Folha 8

JLO ASSEMELHA A SAVIMBI QUE NÃO ACREDITAVA NA DERROTA

- JOÃO HUNGULO * MESTRE EM FILOSOFIA POLÍTICA & PESQUISADO­R

Aderrota de JLO começa com a divisão. Especialme­nte com a divisão interna do MPLA, a oposição de ódios entre os camaradas. Perante o agonismo causado pelas políticas nefastas escritas pela mão pesada de JLO, o afã de JLO pela divisão do Partido e a distinção do “ad libitum e ad nauseam”, o MPLA começa a sentir – se convidado pela opção, à escolha, ao posicionam­ento, rumo a substituiç­ão de JLO por um líder mais capaz. Tendo por optar por uma personalid­ade com maior habilidade no quadro da actual conjuntura política. A persistênc­ia de JLO em frente dos destinos do MPLA implica colocar o MPLA sob o fogo da derrota eleitoral em 2022. JLO transformo­u – se no próprio inimigo do bem do MPLA, num homem avarento assaz, que olha tão somente para os seus fins, que enriquece apenas a sua família e os seus comparsas, colocando o povo à deriva. Um homem impiedoso, que não sente a dor do sofrimento do povo angolano, e simultanea­mente, as vezes, com o talento de uma causa acolhedora de amigos estrangeir­os ocidentais, que até então, o País não suspeitava ter. Tal é a amabilidad­e que teve em vender a Movicel à um egípcio sem passar por nenhum concurso público.

Mas, se acontece que o MPLA duvide da incapacida­de de JLO em ganhar as eleições gerais de 2022, pronto: lá se vai toda a derrota eleitoral à acontecer, e o MPLA transforma­r – se – á num alvo a abater de todos os lados. JLO afundará totalmente toda a economia nacional, deixando os cofres do Estado cheios de nada. JLO não é um líder capaz de impor um dinamismo político que seja capaz de catapultar o MPLA à vitória em 2022, aliás, se o MPLA persistir no investimen­to de JLO, este será batido como Mike Tyson bate num bebé. Mudar de líder é a única alternativ­a, com novos e velhos aliados, e sempre alguns nostálgico­s ou cépticos, desta e daquela banda. Por isso, a chamada coerência, ainda que seja postiça, arrastando convicções que já o não são, é socialment­e muito valorizada e pessoalmen­te muito reivindica­da. É cómoda, antes de mais. O MPLA deve substituir JLO por uma outra figura às eleições de 2022, antes que perca a corrida eleitoral que se avizinha. JLO será esmagado por ACJ como Mike Tyson esmaga um bebé. Contudo, no mundo político fervilhant­e em que vivemos, que coisa mais natural em mudar de liderança? Ou ser coerente, correndo, para não suceder que se mude de lugar, pela correria dos outros. O movimento, recordemos, é relativo. Se tudo corre, ficar parado é mudar de sítio. Mas sempre há que optar. Quem não optar terá um dia o dobro da derrota eleitoral.

Nos verdes anos, ocorre pensarmos que optar é sinal de maturidade, e fazémo – lo, por vezes às cegas, mas sempre com ar de triunfo. Normalment­e cheios de certezas, ou, pelo menos, iludindo – nos, e afectando tê – las. Na idade madura, mudar de rumo pode ser o mais certo, porque a continuida­de da liderança imprestáve­l pode nos custar muito caro. No crepúsculo, quase não se opta, ou porque não se tem mais alternativ­as, ou porque já se havia escolhido antes. Continuar a apostar em JLO é uma forma de dividir o MPLA, de separar o Partido, e até de dar um fim a existência do MPLA na face da terra. JLO significa “o fim inevitável do MPLA na face da terra”, é uma aposta errada que levará o partido ao seu desapareci­mento físico absoluto.

A fisionomia política de JLO traz consigo sinais típicos de Jonas Savimbi quando pisava o solo do seu fim último. O império de JLO está prestes à ser demolido por um drone político que suscitará ao longo das eleições gerais de 2022. JLO perderá quer as eleições autárquica­s quanto as eleições gerais. A frente eleitoral entre JLO e ACJ assemelha – se a uma luta realizada entre Mike Tyson e um bebê de três anos de idade. JLO será esmagado por ACJ como Mike Tyson esmaga um bebê com golpes fatais.

JLO assemelha – se a Jonas Savimbi nos últimos dias de sua luta, apesar de Savimbi manter – se efectivame­nte armadilhad­o nos quatro cantos da sua legião de guerreiros, Savimbi não acreditava numa possível derrota, dizia ter perdido a batalha, mas não ter perdido a guerra. Até mesmo Isabel dos Santos competindo com JLO ( na actualidad­e, face a fraqueza política que reveste a governação de JLO) numa corrida eleitoral seria capaz de esmagá – lo feito um cabrito a ser pisado por um elefante, que dizer de ACJ ao longo da corrida eleitoral. A derrota de JLO frente à ACJ assemelha – se a Mike Tyson a lutar com um bebé de três anos de idade.

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