(Final)mente na “pole position”
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano, Diamantino Azevedo, anunciou que a Bolsa de Diamantes de Angola deve arrancar de forma experimental em 2022, cujas condições estão a ser criadas para que seja “atractiva e competitiva”. Já não é mau. Estão a ser criadas…
Segundo Diamantino Azevedo, o órgão que tutela contratou um antigo presidente da Bolsa de Diamantes da Antuérpia, que já trabalha com quadros angolanos para a implementação da bolsa visando o “reforço do papel de Angola” na comercialização dos diamantes que produz. “Para o efeito foi criado um grupo de trabalho e contratamos um consultor com bastante experiência, já foi presidente da Bolsa de Diamantes da Antuérpia e que ajudou a criar a Bolsa de Diamantes do Dubai, e com essas experiências e com nossos especialistas estamos a trabalhar na criação desta bolsa”, afirmou o governante angolano.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás falava em Luanda, no âmbito de um “Fórum sobre Oportunidades de Negócios em Angola nos domínios da Mineração, Petróleo e Gás” dirigido ao corpo diplomático no país. Diamantino Azevedo apontou 2022 como horizonte temporal para o arranque experimental das actividades de Bolsa de Diamantes de Angola, “se as condições permitirem”, referindo que “a criação de uma bolsa não se faz apenas por decreto”. Nem mais. Tal como ter um governo competente não é alo que se decrete ( embora o MPLA pense o contrário). “Temos de criar todas as condições para que ela [ bolsa] seja competitiva, porque no mundo existem várias bolsas de diamantes e algumas com uma organização e factor de competitividade muito elevado”, notou.
“E, então, se quisermos criar a bolsa temos que olhar para todos esses factores e ter todos os instrumentos necessários para uma bolsa com elevado nível de qualidade e eficiência”, frisou.
Empresas e agências do sector dos recursos minerais, petróleo e gás apresentaram hoje aos diplomatas acreditados em Angola as potencialidades de investimento, com as autoridades angolanas a garantirem “segurança” aos investidores.
Mais de 28 empresas, pequenas, médias e de grande porte, angolanas, estrangeiras e em parceria, estão a fazer prospecção de ouro em Angola, nomeadamente nas províncias do Huambo e Huíla, sendo que dois projectos de exploração estão já em funcionamento. Diamantino Azevedo congratula- se com os investidores que actuam no país, no segmento dos recursos minerais sólidos, observando que várias empresas nacionais e estrangeiras já trabalham na prospecção de cobre, lítio e terras raras.
“Mas, o importante também é dizer que a prospecção é uma actividade que necessita de tempo, de alto risco e de investimentos elevados, então, aos poucos, começamos a ter resultados desses projectos”, apontou. Diamantino Azevedo tem toda a razão. Todo o tipo de prospecção é uma actividade que necessita de tempo. Vejase o exemplo do próprio partido ( o MPLA) que sustenta o Governo. Há 45 anos que faz prospecção para ver se encontra governantes sérios e competentes e, até hoje, nicles!
O governante angolano anunciou também que uma mina de manganês, situada parcialmente nas províncias de Malanje e do Cuanza Norte, será inaugurada em Abril, fruto do primeiro concurso público para outorga de direitos mineiros.
O órgão ministerial que dirige, sublinhou, já negociou e concedeu licença para o projecto de fosfatos de Cacata, província de Cabinda, está a negociar um projecto de fosfato na província do Zaire e um projecto de ferro na província do Cuanza Norte.
“Há uma série de projectos em curso e temos que ter paciência”, pediu Diamantino Azevedo. Claro. O MPLA bem perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, e o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tem. Resultado? O tempo foi exonerado. Na cerimónia que decorreu na sede do Instituto Geológico de Angola ( Igeo), em Luanda, o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleo e a administração do Igeo assinaram protocolos de cooperação com a Japan Oil, Gas and Metals National Corporation ( Jogmec). Diamantino Azevedo, Canga Xiaquivuila, presidente do Conselho de Administração da Igeo, e o embaixador do Japão em Angola, Jiro Maruhashi foram os signatários dos memorandos.
“Foram dois instrumentos, um ministerial e outro com o Igeo para reforçar, ainda mais, essa cooperação, fazendo com que esta instituição trabalhe com o Igeo para a melhoria do conhecimento geológico em algumas áreas já definidas no país para serem mais atractivas ao investimento”, concluiu o ministro angolano.