TRANSPARÊNCIA OU OPACIDADE
Logo em Dezembro de 2017, Bornito de Sousa declarou que “passados três meses, a opinião geral é positiva e é praticamente senso comum que se as eleições tivessem lugar hoje, o resultado eleitoral a favor de João Lourenço seria muito mais expressivo e a sua legitimidade ainda mais reforçada”. Bornito de Sousa disse que a rápida afirmação e eleição do seu chefe, João Lourenço, criou bastante expectativa no país e no estrangeiro, quanto à autonomia, liderança e sentido de Estado que o novo Presidente imprimiria à mais alta liderança política em Angola.
O vice- presidente da República referiu que em condições macroeconómicas nada fáceis ( como diria igualmente o anterior ministro da Defesa de José Eduardo dos Santos, João Lourenço) a preocupação com a transparência e a moralização do Estado e da sociedade, com o afastamento da dependência económica do petróleo, com o relacionamento das instituições democráticas, a governação local, as autarquias e a redução das assimetrias regionais marcam já a diferença que lhe foi pedida, durante a campanha eleitoral. Recordam- se?
Só faltou a Bornito de Sousa dizer: Oremos irmãos, já encontramos um novo “escolhido de Deus”, um santo ( não santos) milagreiro capaz de em tão pouco tempo transformar Angola naquilo que nunca foi ( nem é) – uma democracia e um Estado de Direito. Para Bornito de Sousa acrescem os sinais especiais e espaciais ( não é nenhuma alusão ao satélite Angosat) para a promoção da igualdade de oportunidades económicas e empresariais, a criação de um empresariado angolano e o enquadramento da economia informal.
É obra. Além disso, registese ( e Bornito de Sousa só não o disse por modéstia) que ao contrário dos 38 anos que José Eduardo dos Santos esteve no Poder, em tão pouco tempo João Lourenço conseguir pôr os rios e nascer na… nascente e a desaguar na foz, bem como acabou definitivamente com essa veleidade de os jacarés serem… vegetarianos. A vitimização de Bornito de Sousa no diferendo com Paulo Morais de nada servirá quando João Lourenço entender, e já faltou mais, que chegou a hora de exonerar o seu ( apagado) vicepresidente.