DESABAFO DE EX SERVIDOR TRATADO COMO MODESS

Orelato é não só surpreendente como triste, pois demonstrativo de o MPLA não ter, nem a nível interno, capacidade para se reconciliar e respeitar os próprios quadros, atirados para o tambor de lixo, quando já não lhes interessar. Luís Domingos, ex-jornalista (retirado) da TPA, ex-deputado do MPLA, conhecido como “capitão fúnebre”, pelos militares devido à muitas das suas reportagens, no final do mandato ninguém lhe comunicou que poderia estar em posição inelegível, igual ao modess no balde de lixo e diz tudo ter sido porque o partido que serviu, apenas demonstrou que ele, como profissional era uma marionete e militante do MPLA, que o podia usar e abusar de acordo com as suas conveniências. “Estava no auge da minha carreira. Sou militante do MPLA, mas não sou fanático. Tenho o amor de muita gente. Existem pessoas que participaram em banquetes que não têm o amor das pessoas como eu. Muitas vezes, o calor humano faz mais falta do que os milhões de dólares”, assegura, explicando: “Fiquei no mandato durante três anos, depois de ter entrado como suplente. Na legislatura seguinte, o MPLA não me reconduziu. Não consegui perceber, mas me disseram que era uma orientação de José Eduardo dos Santos, segundo a qual cada militante voltasse ao lugar onde esteve na lista das eleições anteriores (suplente). Mas ainda recebi garantias de que estaria num lugar melhor, mas quando fui ver estava num lugar inelegível”. E, qundo se apercebeu que não tinha reforma, nem emprego, perdeu o chão e cobriu-se de vergonha, de ter servido durante tanto tempo, mentindo a sociedade com notícias encomendadas, parciais e partidárias, para depois ser comparado ao mais insignificante descartável: “Em 2012, quando deixei de ser deputado, senti que perdi o poder. No Natal do mesmo ano, nem um cabaz recebi fosse de quem fosse. Quem me ofereceu uma carne (de javaporco, um cruzamento de porco e javali) foi Lukamba Paulo Gato, da UNITA. Nunca suportei ver a bandeira da UNITA, mas foi de um membro deste partido de onde veio a carne para comer com os meus filhos no Natal”. Palavras, para quê, mais?