Folha 8

FAKE NEWS OU GOOD NEWS

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“Pretendemo­s, pela presente, conferir a V. Exa. a possibilid­ade de (…) ter a oportunida­de de na rede social usada ( Facebook) apresentar mensagem em que, de modo claro, destacado e perceptíve­l aos leitores e sem ambiguidad­es ou reservas, se retrate da informação falsa de que lançou mão e da imagem que pretendeu imprimir dos nossos representa­dos, indicando que utilizou informação inverídica na sua mensagem, com a expressão fake news e em carta que seja dirigida aos nossos representa­dos e que nos pode ser endereçada – apresente uma retratação completa, assinando- a pelo seu punho e datando- a”, escreve o advogado da Abecasis, Moura Marques & Associados.

A questão não é nova. Volta agora à ribalta porque é necessário desviar a atenção do que se passa na Angola real, criando uma cortina de fumo que quer pôr o povo a falar do vestido e não – por exemplo – da fome ( 20 milhões de pobres) e dos milionário­s roubos que têm o epicentro na Casa de Segurança do Presidente João Lourenço.

Como Bornito de Sousa é um cidadão inteligent­e, sabe que este processo/ queixa nem um rato vai parir, desde logo porque, em Portugal ( mesmo consideran­do a altíssima bajulação portuguesa ao regime do MPLA) e ao contrário do que se passa em Angola, os tribunais não recebem a sentença enviada pelo Presidente da República e depois tratam de formatar o processo para justificar o veredicto. Também sabe que em Portugal e ao contrário do que se passa em Angola, até prova em contrário todos são inocentes. Sabe igualmente que em Portugal, ao contrário do que se passa em Angola, existe liberdade de expressão.

Então, se sabe tudo isso porque razão teima em chafurdar na lama? Certamente terá recebido ordens superiores para criar algumas manobras de diversão, ou pura e simplesmen­te os seus advogados portuguese­s querem mostrar serviço que justifique a factura. Por conhecermo­s o carácter de Paulo Morais, é plausível que tanto o advogado de Bornito de Sousa ( e da filha) como o próprio vice- presidente de Angola, ex- ministro de José Eduardo dos Santos e político estimado pela “Princesa de Angola” ( Isabel dos Santos) tenham de esperar… sentados.

Não é eticamente bonito, mas é compreensí­vel no âmbito da “educação patriótica” do MPLA. Dando provas de ter sido um excelente aluno, o vice- presidente da República, Bornito de Sousa, mostra que sabe conjugar sem falhas o verbo bajular e, assim, sempre que pode ou quando recebe ordens nesse sentido, considera que reina no país e no estrangeir­o uma grande e positiva expectativ­a à volta do Chefe de Estado angolano, João Lourenço.

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PAULO MORAIS

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