e os demais que se virem. Assim deixamos de vos incomodar. Mas lembro-vos que Angola é propriedad­e de todos os angolanos. Paz e bem!

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