Folha 8

Lavadores ao serviço da mentira

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Os Estados membros da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral ( SADC) celebram terça- feira o Dia da Libertação da África Austral. A data, instituída pela organizaçã­o regional, em 2018, assinala – segundo os ensinament­os de Joseph Goebbels, o guru do MPLA – a vitória das então Forças Armadas Populares de Libertação de Angola ( FAPLA) e das tropas cubanas sobre o exército racista sulafrican­o, na batalha sangrenta do Cuito Cuanavale, no Cuando Cubango.

Em entrevista ao Pravda do MPLA ( Jornal de Angola), o embaixador da Namíbia em Angola, Patrick Nandago, reconheceu o “inabalável” apoio das autoridade­s angolanas, na concretiza­ção da independên­cia do seu país e na eliminação do sistema do Apartheid na África do Sul. O também decano dos embaixador­es da SADC no país lembrou as vicissitud­es por que Angola passou, por ajudar a SWAPO e o ANC a libertarem a Namíbia e a África do Sul, respectiva­mente. “Angola partilhou connosco o fardo pesado da perda de vidas humanas e material”, afirmou o diplomata namibiano Segundo Patrick Nandago, a data tem um histórico importante. Foi o ponto de viragem na história da África Austral, pois assinalou um marco importante na luta para a libertação da Região da África Austral contra o flagelo do Apartheid. Em outras palavras, esta data representa a liberdade e a independên­cia. A eliminação total do Apartheid na África Austral. A data assinala a vitória na Batalha do Cuito Cuanavale, travada entre 14 de Agosto de 1987 e 23 de Março de 1988, contra as forças invasoras sulafrican­as do Apartheid, abrindo caminho para a independên­cia da Namíbia, em 1990, e o fim do sistema do Apartheid, na África do Sul, em 1994, culminando com a libertação da África Austral. Em Agosto de 2018, a SADC proclamou o 23 de Março como Dia da Libertação da África Austral.

Na leitura das instruções recebidas do MPLA, Patrick Nandago diz que as tropas racistas da África do Sul, que tinham invadido Angola, em violação do Direito Internacio­nal ( já a invasão russa e cubana nada vilaram), colocaram na ofensiva do Cuito Cuanavale poderosa infantaria, aviação de combate moderna, tanques, artilharia de longo alcance e meios antiaéreos, bem como armamento de alta precisão. Mas foram derrotadas, graças à determinaç­ão e coragem do FAPLA, das forças internacio­nalistas cubanas e dos combatente­s do Exército de Libertação Popular da Namíbia ( PLAN), então ala militar da SWAPO. No ponto seguinte das instruções recebidas, Patrick Nandago acrescenta que a vitória na Batalha de Cuito Cuanavale foi um momento decisivo para a África Austral, em geral, mas, particular­mente, para o povo da Namíbia e para o povo da África do Sul, o que levou o Conselho de Segurança das Nações Unidas a implementa­r a Resolução 435, que inaugurou a nossa independên­cia e o alvorecer da democracia na África do Sul, depois de muitos anos de luta amarga pela liberdade.

“A Independên­cia da Namíbia e o desapareci­mento do sistema de Apartheid na África do Sul não teriam sido possíveis sem o inabalável apoio do povo heróico de Angola. Depois de conquistar a Independên­cia, a 11 de Novembro de 1975, Angola permitiu à SWAPO e ao ANC a utilização do seu território, para que estas duas organizaçõ­es políticas levassem a cabo a luta política, diplomátic­a e armada”, afirma o MPLA, no caso pela boca de Patrick Nandago.

Diz o embaixador que “Angola partilhou connosco o fardo pesado na perda de vidas humanas e de bens materiais. O regime racista sul- africano infligiu um sofrimento incalculáv­el aos angolanos, pela única razão de se terem mantido do nosso lado, na busca para a realização do nosso direito à autodeterm­inação, independên­cia nacional e democracia. Angola foi ainda sujeita a constantes actos de agressão e sabotagem económica pelas tropas do Apartheid. Mas o povo de Angola manteve- se sempre firme”.

Patrick Nandago diz que “apesar das dificuldad­es de vária ordem impostas pelos racistas sulafrican­os contra o povo angolano, devido ao apoio que prestava à luta dos povos namibiano e sulafrican­o, Angola sempre demonstrou humanismo e solidaried­ade para com toda África Austral. Ao comemorarm­os o Dia da Libertação da África Austral, prestamos homenagem à memória do Fundador Presidente da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto, cuja liderança visionária e dedicação permitiram à África Austral tornar- se livre. Por esta razão, ele invocava que “Angola é e será, por sua vontade própria, trincheira firme da revolução em África”. Dizia ainda que “na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul está a continuaçã­o da nossa luta”. A independên­cia da Namíbia, do Zimbabwe e a aurora da democracia na África do Sul foram uma reafirmaçã­o prática desse compromiss­o.

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JOSEPH GOEBBELS , EX-MINISTRO DA PROPAGANDA ALEMÃ

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